Sexta, 13 de abril de 2018
              Helena Martins - Repórter da Agência Brasil
          
  
  
            
    
    
O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) manifestou nessa 
quinta-feira (12) preocupação com o aumento de denúncias de violações e o
 acirramento do discurso de ódio e violência presentes nos últimos dias 
no país, assim como a militarização da política. O alerta será remetido 
em forma de ofício, no próximo mês, à Comissão Interamericana de 
Direitos Humanos (CIDH), com sede em Washington (EUA). Nele, haverá uma 
avaliação sobre os direitos humanos no Brasil.
Como exemplos, 
integrantes do conselho citam os assassinatos da vereadora Marielle 
Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, além do ataque à 
caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Laranjeiras do 
Sul (PR).
O CNDH pode aplicar sanções, como advertência, censura 
pública e recomendar o afastamento de cargos, a suspensão de verbas, 
auxílios e subvenções a entidades com condutas contrárias aos direitos 
humanos. Com base nessas atribuições, o conselho enviará os ofícios e 
fará advertências às autoridades responsáveis.
Direitos
 
A
 presidente do CNDH e defensora pública federal, Fabiana Severo, 
ressaltou que o Estado Democrático de Direito deve preservar os direitos
 civis e políticos, assim como a liberdade de expressão e de 
manifestação.
“[Preocupa] o crescimento das agressões, as 
tentativas de silenciar o debate público, amplo, democrático, gerando 
todo esse ambiente de promover ameaças, insegurança e uma política de 
medo”, disse Fabiana.
O vice-presidente do órgão, Darci Frigo, 
afirmou que o conselho está em alerta para a situação do Rio de Janeiro,
 pois foram recebidas denúncias de detenções de pessoas sem 
acompanhamento de advogados ou defensores públicos.
Cortes
 
Durante
 a reunião de ontem, o CNDH citou ainda a ameaça de redução de recursos 
destinados às áreas de saúde, educação e moradia, a partir do teto de 
gastos estabelecido por medidas como a Emenda Constitucional nº 95.
Em
 discussão anterior, na Defensoria Pública da União (DPU), o 
representante da Oxfam Brasil, Rafael Georges, ressaltou que o corte de 
recursos públicos pode levar ao agravamento das desigualdades sociais.
“Aqui
 [no Brasil] e em outros países da América Latina, a desigualdade existe
 apesar e com a abundância de recursos. Há um processo concentrador”, 
observou Rafael Georges.
