Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Todo mundo atrás de uma "boquinha"

Terça, 27 de abril de 2010
Passadas as “eleições” indiretas para governador-tampão fica claro, mais uma vez, que a intervenção federal do DF é cada dia mais necessária. Agora eleitores indiretos de Rogério Rosso, mas não só eles, se lançam com todo afã para pegar seu naco no butim.
O governador eleito —com maioria de votos de distritais filmados recebendo dinheiro repassado por Durval Barbosa, ou acusados por ele de corrupção por terem recebido dinheiro em troca da aprovação do PDOT (Plano Diretor de Ordenamento Territorial)— quase nada mudou no governo do DF.
Poucos foram os auxiliares que ele trocou. Melhor, alguns trocaram apenas de lugar, a famosa dança das cadeiras. Manteve até agora quase todos os auxiliares que foram de Arruda, que passaram a auxiliares de Wilson Lima, governador interino que antecedeu às eleições indiretas. Resumindo, a equipe é, na essência, a montada por Arruda e seu grupo político, grupo que, aliás, Rogério Rosso fez (?) parte.
Mas há um movimento também de outros políticos que apoiaram Rogério Rosso para governador-tampão. Eles se jogam com toda a ousadia para ter a sua parte no butim. Pobre Brasília!
Também nomes que deixaram o governo Arruda quando estourou a Operação Caixa de Pandora estão sendo lembrados para o secretariado do governador-tampão.
São políticos de vários partidos, inclusive do PT, agremiação que apresentou um candidato para concorrer às eleições do dia 17 de abril. Mas para a acumulação de poder, com vistas à disputa de 3 de outubro de 2010, vale tudo. O que menos conta é a ideologia e os programas partidários.
Geraldo Magela, deputado federal (PT), é um dos que defendem a não participação de integrantes do seu partido no governo-tampão. Mas a coisa está rachada lá para as bandas do PT. O diretório regional do partido decide esta noite se vai ou não para o colo de Rogério Rosso.
Já a saúde pública, a segurança, a educação, os transportes públicos, continuam abandonados.