Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

TCDF apura denúncia de suposto favorecimento em seleção do IGES-DF para enfermeiro-auditor

Quinta, 27 de janeiro de 2022

Tribunal de Contas do DF
Em 27 de janeiro de 2022


O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) apura supostas irregularidades no processo seletivo realizado pelo Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do DF (IGES-DF) para o cargo de enfermeiro-auditor.

O Processo 00600-00012722/2021-71-e analisa representação, de autoria do Ministério Público junto ao TCDF, que aponta indícios de suposto favorecimento entre uma integrante da banca examinadora e a candidata classificada em primeiro lugar após a segunda etapa do processo seletivo. Regida pelo Edital nº 139/2021, a seleção teve início em outubro do ano passado.

Segundo a denúncia, a seleção teve duas etapas, sendo uma de análise de currículos e outra de entrevista. A suposta irregularidade teria se concretizado após a etapa de entrevista, quando uma candidata que teria relação de amizade com uma integrante da banca examinadora subiu da 27ª posição, na avaliação curricular, para a 1ª posição após a entrevista, o que pode representar afronta ao princípio da impessoalidade.

🚨 ATENÇÃO, COMUNIDADE DO GAMA!!! 🚨

Quarta, 27 de janeiro de 2022

🚨 ATENÇÃO, COMUNIDADE DO GAMA!!! 🚨

O Fórum Comunitário e de Entidades do Gama (FComGama) convida para sua primeira assembleia do ano! Será no dia 29 de janeiro (sábado), às 14 horas, via Google Meet. Além da apresentação da nova mesa mediadora, a pauta será aberta para todas e todos trazerem suas demandas e contribuições! 

A opção por realizar a atividade de forma online se deve ao aumento do número de casos da COVID-19, que nos exige prudência e cautela. Esperamos, em breve, poder retomar encontros e debates presenciais para mobilização da nossa comunidade! 

✊🏾✊🏻✊💚 Mesa Mediadora FComGama

Para que você escute o mundo

 Janeiro

27
Para que você escute o mundo
Hoje nasceu, em 1756, Wolfgang Amadeus Mozart.
Séculos depois, até os bebês amam a música que ele nos deixou.
Está comprovado, muitas vezes e em muitos lugares, que o recém-nascido chora menos e dorme mais quando escuta a música de Mozart.
É a melhor maneira de dizer bem-vindo ao mundo, a melhor forma de dizer:
— Esta é a sua casa nova. Ela soa assim.
        
Eduardo Galeano, no livro ‘Os filhos dos dias’, 2ª edição, 2012, página 41, LPM Editores.
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Wolfgang Amadeus Mozart — Piano Concerto No. 21 —Andante

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

LANÇAMENTO ONLINE — “Se não fosse o SUS . . .”: documentário fala sobre a saúde pública atuando contra a pandemia

Quarta, 26 de janeiro de 2022
“Se não fosse o SUS” registra e analisa a crise sanitária a partir de cenas em Unidades Básicas e territórios - Reprodução

LANÇAMENTO ONLINE
“Se não fosse o SUS...”: documentário fala sobre a saúde pública atuando contra a pandemia

Filme do Conselho Nacional de Saúde (CNS) tem estréia nesta quinta-feira (27), em seu Facebook e canal no Youtube

Redação
Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) | 26 de Janeiro de 2022

“Se não fosse o SUS” registra e analisa a crise sanitária a partir de cenas em Unidades Básicas e territórios - Reprodução

O documentário “Se não fosse o SUS…” é uma produção do Conselho Nacional de Saúde (CNS) que aborda o controle social e a saúde pública no enfrentamento à pandemia no Brasil. O lançamento será virtual e gratuito, nesta quinta-feira (27), às 21h, através do Facebook e Youtube do CNS.

Segundo o CNS, o documentário registra e analisa a crise sanitária a partir de cenas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e territórios, com testemunhos de trabalhadores, usuários e integrantes de conselhos de Saúde.


Com roteiro e direção de Guilherme Castro, que também assina o documentário “SUS, em defesa da vida” e a websérie “Travessia: Covid-19 e os movimentos sociais populares”, o material reúne uma série de entrevistas com autoridades, especialistas e ativistas, sendo um registro histórico da importante atuação do CNS e da Rede Conselhos na maior crise sanitária brasileira dos últimos tempos.

O Conselho recorda que o filme também mostra como o negacionismo e a falta de ação e coordenação central seguem provocando o adoecimento e a perda de vidas, enquanto a pandemia ainda causa grande sofrimento à população. Ao mesmo tempo, revela a abrangência, a estrutura e a necessidade de defesa do modelo de saúde pública universal do Sistema Único de Saúde (SUS).

O CNS reforça também que o controle social no SUS é a garantia da manutenção e do aperfeiçoamento das políticas públicas.


Edição: Marcelo Ferreira

Covid-19: ministra Rosa Weber, do STF, pede manifestação do governo sobre indicação de remédios sem comprovação

Quarta, 26 de janeiro de 2022

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Hélio Angotti, têm prazo de cinco dias para prestar informações.
26/01/2022

Do STF
A ministra Rosa Weber, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), requisitou informações ao ministro de Estado da Saúde, Marcelo Queiroga, e ao secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Hélio Angotti, sobre a nota técnica que rejeitou as diretrizes da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) para tratamento ambulatorial da covid-19. O prazo para a prestação de informações é de cinco dias.

MPF consegue suspensão de reintegração de posse contra comunidade indígena Pataxó no município de Prado (Bahia)

Quarta, 26 de janeiro de 2022
Pedido foi apresentado à Justiça Estadual nessa terça (25), seguindo entendimento do STF que suspendeu desocupações e despejos

Do MPF
O Ministério Público Federal (MPF) pediu, nessa terça-feira (25), a suspensão imediata de decisão liminar que permitiu ações destinadas à reintegração de posse de área ocupada por 60 indígenas Pataxós, no município de Prado, extremo Sul da Bahia. A solicitação foi apresentada à Comarca de Prado, da Justiça do Estado da Bahia, que acatou o pedido e suspendeu, ainda nessa terça-feira, a decisão liminar de desocupação.

Segundo o MPF, houve uma possível atuação de má-fé dos autores quando omitiram na petição inicial o fato de que existe disputa de direitos indígenas sobre a terra que alegam possuírem, já que a área faz parte da Terra Indígena (TI) Barra Velha.

ARBORICÍDIO NO GAMA OESTE CAUSA INDIGNAÇÃO EM MORADORES

Quarta, 26 de janeiro de 2022

Por Juan Richelly Vieira da Silva


Na manhã de hoje (26/01) árvore foi cortada no caule na Quadra 14 do Setor Oeste provocando reações da comunidade

“Estou muito triste por ver que cortaram uma árvore linda e saudável que trazia uma sombra adorável e quantos passarinhos cantavam alegres todas as manhãs com esse aquecimento na terra o certo é plantar mais árvores e porque a Administração do Gama está cortando?

Porque o Administrador do Gama não manda tampar os buracos nas pistas e limpar os becos que é uma obrigação deles?”

E assim começa o relato de indignação de Janilva Rocha (59 anos), moradora da Quadra 14 do Oeste e do Gama desde 1967, quando chegou vinda de Minas Gerais aos 5 anos de idade, e aqui foi onde passou sua infância, juventude, constituiu família, viu os filhos nascerem, crescerem e lhes darem netos de presente.

Começo ressaltando esses pontos para deixar evidentes os vínculos e laços comunitários legítimos, que existem entre o lugar e a pessoa que vivencia esse lugar, pois somente compreendendo esse sentimento de pertencimento, é possível compreender como o corte de uma simples árvore afeta as pessoas que a viram crescer, ganhar forma, fazer uma sombra frondosa, abrigar pássaros e se converter em um ente querido de sua rua ou quadra.

Quem não vive ou viveu algo assim, possui dificuldade de compreender essa relação, o que para alguns é só uma árvore, para outros é um bem comum, que oferecia serviços ambientais e proporcionava qualidade de vida, seja por meio do efeito estético que uma árvore naturalmente causa, da sensação gostosa que é estar à sua sombra, do oxigênio e limpeza do ar que ela faz de graça, da capacidade de amenizar a sensação de calor nos períodos de seca, da orquestra que as aves abrigadas em seus galhos promovem todas as manhã anunciando um novo dia, então não, não é só uma árvore, é um ente daquela comunidade e do sentimento de pertencimento que ali existe.

Então quando o Poder Público promove de forma arbitrária e sem qualquer diálogo com aquela comunidade, algo como o corte de uma árvore, não é nenhum exagero dizer que algumas pessoas se sentirão agredidas, como foi no presente caso.

E diante do fato consumado, não resta muito o que fazer infelizmente, além de registrar e questionar o responsável sobre os motivos desse arboricídio na Quadra 14, era realmente necessário cortar a árvore no caule? Uma poda não resolveria o problema? Outras árvores serão plantadas no local?

Faremos tais questionamentos por meio dos canais oficiais e invocando a lei de acesso à informação, pois o mínimo que pode ser oferecido à comunidade no momento são respostas e solidariedade.

Descanse em paz Ficus benjamina!

Quando uma árvore é cortada ela renasce em outro lugar. Quando eu morrer quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz. Tom Jobim

O ano de 2022 será de muitas lutas

Quarta, 26 de janeiro de 2022
Professora Fátima Sousa*

A Educação está novamente entre as áreas mais atingidas pelos cortes do Governo Federal.

Ao sancionar o Orçamento de 2022, estabelecendo a Lei 14.303, publicada no DOU em 24 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro novamente reduziu os investimentos em áreas sociais, comprometendo ainda mais os serviços públicos em pleno recrudescimento da pandemia. Enquanto isso, ameaça as instituições, dificulta a vacinação e despreza as vítimas do Covid-19.

Foi promovido um corte de R$ 3,2 bilhões nas contas, atingindo, principalmente, os ministérios do Trabalho e Previdência, Educação, Desenvolvimento Regional e Cidadania, mas também impactando os recursos destinados ao Meio Ambiente, Assistência Social, Saúde, Direitos Humanos e Obras Públicas.

Ao mesmo tempo, o presidente avalizou, aproximadamente, R$ 16,48 bilhões em recursos do chamado orçamento secreto, que distribui altas somas a aliados políticos sem mecanismos de transparência. Somente nas três últimas semanas de 2021, o Governo Federal havia empenhado R$ 5,7 bilhões para as indicações de parlamentares, beneficiando regiões comandadas pelo “Centrão”, base de sustentação do Governo. Esta é a conta paga com recursos públicos, que transforma em balcão de negócios o Palácio do Planalto, para salvaguardar seu mandato de um processo de impeachment diante das atrocidades cometidas nos últimos 3 anos.

O Orçamento de 2022 é o maior da história, com R$ 89 bilhões remanejados através da PEC dos precatórios para o pagamento do Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família. A lei estima a receita da União para 2022 em R$ 4,7 trilhões, com despesa de igual valor, dos quais R$ 1,884 trilhão destinados para refinanciamento da dívida pública federal. Ou seja, mais de 40% de toda a arrecadação estará direcionada aos serviços da dívida pública.

A aprovação da Emenda Constitucional 95, em 2016, congelou os gastos públicos por 20 anos, excetuando justamente o recurso alocado para honrar os compromissos com os credores da dívida pública, transferindo assim a renda dos mais pobres e necessitados de políticas sociais, para os mais ricos, que possuem títulos da dívida pública. Mas os interesses do mercado e a crise econômica agravada pelo atual Governo cobram um preço ainda maior.

Os ministérios do Trabalho e Previdência, com cortes de R$ 1 bilhão (dos quais R$ 988 milhões do INSS) e da Educação, com cortes de R$ 740 milhões, lideram a lista de áreas afetadas. Entre as áreas afetadas na educação, temos o FNDE, com um corte de R$ 498 milhões, e novamente os recursos necessários às Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), sendo R$ 87,5 milhões de corte no apoio à consolidação, reestruturação e modernização das IFES, entre outras rubricas. O novo corte nos recursos CAPES e CNPq aponta uma queda de mais de 50% do que foi investido uma década atrás.

Não suficiente, em relação ao funcionamento e gestão de instituições hospitalares federais, vinculadas ao Ministério da Educação, o corte foi de R$ 100 milhões na Ebserh, o que representa 20,8% do total aprovado pelo Congresso em dezembro de 2021, e isto em plena escalada da pandemia.

Enquanto o Governo busca, via legislação, definir a educação como serviço essencial, estrangula seu orçamento. Esta é mais uma demonstração de que o Projeto de Lei nº 5595/20, busca agravar o quadro sanitário, tirando a autonomia dos entes federados em definirem medidas para mitigar a propagação do vírus, como também tenta retirar o direito de greve destes trabalhadores.

Ainda entre os maiores cortes em ministérios estão as pastas do Desenvolvimento Regional (R$ 459 milhões), Cidadania (R$ 284 milhões), Infraestrutura (R$ 177 milhões), Agricultura (R$ 87 milhões), Saúde (R$ 74 milhões) e Ciência, Tecnologia e Inovações (R$ 73 milhões). A Fiocruz, cuja atuação tem sido fundamental no grave momento sanitário, perdeu R$ 12 milhões.

Estes cortes, além de caracterizarem um projeto de país voltado para a remuneração dos detentores de títulos da dívida pública, também mostram um país de gastos sem compromisso social e a serviço de desestabilizar as instituições do regime. Foram milhões gastos nas motociatas do Presidente (somente em SP custou R$ 1,676 milhão) para ameaçar as instituições e tentar fomentar um clima para um autogolpe, além do episódio do veículo blindado soltando fumaça em frente à Praça dos Três Poderes, e quase ficando quebrado por lá, mas que visava ameaçar o STF. As férias presidenciais de 2020, que levaram 3 meses para a secretaria geral da Presidência informar o valor, custaram R$ 2,4 milhões. De janeiro a julho de 2021, os valores gastos com o cartão corporativo da Presidência da República totalizaram R$ 5,8 milhões em viagens e despesas domésticas de sua família. Isso sem comentar o gasto de R$ 1,8 bi em alimentos e bebidas demandados pelo Governo Federal, incluindo episódios como leite condensado, picanha, vinhos e gomas de mascar, enquanto tantos brasileiros passaram a ter de se alimentar de ossos e outros restos.

Em relação ao funcionalismo, o Governo manteve a autorização de despesa de R$ 1,7 bilhão para reajustes a servidores em 2022, valor absolutamente insuficiente para repor perdas dos últimos 5 anos. Apesar dos cortes, a intenção do presidente é contemplar de forma diferenciada as corporações policiais, dentro de uma estratégia de disputar pela base a hierarquia nestas instituições.

Se de fato é necessário recompor os valores deste contingente, com 45,3 mil servidores ativos e aposentados, também é verdade que é necessário recompor as perdas dos mais de 95% dos servidores públicos que não estarão contemplados, em todas as demais áreas do funcionalismo federal, que representa cerca de 1 milhão de servidores ativos, aposentados e pensionistas que estão com a remuneração congelada há cinco anos.

Esta situação gera indignação e ação no funcionalismo, que através do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), está construindo um calendário que aponta uma jornada de lutas de 14 a 25 de fevereiro, e um indicativo de greve para 09 de março. O primeiro ato da luta conjunta foi a concentração em frente ao Ministério da Economia, em 18 de janeiro, para entrega da pauta emergencial de reivindicações, cujo principal item é a reposição da inflação acumulada no governo Bolsonaro de 19,99%, mas que também reivindica o arquivamento da PEC 32 e a revogação da EC 95.

O ano 2022 será de muitas lutas. Luta para vencer a pandemia e o genocídio, mas também luta para defender os direitos democráticos que tentam nos roubar, e retomar nas massas a defesa dos serviços públicos, gratuitos, de qualidade e socialmente referenciados. Temos dois projetos antagônicos em disputa, e é necessário dizer basta às mazelas do neoliberalismo. Esta resposta da sociedade precisamos seguir buscando, em ações que deem visibilidade às necessidades da população e permitam retomar a busca de um Estado de bem estar social, duramente abalado pelo golpe de 2016. Esta é a jornada que teremos neste ano, para semear o futuro.

Fatima Sousa. 26 Janeiro 2022

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*Fátima Sousa
Paraibana, quatro décadas da sua vida dedicados a saúde e a gestão pública;
Professora e pesquisadora da Universidade de Brasília;
Enfermeira Sanitarista, Doutora em Ciências da Saúde, Mestre em Ciências Sociais;
Doutora Honoris Causa;
Implantou o ‘Saúde da Família’ no Brasil, depois do sucesso na Paraíba e em São Paulo capital;
Implantou os Agentes Comunitários de Saúde;
Dirigiu a Faculdade de Saúde da UnB: 5 cursos avaliados com nota máxima;
Lutou pela criação do SUS na constituinte de 1988;
Premiada pela Organização Panamericana de Saúde, pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.

A pedido do MPF, TRF1 anula autorizações para exploração mineral em terras indígenas

Quarta, 26 de janeiro de 2022
Imagem: iStock

Decisão é valida para as Terras Indígenas Parakanã e Trocará, no Pará, mas se torna precedente para as demais regiões do Brasil

Do MPF
O Ministério Público Federal (MPF) obteve a nulidade de todas as autorizações para exploração mineral em terras indígenas na região de Tucuruí, no Pará. Além disso, a Agência Nacional de Mineração (ANM) deve se abster de deferir novas autorizações de pesquisa mineral, permissão de lavra garimpeira e concessão de lavra mineral na região, no perímetro que abrange as terras indígenas (TIs) Parakanã e Trocará e suas adjacências.

MST recebe prêmio por atuação em município atingido por enchentes no Sul da Bahia

Quarta, 26 de janeiro de 2022
A Brigada Nacional de Médicos do MST atendeu mais de mil pessoas e continua acompanhando as famílias impactadas pelas enchentes - Foto: Igor De Nadai/MST-PR


No total, o movimento doou cerca de 120 toneladas de alimento, 13 mil marmitas e 17 mil cestas básicas

Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 26 de Janeiro de 2022

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) recebeu o Prêmio Solidariedade, do Prêmio Imprensa Brasil, em Itamarajú, na Bahia, na noite desta quinta-feira (25), como reconhecimento do trabalho realizado no município durante as enchentes que atingiram o sul do estado.


No total, foram doadas cerca de 120 toneladas de alimento, 13 mil marmitas e 17 mil cestas básicas. Além disso, a Brigada Nacional de Médicos do MST atendeu mais de mil pessoas e continua acompanhando as famílias impactadas pelas enchentes.

Assista à premiação:


Segundo o MST, o objetivo da Brigada Nacional de Médicos “é fortalecer o acesso da população à saúde de qualidade, com atendimento de médicos, psicólogos, pediatras, enfermeiros e agentes de saúde nos distritos e bairros da região”.


“Nós somos mais de 200 médicos formados pelo MST a nível nacional com essa tarefa de solidariedade no estado da Bahia. Aqui passaram cerca de 27 médicos de diversas especialidades, que estão hoje dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), dentro dos diversos hospitais”, afirma Aimberê Jardim, do setor de saúde do MST da Bahia, que recebeu o prêmio.


Kaline Cruz, do Coletivo de Juventude Sem Terra do MST da Bahia, que também recebeu o prêmio em nome do movimento, afirmou que o movimento tem “o espírito de solidariedade como ferramenta de luta”. “Não foram essas as primeiras ações do movimento. Desde o início da pandemia e desde o processo de construção do MST, a solidariedade vem caminhando conosco”, afirma.

Edição: Rebeca Cavalcante

O Estado Nacional e o colonizador derrotado

Terça, 26 de janeiro de 2022


O Estado Nacional e o colonizador derrotado

Por Felipe Quintas e Pedro Augusto Pinho.
Redação do Monitor Mercantil
Publicado no Monitor Mercantil em25 De Janeiro De 2022


‘Populista’ ou ‘autoritário’: adjetivos que variam conforme os interesses

Certamente nossos leitores já se defrontaram com a qualificação de “Estado Autoritário” ou “Ditatorial” e até “Populista”. Não que eles não sejam possibilidades, mas, talvez, se trate de um Estado Nacional com características próprias, que o colonizador derrotado optou pela alcunha despropositada, onde aquele Estado Colonial desejado por seu poder imperial, seja de algum país ou de alguma fortuna, ou até ideológico, como neoliberal ou marxista, não possa ser adotado.

Vejamos dois exemplos: Arábia Saudita e Irã.

A Lei Básica da Arábia Saudita, sua constituição de 1992, é dividida em nove capítulos, com 83 artigos, e os adendos “Lei do Conselho Shura” e “Lei das Províncias”. Seu Sistema de Governo é objeto do artigo 5º, com cinco itens, que dispõe:

“a. O sistema de governo na Arábia Saudita será monárquico.

b. O direito da dinastia será confinado aos filhos do Fundador, Rei Abdul Aziz bin Abdul Rahman Al Saud (Ibn Saud), e os filhos dos filhos. O mais elegível entre eles será convidado, pelo processo de “bai’ah”, para governar de acordo com o Livro de Deus e a Sunnah do Profeta. [“bai’ah” é uma prática islâmica de declarar sob juramento a lealdade de alguém a um determinado líder. “Sunnah” é o termo árabe para o modo de vida e precedente legal do profeta Maomé].

c. O rei nomeia o príncipe herdeiro e pode dispensá-lo de suas funções por Ordem Real.

d. O Príncipe Herdeiro deve dedicar tempo integral ao seu cargo e a quaisquer outras funções que podem lhe ser atribuídas pelo rei.

e. O príncipe herdeiro assumirá os poderes do rei na morte deste último enquanto se aguarda o resultado do “bai’ah”.

O artigo 6º desta Constituição define o conceito de liberdade e democracia sauditas: “Os cidadãos devem jurar fidelidade ao Rei com base no Livro de Deus e no Sunnah do Profeta, bem como no princípio de ‘ouvir para obedecer’, em prosperidade e adversidade, em situações agradáveis e desagradáveis”.

Mas, sendo a Arábia Saudita um país submisso à geopolítica sionista-anglo-estadunidense-financeira, não se lê, ouve ou vê na imprensa ocidental, nas produções acadêmicas, nos discursos em organismos internacionais a menção à colônia saudita.

A Constituição da República Islâmica do Irã aprovada em 1979 dispõe em 14 capítulos e 177 artigos sobre a estrutura de organização do poder nacional e traz em seu preâmbulo:

“A Constituição da República Islâmica do Irã estabelece os aspectos culturais, sociais, instituições políticas e econômicas da sociedade iraniana com base na religião islâmica, princípios e normas que representam a aspiração sincera da Ummah islâmica.

“Esta aspiração básica foi explicitada pela própria natureza da grande islâmica Revolução do Irã, bem como o curso da luta do povo muçulmano, desde seu início até a vitória, conforme refletido nos slogans decisivos e contundentes levantados por todos os segmentos das populações. Agora, no limiar desta grande vitória, nossa nação, com todo o seu ser, busca sua realização.”

Ummah, “nação” ou “comunidade”, se refere à comunidade constituída por todos os muçulmanos do mundo, unida pela crença em Alá, no profeta Maomé, nos profetas que o antecederam, nos anjos, na chegada do dia do Juízo Final e na predestinação divina.

É altamente significativo destacar, do preâmbulo da Constituição, a concepção islâmica iraniana da forma de governo:

“Na visão do Islã, o governo não deriva dos interesses de uma classe, nem serve à dominação de um indivíduo ou de um grupo. Ele representa mais a cristalização do ideal político de um povo que tem fé e visão comuns, assumindo uma forma organizada a fim de iniciar o processo de evolução intelectual e ideológica em direção ao objetivo final, ou seja, o movimento em direção a Alá. A nação, no curso de seus desenvolvimentos revolucionários, purificou-se da poeira e impurezas, que se acumularam durante o passado ‘taghut’, e se libertou de influências ideológicas estrangeiras, retornando a pontos de vista intelectuais autênticos e a visão de mundo do Islã. Agora pretende estabelecer uma sociedade ideal e modelo com base nas normas islâmicas. A missão da Constituição é realizar o objetivo ideológico do movimento e criar condições propícias ao desenvolvimento do homem de acordo com os valores nobres e universais do Islã.”

[taghut, “ir além da medida”, também é aplicado ao poder tirânico terreno, nestes últimos tempos o termo se refere a qualquer pessoa ou grupo acusado de ser anti-islâmico ou agente do imperialismo cultural ocidental. O termo foi introduzido no discurso político pelo Aiatolá Ruhollah Khomeini, durante a Revolução Iraniana de 1979.]

O artigo 57 dispõe que “os poderes do governo na República Islâmica são investidos, na legislatura, funcionando sob a supervisão do ‘wilayat al-’amr’ absoluto e a Liderança da Ummah, de acordo com os artigos da Constituição. Esses poderes são independentes uns dos outros”.

Há um aspecto absolutamente cultural religioso e nacional, difícil de tradução para uma cultura bem distinta como a brasileira, que é a função de jurista: um misto de lei e de religião, onde a qualidade do julgador é fundamental. Apenas os “juristas” têm o direito de governar os que são especialistas; íntegros, piedosos e comprometidos com o Islã. Também estão informados das demandas dos tempos e destemidos e qualificados para a liderança. Estes “juristas” devem ocupar o cargo religioso e ter permissão para fazer julgamentos independentes, sobre os princípios gerais.

O primeiro capítulo da constituição, onde os princípios fundamentais são expressos, afirma que a ejtehad contínua por juristas qualificados é um princípio do governo islâmico. Da mesma forma, o Artigo 5 expressa que um jurista individual dotado de todas as qualidades necessárias, ou um conselho de juristas, tem o direito de governar na república islâmica enquanto o Décimo Segundo Imam permanecer na ocultação.

Também os artigos 57 e 110 mostram o significado exato do poder do jurista dirigente. De acordo com o artigo 57, o jurista tem supervisão sobre três outros ramos. De acordo com o artigo 110, esses poderes de supervisão são os seguintes: O jurista nomeia os juristas para o conselho guardião, que nomeia a maior autoridade judicial do país. Ele detém o comando supremo das forças armadas, exercendo algumas funções; assina o certificado de nomeação do presidente, e, no interesse nacional, ele pode demitir o presidente e, por recomendação das cortes supremas, concede anistia. Esses poderes pertencem ao Líder Supremo como um “Vali-e-faqih”, “guardião da justiça”.

Neste confronto de dois governos islâmicos deve ficar evidente que um aceita a sujeição colonial, outro busca a autonomia. Mas como são tratados?

O saudita como fosse um governo “democrático”, posto ser capitalista, embora seja pré-revolução francesa e industrial. A Arábia Saudita é Estado Absolutista, sem eleições e congresso, onde o monarca tem plenos poderes para tomar decisões e emitir ordens, de acordo com sua conveniência, sem precisar dar satisfação a qualquer órgão do Estado, e muito menos para a sociedade.

Já o iraniano, até apodado de terrorista pois não aceita a submissão aos interesses econômicos e culturais do sistema financeiro sionista-anglo-estadunidense, é uma república moderna, onde a população tem a mesma identidade religiosa, com poderes executivo, legislativo e judiciário, eleições previstas constitucionalmente, e as responsabilidades legais dos atos públicos.

Assim, caros leitores, vamos nos preparando para as incompreensões daqueles que desejam e lucram com o Estado Colonial que nos impede a independência, a inclusão da população brasileira no Estado Nacional, soberania e cidadania.


*Felipe Maruf Quintas é doutorando em Ciência Política.

*Pedro Augusto Pinho é administrador aposentado.


terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Coisas da morte na Sejus/DF: Justiça anula licitação para prestação de serviços funerários no DF

Terça, 25 de janeiro de 2022

Justiça anula licitação para prestação de serviços funerários no DF

O juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública do DF declarou nula a licitação da Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania do Distrito Federal — SEJUS/DF para seleção de 49 empresas para outorga de permissões para prestação de serviços funerários. O magistrado concluiu que houve transgressão aos princípios da administração pública.

Autor do mandado de segurança, a San Matheus Serviços Póstumos questiona os atos praticados pelo secretário da SEJUS em favor de umas empresas participantes da licitação. O autor afirma que o procedimento apresenta diversas irregularidades que vão da abertura dos envelopes de habilitação até o julgamento de recursos. Relata que diversas empresas foram habilitadas, mesmo descumprindo normas do edital. Pede a concessão da segurança para declarar a nulidade da licitação.

O Distrito Federal, em sua defesa, assevera que há regularidade no processo licitatório e que foram observadas todas as regras do edital. Pede que o pedido seja julgado improcedente. No entanto, ao analisar o caso, o magistrado observou que as provas dos autos mostram que, ao reformar as decisões da Comissão Especial de Licitação, a autoridade superior usou argumentos genéricos e contrários tanto ao edital quanto à Lei de Licitações.

“Em face do descumprimento de cláusulas do Edital, não pode a Autoridade Superior amparar sua decisão, com a finalidade de habilitar as empresas no certame, sob o argumento de se buscar maior competitividade, para, deste modo, aceitar a apresentação de documentos em desacordo à Lei e às regras do Edital. Neste norte, obviamente, a Autoridade Superior ao analisar os recursos administrativos deve apresentar suas razões de forma clara e objetiva, de maneira fundamentada, com amparo nas normas de regência e nas regras do Edital, o que, a meu ver, não restou observado nos autos, visto que nem de longe pode-se falar que a Comissão interpretou o edital desconsiderando a legislação de regência e a jurisprudência pertinente”, registrou.

O magistrado observou ainda que, no caso, “é possível se constatar ofensa aos princípios norteadores da Administração Pública, precisamente à igualdade de condições entre os licitantes, à vinculação ao edital, à legalidade, à transparência e à imparcialidade, dentre outros, de modo que o procedimento licitatório se encontra eivado de vícios, devendo, portanto, a licitação ser anulada”.

Dessa forma, foi declarado nulo o procedimento licitatório referente ao Edital de Concorrência 01/2019 – SUAF/SEJUS.

Cabe recurso.

Fonte: TJDF

MPF recomenda a cassação de títulos honoris causa concedidos a Médici e Costa e Silva pela Ufrgs

Terça, 25 de janeiro de 2022 1.190,93
Imagem: Secom/PGR

Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade, publicado em 2014, recomendou que honrarias concedidas a ex-ditadores fossem cassadas

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) para que as honrarias concedidas a ex-ditadores sejam cassadas, como recomendou a Comissão Nacional da Verdade em seu Relatório Final, publicado em 2014. A recomendação foi assinada pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão no RS, Enrico Rodrigues de Freitas.

O MPF também recomenda que a reitoria institua a Comissão da Verdade no âmbito da universidade. "Passados quase nove anos do anúncio de que seria constituída Comissão da Verdade no âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, essa não foi instituída e tampouco houve ou há procedimento para instituição", relata o texto da recomendação.

O MPF questiona a decisão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, através de ato do seu Conselho Universitário, em agosto de 1967 e em junho de 1970, de homenagem pela concessão de títulos honoríficos de professor honoris causa ao marechal Arthur da Costa e Silva e de doutor honoris causa ao general Emilio Garrastazu Médici, que presidiram o Brasil durante o regime ditatorial civil-militar e foram considerados autores de graves violações de direitos humanos no plano de responsabilidade político-institucional pelo relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV).

A revolta negra que sacudiu Salvador no Ramadã de 1835. Por Sayid Marcos Tenório.

Terça, 25 de janeiro de 2022


A Revolta dos Malês foi uma das revoluções mais populares da história do Brasil, motivada pela insatisfação com a escravidão, a discriminação racial e a intolerância religiosa praticada pela Igreja Católica, que os forçava a se converter ao catolicismo.

desacato.info


A data de 25 de janeiro marca os 187 anos da revolução conduzida por negros escravizados que sacudiu a cidade Salvador na madrugada do último dia do mês sagrado do Ramadan de 1835, dirigida por negros escravizados de origem Haussá, Fulani, Yorubá, Aio Quija e Nagô, chamados de Malês, devido ao fato de que, em ioruba, Imalê é a designação para muçulmano. A revolta ficou conhecida na historiografia brasileira como a Revolta dos Malês.

Embora não representassem a hegemonia religiosa das pessoas africanas escravizadas, os Malês tinham um peso significativo por serem uma população que sabia ler, escrever e eram dotados de uma cultura bem mais larga do que muitos senhores de escravos.

Gilberto Freyre, em Casa Grande & Senzala, afirma que o Islam se ramificou e floresceu no escuro das senzalas, dotando aquelas pessoas escravizadas de um espírito de resistência no qual não se conformavam com o papel de “manés-gostoso” dos portugueses e nem seria a água benta dos batismos cristãos, que lhes apagaria “o fogo maometano” da busca por liberdade.

Mobilidade: Ônibus de Caiado atropela Ibaneis

Terça, 25 de janeiro de 2022

A mais nova iniciativa que coloca Goiás à frente do DF é a introdução de ônibus articulado 100% elétrico, que substituirá toda a frota que circula no Eixo Anhanguera, uma espécie de BRT. Ao contrário dos antigos trolley-bus, os novos veículos não são energizados por redes elétricas aéreas e sim por baterias de fosfato ferro lítio, que permitem viajar 250 km sem a necessidade de nova carga. Os veículos possuem 22 metros de extensão, piso rebaixado, capacidade para 170 passageiros, além de espaços para cadeirantes, ar-condicionado ionizado, carregadores de celular e Wi-Fi interno.

Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
Por Chico Sant’Anna

Desde o início de suas gestões, Ronaldo Caiado (Dem) e Ibaneis Rocha (MDB) competem para ser o maior protagonista, como na velha disputa entre Arena e MDB, dos tempos da Ditadura Militar. O mais recente episódio se refere à introdução de ônibus articulados, do tipo BRT, movidos a eletricidade. Goiânia dá um salto de qualidade de sustentabilidade deixando a Capital Federal pra trás.
Ao longo dos últimos quatro anos, a convivência entre os dois vizinhos não foi muito pacifica.

O confronto entre os dois governadores teve início logo no início de seus mandatos. Ibaneis foi inspecionar a possibilidade de instalar o Trem Regional para Luziânia. Ao tomar conhecimento, o governador goiano ligou aborrecido ao dirigente candango e, segundo o portal Metrópoles, à época, foi possível ouvir impropérios de lado a lado. Depois desse episódio, representantes da bancada goiana no Congresso Nacional apresentaram projeto de lei que abocanharia para Goiás, parte do Fundo Constitucional do DF. Caiado ainda decidiu revitalizar o aeroporto Santa Genoveva, tornando Goiânia uma alternativa de transporte de cargas e, até mesmo, portão internacional, em concorrência ao aeroporto JK. Dia 22, ao mesmo tempo em que o brasiliense tomava ciência de mais uma crise na Saúde, com a renúncia do presidente do IGES-DF, general Gislei Morais, Caiado autorizava R$ 87,2 milhões para a conclusão das obras do Hospital Estadual de Águas Lindas, com 163 leitos e ambulatório com 22 consultórios, e ainda centro cirúrgico com oito salas.

EDITORIAL: O impacto da venda da BR Distribuidora na Petrobrás e nos consumidores



Terça, 25 de janeiro de 2022

EDITORIAL: O impacto da venda da BR Distribuidora na Petrobrás e nos consumidores

A venda da BR Distribuidora foi um golpe na coluna vertebral da Petrobrás e nos preços dos combustíveis para os consumidores

A BR Distribuidora tinha um papel fundamental na função estatal da Petrobrás, prover o Brasil de combustíveis e energia ao menor preço alcançável. Esta política é o cerne de se ter uma estatal na área de petróleo. Uma estatal para impulsionar o desenvolvimento econômico, industrial e humano do Brasil proporcionando energia barata.

A Petrobrás criou a BR como subsidiária para garantia da isonomia de fornecimento e preço a todas as distribuidoras de combustíveis no Brasil. Esta isonomia é que garante a competição em todo território nacional. Assim, a BR Distribuidora, integrada à Petrobrás, era, e pode voltar a ser, a garantia para o abastecimento de combustíveis aos menores preços possíveis e com menor volatilidade em todos os rincões Brasil. Os resultados financeiros da estatal e da sua subsidiária são garantidos como o resultado da operação integrada vertical e nacionalmente.

A BR Distribuidora alcançava o menor preço e volatilidade porque tinha, na época da sua privatização, uma rede de 7.703 postos de gasolina, 95 unidades operacionais, e estava presente em 99 aeroportos. Todos estes ativos e sua eficiência logística proporcionavam o menor custo operacional entre todas as distribuidoras nacionais. Com isto, a BR conquistou 30% do mercado de combustíveis e lubrificantes, o controle de 27% do mercado de diesel e 25% do mercado de gasolina, e, portanto, permitiu a apropriação da margem de distribuição em seus resultados financeiros com o menor preço alcançável.

Para a Petrobrás, a BR Distribuidora era um ativo gerador de receita expressiva, e fundamental na consolidação de resultados e no reforço na liquidez do seu fluxo de caixa.

A BR permitia a maximização de processamento de petróleo nas refinarias da Petrobrás, reduzindo a volatilidade dos preços internacionais de derivados de petróleo nos seus balanços contábeis. A BR sempre acompanhou a variação de preço das refinarias, aumentando seu fluxo de caixa pelo crescimento das vendas e de sua eficiência.

A isonomia de fornecimento e preço nas refinarias e terminais ocorriam no menor preço alcançável, que era a média ponderada entre o preço de paridade de exportação, considerando a produção nas refinarias, e o preço de paridade de importação ponderado pela quantidade de combustíveis importados pela Petrobrás.

Entretanto, com a implantação da política de Preços de Paridade de Importação (PPI) nas refinarias da Petrobrás, desde 2016, e com a privatização da BR, os concorrentes da Petrobrás (importadores e distribuidoras) se viram livres para adicionar seus custos de logística, operacional, impostos, seguros, taxas portuárias e maximizar o lucro incorporados aos preços, maximizando seus resultados em prejuízo aos consumidores brasileiros e à economia nacional.

Logo, a consequência direta da venda da BR Distribuidora é que mesmo que ocorra a redução dos preços nas refinarias, os preços de distribuição de combustíveis podem não cair, porque as distribuidoras se apropriariam desta redução, e aumentariam suas margens de lucro. Isto também ocorreria na possível redução dos impostos. Ou seja, houve uma profunda redução da competição no mercado de combustíveis com a privatização da BR Distribuidora.

A competição, menor preço alcançável de combustível e baixa volatilidade só retornarão ao mercado, se a Petrobrás voltar ao mercado de distribuição. A BR foi vendida em duas etapas de oferta pública secundária (follow on). O valor de venda da primeira fatia da BR Distribuidora foi US$ 2,5 bilhões, em 2019, enquanto a segunda fatia foi US$ 2,3 bilhões em 2021, num total de US$ 4,8 bilhões. A venda da BR por oferta pública secundária demonstrou ser uma péssima decisão do conselho de administração da Petrobrás, porque o preço foi bem abaixo do preço potencial para uma distribuidora com o mercado, custos operacionais e eficiência da BR, numa negociação direta ou por leilão. Os impactos na Petrobrás e o preço obtido mostram que a venda da Petrobrás Distribuidora foi um golpe brutal na estrutura verticalizada da Petrobrás, e constituiu num crime contra a pátria, os acionistas e os consumidores. Mais uma vez, a AEPET se posiciona e propõe a restauração da verticalização da Petrobrás e a volta ao mercado de distribuição de combustíveis, e que essa venda da BR seja considerada ilegal e anulada, com a responsabilização criminal dos dirigentes da Petrobrás e membros do conselho de administração pelas decisões deliberadamente ideológicas e lesivas ao patrimônio público.

Posicione-se também contra o ataque a verticalização da Petrobrás, e a volta ao mercado de distribuição.

Diretoria da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET)
Janeiro de 2022


Itens relacionados




segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

IMPRENSA IDEOLÓGICA, GOVERNO DE OCUPAÇÃO

Segunda, 24 de janeiro de 2022

 Por Pedro Augusto Pinho


O administrador, jurista, sociólogo e acadêmico fluminense Francisco José de Oliveira Vianna (1883-1951) escreve em “Problemas de Organização e Problemas de Direção” (1952): “os nossos sistemas de educação têm concorrido para agravar (a falta do sentimento nacional) em nossa formação social”.


E este arguto observador da nossa sociedade enfatiza que a “ausência do sentimento de grupo” faz do brasileiro um indivíduo desvinculado da comunidade; um ser isolado, sem ideia do sacrifício individual em favor do grupo, da solidariedade, da cooperação. E assim o Brasil se torna terra fértil para a exploração estrangeira, para ser a eterna colônia dos interesses alienígenas.


Dever-se-ia comemorar neste ano o bicentenário da independência, mas se pergunta: independência do que ou de quem? Melhor diria que comemoramos o primeiro golpe aplicado em nossa incipiente soberania, após ato sem consequência prática: a convocação da Assembleia Constituinte para elaborar a Constituição, o documento de potestade, do poderio da nova Nação.

Na Livraria do Senado há um exemplar de “A Constituinte Perante a História”, de Francisco Inácio Marcondes Homem de Mello (1837-1918), escritor, jurista e político, que esmiuçou o golpe aplicado por D. Pedro I na própria independência do Brasil.


Antes de focar a questão do golpe no ideal de José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), o cientista e político Patriarca, autor do primeiro projeto para o Estado Brasileiro, discorreremos sobre o significado da educação no Brasil.


Nossa história sempre ignorou as populações originárias. Só viemos a ter informações mais organizadas sobre elas com os trabalhos de médicos que se constituíram nos primeiros antropólogos brasileiros, muitas vezes partindo de estudos sobre os negros africanos trazidos como escravos. Os cinco primeiros que devem ter registro pela senioridade e porque saíram de diversos pontos do Brasil são:


1) Raimundo Nina Ribeiro, maranhense, nascido em 04/12/1862 e falecido em 17/07/1906; 2) Edgard Roquette-Pinto, carioca, 25/09/1884-18/10/1954; 3) Arthur Ramos de Araujo Pereira, alagoano, 07/07/1903-31/10/1949; 4) Osvaldo Rodrigues Cabral, catarinense, 11/10/1903-17/02/1978; e 5) Thales Olympio Góes de Azevedo, baiano, 26/08/1904-05/08/1995.


Mas não se pode deixar de mencionar dois gênios, o também médico Manoel José Bomfim, sergipano, nascido em 8 de agosto de 1868 e falecido em 21 de abril de 1932, e o mineiro Darcy Ribeiro, que completaria seu primeiro centenário de nascimento em 26 de outubro próximo, falecendo em Brasília, em 17 de fevereiro de 1997. Curiosamente este último, o único formado em ciências sociais, saiu de Montes Claros para Belo Horizonte com o intuito de estudar medicina.


Nestas considerações vamos nos valer, principalmente, das obras de Arthur Ramos, Manoel Bomfim e Darcy Ribeiro e dos trabalhos do Instituto Sócio Ambiental de SP (pib.socioambiental.org/pt/Downloads) com dados do censo de 2010 do IBGE.


Dois conhecimentos, afirma Darcy Ribeiro, são essenciais sobre nossos ancestrais, primitivos habitantes do Brasil: o imperativo genético (“200 mil mulheres índias geraram o primeiro milhão de brasileiros”, em “Diários Índios - Os Urubu-Kaapor”, 2014) e a cultura dos nomes das coisas da natureza e do saber o cultivo das roças e árvores frutíferas, ou seja, para alimentação. Somos assim índios em corpo e mente.


A desinformação implantada em nossas ideias principia com o apagar das populações primitivas. Para a pedagogia colonizadora, o Brasil começa com a chegada dos portugueses e nem mesmo discorre sobre a imensa contribuição das populações negras, trazidas como mercadoria para o Brasil.


Vamos aceitar o desafio e analisar estes europeus colonizadores. A dinastia descobridora do Brasil fora estabelecida em 1385, pelo Mestre de Avis, que tomou o título de Dom João I (10º rei português), governando até 1433. Até Dom Manuel (1495-1521), Portugal teve outros três soberanos, tendo ocorrido no reinado do antecessor de D. Manuel (D. João II), o Tratado de Tordesilhas (07/07/1494), fixando o meridiano que separaria as terras portuguesas daquelas dos reis de Castela. Este Tratado se tornara necessário pela disponível condição tecnológica e ambição destes dois reinos para disporem de terras fora do território europeu.