Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
Mostrando postagens com marcador mujica. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mujica. Mostrar todas as postagens

sábado, 18 de novembro de 2017

"A vida humana não pode se resumir a trabalhar, pagar contas e fazer dívidas, como propõe o capitalismo"

Sábado, 18 de novembro de 2017
No primeiro dia da Jornada, movimentos denunciaram o retrocesso dos direitos trabalhistas no Brasil e na Argentina

Por Brasil de Fato / Foto: commons.wikimedia.org
e Portal ContextoExato
 
"A vida humana não pode se resumir a trabalhar, pagar contas e fazer dívidas, como propõe o capitalismo. Defender o tempo livre e a liberdade é uma questão de princípios". A declaração do ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica foi feita nesta quinta-feira (16) durante a Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo.

domingo, 23 de julho de 2017

Me dá pena, pena pelo Brasil, diz Mujica sobre manobra para salvar Temer na Câmara

Domingo, 23 de julho de 2017
Da BBC
Me dá pena, pena pelo Brasil, diz Mujica sobre manobra para salvar Temer na Câmara
É um cenário que coloca o Brasil, na visão internacional, como uma república muito desprestigiada

Por BBC Brasil Foto: Reprodução/Divulgação/YouTube 
Blog do Sombra



O ex-presidente do Uruguai e atual senador José 'Pepe' Mujica, de 82 anos, classifica como "triste" o fato de que se tenha trocado integrantes da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara para garantir a rejeição do parecer que recomendava o avanço da denúncia por corrupção passiva contra Michel Temer.

"Tudo isso é muito triste. É um cenário que coloca o Brasil, na visão internacional, como uma república muito desprestigiada. O Brasil não merece isso", afirma em entrevista à BBC Brasil. É, diz, algo que lhe faz sentir "pena".

"Me dá pena. Pena pelo Brasil por ver o que aconteceu com uma comissão que estava estudando as eventuais acusações, em que tiveram que mudar a composição dessa comissão. E tudo indica que houve muita influência para poder colocar gente que não decepcionasse o governo."

sábado, 30 de janeiro de 2016

Guerrilheiro, preso político, companheiro presidente: ele não vendeu sua alma. E lavou a nossa!

Sábado, 30 de janeiro de 2016
Do Blogue Náufrago da Utopia
Por Celso Lungaretti

"Tive de aguentar 14 anos em cana (…). Nas noites que me davam um  colchão eu me sentia confortável. Aprendi que se você não  pode ser feliz com poucas coisas, você não vai  ser feliz com muitas coisas." .
"Eu não sou pobre, eu sou sóbrio, de bagagem leve. Vivo com apenas o suficiente para que as coisas não roubem minha liberdade."

"O que é que chama a atenção mundial? Que vivo com pouco, numa casa simples, que ando num carrinho velho, essas são as notícias? Então este mundo está louco, porque o normal surpreende."
.
(frases do companheiro uruguaio José Mujica, que integrou o 
Movimento de Libertação Nacional - Tupamaros e nunca  abdicou dos valores morais de um revolucionário,  daí ter ficado conhecido como "o presidente  mais pobre do mundo")

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Mujica apaixona porque fala o óbvio: é preciso decência na política

Segunda, 31 de agosto de 2015 
Do El País Brasil 
Por  Felipe Betin
Aos 80 anos, a simplicidade do ex-mandatário uruguaio fascina uma juventude com novos valores e que exige mudanças

Leia outros artigos sobre José Mujica

José “Pepe” Mujica anda encurvado, devagar. Dirige um Fusca, veste um terno meio surrado, não corta a unha do pé, possui uma pança imensa e evita a todo o momento o contato visual. Sua fala é mansa, doce. Diz coisas óbvias, sensatas, que qualquer outro velho camponês poderia dizer. A última neste sábado, ao lado do ex-presidente Lula: “Os políticos devem aprender a viver como a maioria do país, não como a minoria”.
Suas palavras são pronunciadas, sílaba por sílaba, com a potência similar de um cisco no olho. Foram elas, acompanhadas de uma conduta pessoal que condiz com o que prega, que fizeram que esse ex-guerrilheiro, tão normal e tão humano, alcançasse a presidência do Uruguai em 2009 e o status de guru e filósofo internacional de toda uma geração. Sua simplicidade fascina, sua sabedoria assombra. Especialmente uma juventude com novos valores, menos materiais, e que exige mudanças. E tudo isso aos 80 anos de idade.
Mujica esteve no Brasil nesta semana e brilhou como um astro pop. Em tempos de tanta desilusão política, quase 10.000 jovens lotaram a concha acústica da UERJ —uma fã relatou ter chegado duas horas antes do ato para conseguir lugar, como em um concerto— apenas para ver um senhor normal, pacato, e escutar um show de sensatezes. Quase um sermão de avô. E a explicação para isso —a parte, claro, de que ele regularizou a maconha— é tão simples quanto suas palavras: existem determinados elementos do nosso cotidiano político que deixaram de ser naturais e se tornaram insultantes.
Só para ficar no âmbito da política brasileira: já não é natural que os cofres públicos de um país em desenvolvimento paguem 324.000 reais em 52 quartos de luxo e 17 carros para uma comitiva, como fez a presidenta Dilma Rousseff em Roma em 2013 para a missa inaugural do Papa Francisco. Ou que, em tempos de ajuste fiscal, haja uma fatura de 100.000 dólares em limusines nos Estados Unidos neste ano. É uma aberração que deputados, senadores e vereadores ganhem, somados todos os benefícios, quase 100.000 reais por mês, trabalhem três dias por semana e ainda perambulem com carros pretos de suas repartições pela cidade —e ainda querem proibir o Uber. Insulta ver Lamborghinis e obras de arte escondidas nas mãos de quem foi eleito para zelar pelo bem público.

mais informações

A austeridade de Mujica representa o contrário disso tudo. Ele dá um show de normalidade ao mesmo tempo em que toda essa normalidade acaba virando um show. “Um presidente não deve se confundir com um monarca”, disse neste sábado. Tão óbvio, né? Mas no Brasil talvez isso aconteça porque todo mundo vive num palácio: do Planalto, dos Bandeirantes, da Liberdade, da Guanabara...
Quando presidente, Mujica doava parte de seu salário, continuava a viver em sua chácara na periferia de Montevidéu, ia de Fusca para o trabalho, não usava gravata —às vezes nem sapato!— e ainda abria as portas do palácio presidencial no inverno para os moradores de rua. De quebra, apoiou a regularização da maconha, a liberalização do aborto e do casamento entre pessoas do mesmo sexo —já não é normal no Uruguai que as mulheres estejam proibidas a fazer o que querem e que as pessoas não possam se amar livremente, mas isso é papo para outro dia.
E não nos façamos de bobos: Mujica se identifica como um socialista, não renega suas origens de esquerda. Mas suas palavras são carregadas de uma sensatez tão sincera —perdão pela insistência— que até mesmo um conservador desprevenido acaba caindo na sua rede. Por exemplo: "Os estudantes tem que se dar conta que não é só uma mudança do sistema, é uma mudança de cultura, é uma cultura civilizatória. E não tem como sonhar com um mundo melhor se não gastar a vida lutando por ele. Temos que superar o individualismo e criar consciência coletiva para transformar a sociedade", disse na UERJ.
A notícia boa é que as pessoas estão, finalmente, cada vez mais seguras desse seu estado de saco cheio. Vários analistas e estudos coincidem que os protestos, estejam eles travestidos de esquerda (junho de 2013) ou de direita (2015), são claros ao repudiar o tipo de conduta dos políticos. Basta ver a quantidade de compartilhamentos nas redes sociais do Brasil de fotos do primeiro-ministro inglês David Cameron indo trabalhar de metrô. Dez entre dez analistas políticos vêm repetindo desde 2013: a cabeça do brasileiro mudou, mas os políticos ainda não entenderam isso. "O Brasil que foi às ruas é um país que quer que o político ande de ônibus, que seja igual ao que ele é", já explicava o cientista político Alberto Carlos Almeida, diretor do Instituto Análise, naquela época.
José Mujica e a prefeita de Madri, Manuela Carmena. / elvira megías (Ahora Madrid)
Mujica representa essa mudança de mentalidade não apenas no Brasil, mas no mundo todo. E já não está sozinho. A Espanha, que viveu massivos protestos em 2011 e só agora começa a sair da crise econômica, já colheu alguns frutos nas eleições municipais deste ano, ao eleger prefeitos e prefeitas de plataformas cidadãs nas principais capitais do país. Todos e todas com o mesmo perfil de Mujica. O caso de Madri é o mais emblemático. Em seu primeiro dia de trabalho, a prefeita e ex-juíza Manuela Carmena, de 71 anos, foi capa dos jornais por ir ao trabalho de metrô. Cortou salários, cargos, carros oficiais e outros privilégios. "Jamais poderia imaginar que os jovens depositariam suas esperanças em uma avó já aposentada como eu", chegou a dizer.
Existe um certo mal-estar generalizado e a juventude, do Brasil e de todo o mundo, pede o fim de “tudo isso que está aí”. Uma geração com novos valores e hábitos mais austeros que seus pais, que prefere viajar e compartilhar um carro ao invés de pagar caro por um. E o curioso é que, como nos casos de Mujica e Carmena, às vezes buscam a regeneração política nos cabeças brancas porque não se encontra quem entendeu o recado nem entre as novas lideranças. Afinal, não se trata de pegar em armas e mudar todo o sistema. A revolução que exigem é silenciosa: se chama decência.

domingo, 25 de maio de 2014

Governo vai investir primeiro em educação, segundo em educação, terceiro em educação. Não é o governo da Dilma, infelizmente. É o do Mujica, o uruguaio que sabe o que diz e o que faz

Domingo, 25 de maio de 2014

"Vamos investir primeiro em educação, segundo em educação, terceiro em educação. Um povo educado tem as melhores opções na vida, e é muito difícil que os corruptos mentirosos os enganem.”

(O Bahia em Pauta, editado pelo excelente jornalista Vitor Soares,  bem assinalando as palavras de José Mujica, presidente do Uruguai, estadista "com a sabedoria de quem sabe o que diz e o que faz")
Enquanto aqui, no Brasil, o governo continua como vira-lata, sem saber o que diz e muito menos o que faz. Bilhões e bilhões de reais que deveriam ser aplicados na educação, não o são. Vai para a construção de elefantes brancos, estádios, para a copa da Fifa.
Há uma diferença entre lá e cá, com certeza.

sábado, 18 de maio de 2013

Mujica rejeita título de “presidente mais pobre do mundo”

Sábado, 18 de maio de 2013
 Do Opera Mundi
Para chefe de Estado uruguaio, "pobre é quem precisa muito para viver"

O presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou em entrevista concedida nesta sexta-feira (17/05) à rede estatal chinesa Xinhua que não concorda com o título que lhe foi atribuído pela imprensa internacional de “presidente mais pobre do mundo”, em razão de seu estilo de vida simples. Segundo ele, esse título é incorreto porque “pobres são aqueles que precisam de muito para viver”. Segundo ele, sua vida austera tem como objetivo “manter-se livre”.

“Eu não sou pobre. Pobre são aqueles que precisam de muito para viver, esses são os verdadeiros pobres, eu tenho o suficiente”, afirmou.

"Sou austero, sóbrio, carrego poucas coisas comigo, porque para viver não preciso muito mais do que tenho. Luto pela liberdade e liberdade é ter tempo para fazer o que se gosta”, disse o presidente. Ele considera que o indivíduo não é livre quando trabalha, porque está submetido à lei da necessidade. "Deve-se trabalhar muito, mas não me venham com essa história de que a vida é só isso".

Assim como já fez com outros correspondentes internacionais, Mujica recebeu a equipe de reportagem chinesa em sua modesta propriedade rural em Rincón del Cierro, nos arredores de Montevidéu, ao lado dos cães e galinhas que cria e alimenta todos os dias.
Agência Efe (16/05)

 Presidente uruguaio recebe jornalistas em sua propriedade rural nos arredores de Montevidéu

Aos 77 anos, Mujica doa 90 % de seu salário de 260.000 pesos uruguaios (quase 28 mil reais) a instituições de caridade. Não possui cartão de crédito nem conta bancária. Sua lista de bens em 2012 inclui um terreno de sua propriedade e dois com os quais conta com 50% de participação, todos na mesma área rural – diz ter alma de camponês, e se orgulha de sua plantação de acelgas, e já pensa em voltar a cultivar flores.
 
Possui dois velhos automóveis dos anos 1980 (entre eles um Fusca com o qual vai ao trabalho) e três tratores. 

Segundo o presidente uruguaio, essa opção de vida foi gestada durante os anos em que viveu preso sob duras condições (1972-1985) em razão de sua atividade como guerrilheiro como membro do MLN-T (Movimento de Libertação Nacional - Tupamaru), movimento que lutou contra a ditadura militar.
 
"Por que cheguei a esse ponto? Porque vivi muitos anos em que, quando recebia um colchão à noite para dormir já me dava por contente. Foi quando passei a valorizar as coisas de maneira diferente”, disse ele sobre seus tempos de cárcere, quando disse ter passado a conversar com rãs e formigas para “não enlouquecer”.
 
Ele afirmou duvidar que a próxima eleição presidencial, marcada para 2014, vá atrapalhar sua gestão, e se diz animado com um projeto pessoal para quando deixar o Executivo, em março de 2015: "Quando terminar esse trampo (changa em espanhol, referindo-se à Presidência) que tenho agora, vou me dedicar a fazer uma escola de trabalhos rurais nesta região”.
 
"O governo funcionará até o último dia, mas já adianto que após as eleições os governos uruguaios costumam tomar medidas de impacto”, quando espera avançar medidas de infraestrutura sobre portos em águas profundas e a renovação da rede ferroviária, além da lei de regulação da mídia.
 
Quando perguntado se após deixar o governo ele tentará acumular fortuna, ele disse: “Depois terei de gastar tempo para cuidar do dinheiro e muito mais tempo da minha vida para ver se estou perdendo ou ganhando. Não, isso não é vida”, enfatizou.

Comentário do Gama Livre: Esse é que é o verdadeiro cara.