Quarta, 15 de junho de 2016
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, um dos delatores
da Operação Lava Jato, disse que repassou ao senador Aécio Neves
(PSDB-MG) recursos para viabilizar a candidatura dele à presidência da
Câmara dos Deputados em 1998. Na época, Machado era senador e ocupava o
posto de líder do partido no Senado.
De acordo com o delator,
parte dos recursos foram obtidos no exterior. “Os recursos foram
entregues aos próprios candidatos ou a seus interlocutores. Que a maior
parcela dos cerca de R$ 7 milhões arrecadados à época, foi destinada ao
então deputado Aécio Neves, que recebeu R$ 1 milhão em dinheiro. Que,
com frequência, Aécio recebia esses valores através de um amigo de
Brasília que o ajudava nessa logística”, acrescentou trecho do
depoimento.
De acordo com o delator, à época o então presidente
do PSDB, senador Teotônio Vilela (AL), e Aécio, então deputado federal,
definiram “um plano de eleger a maior bancada federal” para viabilizar a
candidatura à presidência da Casa. Segundo Machado, a forma encontrada
foi ajudar financeiramente cerca de 50 deputados se elegerem.
Nota
Em
nota, o senador Aécio afirmou que as acusações de Machado são falsas e
covardes para ganhar os benefícios da delação premiada.
“Qualquer
pessoa que acompanha a cena política brasileira sabe que, em 1998,
sequer se cogitava a minha candidatura à presidência da Câmara dos
Deputados, o que só ocorreu muito depois. Essa eleição foi amplamente
acompanhada pela imprensa e se deu exclusivamente a partir de um
entendimento político no qual o PSDB apoiaria o candidato do PMDB à
presidência do Senado e o PMDB apoiaria o candidato do PSDB à
presidência da Câmara dos Deputados. A afirmação feita não possui sequer
sustentação nos fatos políticos ocorridos à época”, disse o senador.