Sexta, 17 de novembro de 2023
Inquérito apura atuação da fabricante de aeronaves na perseguição política de trabalhadores entre as décadas de 1970 e 1980
Foto: Comunicação/MPF
Do MPF
O Ministério Público Federal (MPF) ouviu, nesta segunda-feira (13), os relatos de um grupo de ex-metalúrgicos da Embraer sobre as perseguições que sofreram em razão de suas reivindicações trabalhistas entre o fim dos anos 1970 e a primeira metade da década seguinte. A reunião, realizada em São José dos Campos (SP), faz parte dos trabalhos do MPF para apurar a colaboração da empresa com os órgãos oficiais da ditadura militar. Os trabalhadores declaram ter sido vítimas de um forte aparato de monitoramento e repressão na fábrica e sofrido consequências graves depois de demitidos.
O inquérito sobre a Embraer é um dos procedimentos que o MPF conduz a respeito da associação entre empresas e o regime militar para a perseguição política de trabalhadores, envolvendo o compartilhamento de informações ou mesmo o auxílio às ações de repressão contra funcionários considerados “subversivos”. As apurações são conduzidas em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que fornece apoio científico e metodológico. Parte dos recursos para o financiamento das atividades advém do termo de ajustamento de conduta que o Ministério Público firmou com a Volkswagen em 2020, após investigações sobre a colaboração da montadora com a ditadura.