Terça, 1º de janeiro de 2025
Aquisição pelo BRB de um banco paulista, cuja saúde financeira gera dúvidas e polêmicas dentre especialistas do mercado financeiro ascende o debate eleitoral candango e joga no colo do Banco Central a decisão de aprovar o que pode vir a ser um grande escândalo ou não.
Por Chico Sant’Anna
O Banco Regional de Brasília anunciou com toda pompa a compra do Banco Master, instituição privada paulista, cujas práticas bancárias eram tidas pelo mercado, no mínimo, como heterodoxas. O valor anunciado por 49% das ações com direito a voto, cerca de R$ 2 bilhões, contrasta fortemente com a oferta de outro concorrente interessado na aquisição, o BTG Pactual: ofereceu apenas R$ 1,00, devido às incertezas da saúde financeira do Master. O BRB e o governador Ibaneis Rocha anunciaram à opinião pública a transação como um grande negócio para a estatal candanga, que passaria dos atuais oito milhões de clientes para cerca de 15 milhões, além de absorver expertises do Master, que não estariam no campo de alçada do BRB. Para Ibaneis, a negociação se insere numa estratégia de tornar o Banco de Brasília numa instituição de porte nacional. Materializando-se a compra, o BRB passaria da 23ª posição para a 17ª, no ranking de instituições bancárias.
Mico
Especialistas, contudo, questionam a aquisição e alertam que ela pode ser um “grande mico” e que pode sobrar, em última instância, para o contribuinte candango, já que o maior acionista do BRB é o Distrito Federal.