Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 7 de abril de 2018

Ainda não temos o que comemorar na Saúde de Brasília

Sábado, 7 de abril de 2018
Por
Professora Fátima Sousa¹
Chico Sant'Anna²
Maria José Maninha³
Rubens Bias⁴
Em 7 de abril comemora-se o Dia Mundial da Saúde. Essa data foi estabelecida para coincidir com a data de fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, anualmente, a OMS prioriza um tema a ser discutido. “Saúde para todos" resume o objetivo desta prestigiosa Organização ao longo dos seus 70 anos de existência, e marca o tema em 2018.

O mundo e vários municípios brasileiros, tem muito o que comemorar, o que não podemos dizer do Distrito Federal. Brasília, a Capital da Esperança, ainda não tem motivos para celebrar a saúde. Poderíamos apresentar diversas razões, no entanto sintetizo:

Há uma semana, o atendimento das emergências pediátricas foram suspensas, levando a extinção da unidade de pediatria do Hospital Regional do Gama, levado ao colapso o cuidado às crianças em seus primeiros ciclos vitais;

A oportunidade de cura dos cânceres está sendo perdida pelo diagnóstico cada vez mais tardio;

Perdas de leitos para internação vem provocando alta demanda reprimida, deixando as pessoas em corredores dos prontos-socorros;

Pior ainda, as cirurgias eletivas esperam mais de ano para suas realizações;

O que dizer das perdas de leitos de UTI, levando a óbitos pacientes em estado grave;

E mais, ainda convivemos com o silêncio da gestão sobre o escândalo das UTIs;

Por que o silêncio sobre tomógrafos e endoscópios quebrados há mais de um ano, chuva dentro das maternidades; ausência de diálogo e outras infindáveis questões com as quais devemos nos preocupar, destacamos entre elas.
Precisamos mudar esse perverso quadro das doenças nos modos de organizar e gerir o Sistema Único de Saúde (SUS) no DF, sob pena de continuarmos seguindo, ano após ano, alertando sobre os principais problemas que afligem a vida e a saúde dos indivíduos, famílias e comunidades da capital da República.
Que permaneçamos buscando, nos próximos anos, motivos para comemorarmos o dia mundial de Saúde. Nessa matéria, creio que nem a Câmara Legislativa do DF, tão pouco o Ministério Público, nada tem a comemorar de igual medida.
Reage Brasília!


[1]Ex-diretora da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB. (2014-2018).

[2]Jornalista.

[3]Ex-secretária de Saúde do Distrito Federal.

[4]Analista de Políticas Sociais.


Fonte: Blog da Professora Fátima Sousa