Quarta, 30 de agosto de 2023

Cláudio Silva diz que versões das polícias e de familiares de vítimas da Operação Escudo são muito conflitantes - Igor Carvalho
Claudio Silva sugere que governador Tarsísio de Freitas ouça moradores no Guarujá
Beatriz Drague Ramos
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 30 de Agosto de 2023
O governo do Estado de São Paulo deveria interromper imediatamente a Operação Escudo, disse Claudio Silva, Ouvidor das Polícias de São Paulo (SP), nesta quarta-feira (30) ao Brasil de Fato, durante o programa Central do Brasil.
Para Silva, a incursão das forças policiais que deixou até o momento 23 pessoas mortas e mais de 600 presas na Baixada Santista, litoral sul de SP deve ser paralisada para que seus efeitos sejam apurados.
“A operação deve acabar, minimamente ser suspensa, para que seja feito uma avaliação dos efeitos dela sobre a vida das pessoas presas, mortas, familiares das pessoas mortas, além das famílias que de alguma forma foram impactadas pela ação da operação.”
Silva que inclusive já recebeu ameaças desde a deflagração da Operação também sugere que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou sua equipe visitem o Guarujá, uma das cidades mais afetadas pela Operação Escudo.
“Que ele pudesse destacar pessoas da assessoria dele, pessoas próximas a ele para visitar esses lugares como a gente fez, para entender efetivamente o que aquelas pessoas estão sentindo, o que elas temem.”
Confira a entrevista em vídeo exibida no programa Central do Brasil desta quarta-feira (30):
Confira a entrevista na íntegra:
Brasil de Fato: Moradores da Baixada Santista relatam que policiais da Operação Escudo ameaçam matar 30 pessoas, o equivalente à idade do soldado da Rota morto em 27 de julho. A Ouvidoria chegou a ouvir isso? O que o senhor tem a dizer a respeito de ameaças como essas?
Claúdio Silva: Recebemos essa denúncia e ela não veio só de uma pessoa, veio de várias, inclusive nós recebemos um post de um policial que apresentava o placar das mortes e em um dos dizeres de uma postagem dele, ele falava que [na ocasião] já tinham 12 mortes: "até que para 30 está indo rápido". Isso tudo está documentado e foi encaminhado para a Corregedoria e para o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) num relatório que a gente está produzindo, provavelmente nos próximos dias.