Domingo, 25 de setembro de 2011
Da Opera Mundi
Entre 1958 e 1962, o serviço secreto da Alemanha Ocidental
espionou o líder cubano Fidel Castro e, para isso, utilizou os serviços
de um criminoso nazista. Walter Rauff era o responsável pelas unidades
móveis de câmaras de gás utilizadas pelo regime nazista na Polônia e na
Ucrânia.
Após o fim da Segunda Guerra, Rauff
fugiu de um campo de prisioneiros e se estabeleceu no Chile, onde foi
contatado pelo serviço secreto alemão. As revelações foram feitas neste
domingo (25/09) pela revista Der Spiegel, com base em documentos
oficiais tornados públicos recentemente.
Os papéis revelam que a espionagem alemã conhecia o papel de Rauff
durante o nazismo. Apesar disso, o recrutou com a missão de fornecer
informações sobre Fidel Castro. Em troca dos serviços, Rauff percebeu 70
mil marcos alemães e foi avisado a tempo de destruir todos os seus
documentos quando a Polícia o prendeu em Punta Arenas em 1962. Ele foi
capturado a partir de um pedido da justiça alemã, que o acusava pela
execução de 98 mil prisioneiros durante o nazismo.
O processo acabou arquivado, porque a justiça chilena considerou que os
crimes haviam prescrito por ter passado mais de 15 anos. Ele morreu em
1984 no Chile, onde passou os últimos anos de vida, parte deles
protegido pelo regime de Augusto Pinochet.