Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
Mostrando postagens com marcador Marcos de Oliveira. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Marcos de Oliveira. Mostrar todas as postagens

sábado, 2 de setembro de 2023

Brics+ mostra força na energia

Sábado, 2 de setembro de 2023
Países do bloco dominam lítio, terras raras e manganês, além de óleo e gás

Monitor Mercantil
1 de setembro de 2023
Fábrica de bateria lítio em Tangshan (foto de Yang Shiyao, Xinhua)

A força do Brics+ no mercado mundial de energia é incontestável. Levantamento do Center for Strategic and International Studies (CSIS) demonstra que a entrada da Argentina posicionará os Brics com 3 dos 5 maiores produtores de lítio do mundo, ao lado da China e do Brasil.

O lítio é fundamental para baterias, não só para os automóveis elétricos, cujas vendas estão se ampliando, mas para celulares, energia solar e uma variedade de outros usos.

O Brics ampliado terá 72% de terras raras (e 3 dos 5 países com as maiores reservas); 75% do manganês mundial; 50% do grafite; 28% do níquel; e 10% do cobre mundial (excluindo as reservas do Irã).

O Brics+ incluiu os países fundadores (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) mais os recém-admitidos: Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã.

Bloqueio questionado

O Irã tem as maiores reservas de zinco do mundo e o segundo maior depósito de cobre. No entanto, o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos impede investimentos para aumentar a produção. O Brics+ deverá suplantar essas limitações.

Dólar ainda domina, mas Brics+ vai no sentido da desdolarização

Além de reunir os maiores produtores e exportadores de óleo e gás do mundo, o Brics+ tem também 2 dos maiores importadores: China (1º) e Índia (3º) – os EUA estão em 2º. A possibilidade de o comércio de petróleo entre os países do bloco ser feito em moedas alternativas ao dólar é grande.

Isso já é feito, ainda que de forma limitada, na compra de óleo russo pelas refinarias indianas. A rúpia já é utilizada. Mas os russos acumularam grandes quantidades da moeda indiana.

Em maio, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que estavam em andamento negociações para trocar bilhões de rúpias acumuladas em bancos indianos por outras moedas.

A partir de junho, as refinarias indianas começaram a liquidar alguns pagamentos pelas importações de petróleo russo em yuan, a moeda chinesa, mas o dólar continua sendo dominante para tais pagamentos.

O petróleo russo representou 41,9% das importações da Índia em julho, superando os volumes acumulados dos próximos 4 grandes fornecedores – Iraque, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos. Antes do conflito na Ucrânia, o fornecimento russo representava menos de 2% nas importações de petróleo da Índia.

Rápidas

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Getúlio Vargas deixou legado que resiste a ataques antinacionais

Sexta, 25 de agosto de 2023
Oswaldo Aranha e Getulio Vargas na sacada do Palácio do Catete, 31 de outubro de 1930. Rio de Janeiro, RJ / Acervo FGV – CPDOC

Vargas criou a Petrobras e a Eletrobras: 'Meu atestado de óbito'
Por Marcos de Oliveira em 24 de agosto de 2023

Oswaldo Aranha e Getulio Vargas na sacada do Palácio do Catete, 31 de outubro de 1930. Rio de Janeiro, RJ / Acervo FGV – CPDOC

Há 69 anos, Getúlio Vargas deixava a vida para entrar na História, talvez o trecho mais famoso de sua Carta Testamento.

Nascido em São Borja (RS) em 19 de abril de 1882, o presidente Vargas cometeu suicídio em 24 de agosto de 1954, com um tiro no coração, em seu quarto, no Palácio do Catete, Rio de Janeiro, então capital federal.

Eletrobras, criada por Vargas, privatizada de forma vil

Na Carta Testamento, Getúlio deixava indicações do que levara à insidiosa campanha contra seu governo: “A Eletrobras foi obstaculizada até o desespero.” Vargas, em comício na Boca Maldita, em Curitiba, em janeiro de 1954, anunciara o decreto presidencial criando a Eletrobras, que viria a ser privatizada no governo Bolsonaro.

Em confissão ao então governador do Paraná, Bento Munhoz, Getúlio Vargas disse: “Ao assinar o decreto criando a Eletrobras, senti como se estivesse assinando meu próprio atestado de óbito.”

Para sustentar a industrialização, Vargas criou também a Petrobras, outra empresa objeto de campanhas contrárias de interesses antinacionais, tanto em 1954 quanto hoje.

A política externa foi dos pontos mais controversos da Era Vargas, e a que mais rendeu calúnias e desinformações. “Naturalmente, as forças antipatrióticas, vinculadas a interesses externos, jamais poderiam compreender o profundo sentido nacionalista assumido pelo Brasil no âmbito internacional durante a Era Vargas”, escreve Felipe Maruf Quintas, mestre e doutor em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

“Elas medem a diplomacia e a defesa brasileiras no período conforme a sua régua. Daí que enxergam adesão ao nazifascismo ou subserviência aos Estados Unidos da América (EUA), onde o que estava em jogo era apenas o interesse nacional brasileiro, ideacionalmente definido pela visão de grandeza e unidade do Brasil, e pragmaticamente conduzido pelas possibilidades disponíveis em período de alta turbulência e incerteza internacionais”, ensina Quintas.

Muitas das instituições políticas, econômicas e sociais que Vargas criou continuam a existir e seu legado pode ser visto no trabalho, na educação, na economia e na política.



===================

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Administração neoliberal dá prejuízo de R$ 100 bi à Petrobras

Quarta, 18 de janeiro de 2023


Governos Temer e Bolsonaro também dizimaram fornecedores locais.
18 de Janeiro De 2023
Do Monitor Mercantil

O impacto das gestões neoliberais na Petrobras, a partir de 2016, foi definido como “estrago monumental” pelo diretor Administrativo da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Fernando Siqueira, em entrevista à rádio RBA Litoral. Siqueira lembrou que a volta de Pedro Parente à empresa como presidente – já que presidira o Conselho de Administração no mandato de Fernando Henrique Cardoso – se deu após visita de Michel Temer aos Estados Unidos, logo depois do golpe que destituiu Dilma Rousseff.

O diretor da Aepet estima que o prejuízo causado ao país e à Petrobras somente na gestão de Parente com vendas de ativos abaixo do preço chegam a R$ 100 bilhões. Quanto à política de paridade de preços de importação (PPI), Siqueira demonstrou que o lucro da estatal, de até 300%, é entregue a acionistas, através de absurdos dividendos, em detrimento da renda que é extraída do povo brasileiro.

Para Siqueira, a grande esperança é de que a nova gestão comece por restaurar o monopólio estatal sobre o petróleo. A Aepet defende também a reversão da venda dos ativos e a recompra da BR Distribuidora e das redes de gasodutos, vendidas a um preço que em pouco tempo será recuperado a partir da própria lucratividade dessas empresas.

Além da mudança na politica de preços, a Aepet avalia que a estatal deve reduzir a exportação de petróleo para agregar valor ao que é produzido no país. Para tanto, Siqueira frisou serem necessárias a recompra das ações negociadas em Nova York e a retomada do programa de conteúdo nacional.

“Quando havia incentivo às compras no mercado interno, a partir de um programa de nacionalização do qual participei ainda no governo Geisel, foram criadas 1,5 mil fornecedoras, que demandavam encomendas para outras 3,5 mil empresas. Chegamos a comprar 95% no mercado nacional. Mas FHC isentou o ICMS das estrangeiras, e as 5 mil empresas foram dizimadas ou compradas” pelas multinacionais, criticou, acrescentando que as últimas gestões abandonaram também os programas para a energia renovável.


Sem pouso suave

A Inflação dos Preços ao Consumidor Europeu (IPC) chegou a 9,2% ao ano, sem mudanças em relação ao mês anterior e em linha com as expectativas do mercado financeiro. O núcleo do IPC ainda está em 5,2% ao ano. “Portanto não deve ser uma surpresa ver pelo menos um, se não dois, os aumentos da taxa básica de 50 pontos-base pelo BCE [Banco Central Europeu] nas próximas duas reuniões”, opina Robert Schramm-Fuchs, gerente de Portfólio da consultoria Janus Henderson.

“O crescimento nominal do emprego continua muito forte, e a proporção de vagas em aberto versus candidatos a emprego permanece próxima de recordes. Consequentemente, a inflação salarial continua a tornar-se cada vez mais enraizada”, prossegue. “Para interromper o início de uma espiral de preços e salários, os bancos centrais provavelmente aceitarão uma recessão. As recentes esperanças do mercado de ações de uma aterrissagem suave e de evitar uma recessão podem ser equivocadas. Os riscos de uma recessão mais profunda e mais longa estão crescendo diariamente”, avalia Schramm-Fuchs.

Diretor de Redação do Monitor Mercantil


quinta-feira, 9 de junho de 2022

A concentração de renda é um projeto

Quinta, 9 de junho de 2022


A concentração de renda é um projeto

Desde 2015, população empobrece.

8 De Junho De 2022

Se o golpe finalizado em 2016 tinha como alvo central impedir um Brasil independente, que tinha no pré-sal e no Brics dois caminhos de autonomia, o efeito secundário que teve na concentração de renda não é desprezível:

– 38,22% dos trabalhadores ganhavam até 1 salário mínimo no 1º trimestre de 2022 (em 2015 eram 27,6%)

– foi praticamente extinto o programa de aquisição de alimentos (Alimenta Brasil, ex PAA): recursos de R$ 430 milhões em 2014 despencaram para R$ 58,9 milhões em 2021

– a fome disparou e atinge 33,1 milhões, voltando aos anos 1990

– a previdência privada está em alta, com a Reforma da Previdência e o represamento de pedidos no INSS

Não são situações isoladas; algo assim, diria Darcy Ribeiro, é um projeto.


Beato Salu

No final do século passado, em conversa com o colunista, o atual ministro Paulo Guedes vaticinou que comunicação e educação seriam os grandes negócios do século 21. Ao defender mensalidades nas universidades públicas e ampliação das bolsas (pagas com renúncia fiscal) nas instituições privadas, parece até que Guedes quer tornar a profecia autorrealizável.