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(Millôr Fernandes)
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quinta-feira, 6 de março de 2025

Instituto Fogo Cruzado alerta para violência policial na Bahia

Quinta, 6 de março de 2025

Salvador (BA, 05/03/2025 - Polícia Militar da Bahia. Foto: PMBA/Divulgação
© PMBA/Divulgação

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Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil - Publicado em 05/03/2025 - 17:33 - São Luís

A violência na capital baiana, em decorrência da ação policial, mostra a necessidade de se repensar a política de segurança pública no estado. A avaliação é do Instituto Fogo Cruzado. 

Na madrugada de terça-feira (4), uma operação policial deixou 12 mortos, após relatos de uma invasão promovida por um grupo armado de uma organização criminosa na região de Fazenda Coutos, em Salvador.

Dados compilados pelo Fogo Cruzado mostram que é a 100ª chacina em Salvador e região metropolitana desde o início das pesquisas na Bahia, em julho de 2022. Desse total, 67% das chacinas envolvem policiais, resultando em 261 mortos.

Para a coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado na Bahia, Tailane Muniz, os números mostram que a política de segurança precisa ser pensada para proteger os cidadãos e os moradores de toda a cidade.

“Quando 12 pessoas morrem numa ação policial, fica claro que a prioridade é o confronto e não a proteção. Os moradores da região enfrentaram mais de 7 horas de um intenso tiroteio, o transporte público foi suspenso, e a pergunta que fica é quais os resultados disso? O que vai mudar depois de tantos tiroteios e tantas mortes? Os dados de chacina ajudam a entender que mesmo com tanta morte ainda carecemos de uma política eficiente e que dê os resultados esperados pela população”, disse Tailane à Agência Brasil.

sábado, 12 de agosto de 2023

VIOLÊNCIA ARMADA —'Futuro Exterminado': plataforma mostra quem foram crianças e jovens vítimas de tiroteios no RJ

Sábado, 12 de agosto de 2023

Mapa interativo do Instituto Fogo Cruzado apresenta dados de 601 crianças e adolescentes baleados nos últimos sete anos - Reprodução/Redes sociais

Quase metade do total de vítimas foram atingidas durante operações policiais; só no Complexo do Alemão foram 11 mortos

Redação
Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) | 12 de Agosto de 2023

A morte do adolescente Thiago Flausino Menezes, de 13 anos, durante uma ação policial na Cidade de Deus é a mais recente na triste estatística de jovens vítimas da violência armada no Rio de Janeiro. O mesmo aconteceu com a pequena Ágatha Félix, de 8 anos, morta por um tiro da polícia em 2019 no Complexo do Alemão, e tantas outros meninos e meninas que tiverem suas vidas interrompidas. Uma iniciativa inédita do Instituto Fogo Cruzado mostra quem foram as crianças e adolescentes vítimas de tiroteios ocorridos desde julho de 2016.

Nos últimos sete anos, 601 crianças e adolescentes foram baleados na região metropolitana do Rio, revela o levantamento. Isso quer dizer que, em média, a cada quatro dias uma criança ou adolescente é baleado. Do total, 267 foram mortos e 334 ficaram feridos. Os adolescentes representam a maioria das vítimas. Entre as crianças, das 133 baleadas, 36 morreram e 97 ficaram feridas.


No mapa interativo "Futuro Exterminado", lançado nesta sexta-feira (11), é possível consultar informações individuais sobre cada uma das vítimas, os locais e a circunstância dos crimes. A ideia é que o mapa receba atualizações periódicas, tanto dos dados gerais quanto das vítimas. Para Cecília Olliveira, diretora executiva do Fogo Cruzado, a iniciativa também é uma forma de preservar a memória das vítimas.

"A história do Rio de Janeiro é marcada por crianças e adolescentes mortos e feridos. A gente sabe que não são casos isolados. Ágatha Félix, Maria Eduarda, João Pedro, Kauã, Alice, Emilly e Rebecca. Todo mundo lembra de um destes nomes. Então, temos os dados que precisam ser levados em conta para o planejamento da segurança pública. Não podemos deixar essas histórias se perderem. Nosso esforço é também de memória, porque sem ela a sociedade não se mobiliza. Em nenhum lugar do mundo tantas crianças são baleadas sem que a sociedade se indigne. Aqui não pode ser diferente. As pessoas precisam se importar", afirma Cecília.

Operações policiais

Assim como Ághata Félix, um terço das crianças e adolescentes vítimas da violência armada foi atingido por balas perdidas, o que representa 201 vítimas. Deste total, 106 foram atingidas em ações e operações policiais, das quais 30 morreram e 76 ficaram feridas. Quase metade do total de vítimas foram atingidas durante operações policiais, o equivalente a cerca de 48%.

Nos últimos sete anos, as ações e operações policiais foram o principal motivo para vitimar crianças e adolescentes. Entre as 601 vítimas, 286 foram atingidas nestas circunstâncias, resultando na morte de 112 e deixando outras 174 feridas. Os municípios que mais acumularam crianças e adolescentes baleados foram Rio de Janeiro, São Gonçalo e Niterói, respectivamente. Um em cada quatro casos registrados aconteceu na zona Norte do Rio. O Complexo do Alemão foi a localidade com mais casos, 11 foram mortos e 6 ficaram feridos.


Edição: Clívia Mesquita