Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Por rombo deixado no DF, Real Sociedade Espanhola tem bens penhorados

Sexta, 22 de julho de 2016
Do Metrópoles
O prejuízo aos cofres públicos, em valores atualizados, é de R$ 34,7 milhões, mais de 10% do valor total do contrato

Por Guilherme Waltenberg e Kelly Almeida 

Rodrigo Rollemberg (PSB) convive com uma triste realidade. Sob sua tutela, a saúde pública do DF vive o que muitos classificam como seu pior momento na história. E a solução que o governador insiste em oferecer à população não é nova: trazer organizações sociais (OS) para administrar hospitais do Planalto Central. Se por um lado há experiências bem-sucedidas na área, como o Hospital da Criança, por outro há um rastro de processos judiciais e rombos milionários nos cofres públicos deixadoa pela Real Sociedade Espanhola que, por quase dois anos, administrou o Hospital de Santa Maria.

Em janeiro de 2009, a entidade que, supostamente, não tinha interesses financeiros, firmou contrato – que deveria durar dois anos – com o governo de José Roberto Arruda (PR) ao valor estimado de R$ 220 milhões. Depois de uma série de questionamentos na Justiça, a entidade geriu a unidade de saúde até setembro de 2010. 

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Comentário do Gama Livre: O buraco é mais embaixo. O prédio do Hospital Espanhol da Bahia, no valorizado bairro da Barra, em Salvador, está sendo leiloado para pagamento de dívidas trabalhistas. O leilão é previsto ocorrer até setembro deste ano (2016). As dívidas da Real Sociedade Espanhola com seus mais de 2.300 ex-funcionários já passa dos R$100 milhões. Vai ser difícil sobrar algum dinheiro para o GDF. Nessas histórias de OSs sobra sempre para a cabeça do Estado. Do Estado, não. Do contribuinte e do paciente.

Parece que a decisão do juiz Jansen Fialho de Almeida, da 3ª Vara da Fazenda Pública do DF, determinando a penhora do Hospital Espanhol, não terá eficácia alguma, pois o prédio deverá ser leiloado, por decisão anterior da Justiça da Bahia, e mais, para pagamento de dívidas trabalhistas. O que se diz na Cidade da Bahia é que ainda faltará dinheiro para honrar os compromissos trabalhistas. Vai sobrar o quê, para o GDF? Nada, claro.

Esquece desta coisa de OSs, isto é fria, Rollemberg. Se houver seriedade e uma administração sem apadrinhamentos e coisas tais (especialmente sem coisas tais), o Estado tem todas as condições de tornar o atendimento à saúde uma coisa de primeira. Uma coisa eficiente.

Imagem do Hospital Espanhol, na Barra, Salvador. Foto: Cremeb —Conselho Regional de Medicina da Bahia.
Hospital Espanhol Salvador