Sexta, 23 de setembro de 2011
Da Fasubra
Mesmo
 diante de todos os protestos, mobilizações em todos os estados que 
possuem HU´s, intervenção de deputados, atos públicos, e nem mesmo 
apelar para o bom senso e compromisso social de deputados federais foram
 suficientes para barrar o PL 1749/2011 na Câmara dos Deputados na noite
 do dia 20 de setembro.
Depois de mais de oito meses de luta contra a privatização dos HUs, as 
manobras do Governo Federal junto aos deputados surtiram o efeito que os
 técnico-administrativos em educação tanto combateram e, por 240 votos a
 favor e 112 contra, a Câmara aprovou o substitutivo do Deputado Danilo 
Forte ao PL 1749/2001, que cria a Empresa Brasileira de Serviços 
Hospitalares – EBSERH.
O processo de votação começou na Comissão Especial que avaliou o 
relatório sob intensas críticas e manifestações de integrantes da 
categoria que foram impedidos pela segurança daquela casa, de adentrar 
ao plenário da comissão.
A categoria ficou fora do Plenário 9, no corredor que dá acesso às 
comissões, cercada por seguranças da Polícia Legislativa que tinha a 
missão de evitar a obstrução da votação pela categoria, como ocorreu na 
semana passada, e no dia 31 de agosto quando a direção FASUBRA e membros
 do Comando Nacional de Greve inviabilizaram as reuniões da comissão, 
forçando o adiamento da votação.
Do lado de fora da Câmara, mais manifestantes tentavam burlar a 
segurança para entrar naquela Casa Legislativa, sem, no entanto, obter 
resultado. A ordem era de impedir qualquer protesto que prejudicasse a 
votação tanto na Comissão, quanto no Plenário da Câmara onde a matéria 
estava na ordem do dia. A estratégia utilizada pelo presidente da 
Comissão Especial, deputado Rogério Carvalho, deu certo, e às 16h17, foi
 aprovado o relatório na Comissão, que posteriormente o enviou ao 
Plenário, ou seja, a ordem do governo era votar a matéria e criar a 
empresa a qualquer custo.
Nem assim a categoria se deu por vencida e permaneceu na Câmara, até o
 início da sessão ordinária onde o pleno votaria a matéria, em mais uma 
tentativa de convencer os deputados federais de que os HU’s são 
patrimônio da sociedade e fundamental para que o elo entre 
ensino/pesquisa/extensão, autonomia universitária e assistência à saúde 
fosse mantido.
Alternativa – Agora a opção que resta aos trabalhadores (as) é 
direcionar a pressão aos senadores da República, que vão atuar na 
revisão do PL, como estabelece o regimento do Congresso Nacional, sem 
esquecer de fazer amplas denúncias em todo o Brasil dos deputados que 
entregaram HUs à iniciativa privada.
MP e PL – A iniciativa de criação da EBSERH surgiu com o presidente 
Lula através da MP 520/2010, mas felizmente não surtiu efeito prático. 
Depois veio o PL 1749/2011, ambas ações do Governo Federal tentaram se 
ajustar às recomendações do Tribunal de Contas da União feitas em 2008, à
 época o TCU exigiu do governo a regularização da situação trabalhista 
de mais de 26 mil trabalhadores que atuam nas fundações de apoio das 
universidades, ou seja, o governo encontrou o atalho mais fácil, 
desvincular os HUs das universidades e se desobrigar dos investimentos à
 educação e a saúde públicas, sob pena de severos prejuízos à população 
usuária dessas unidades hospitalares.
Um dos piores vértices da EBSERH, que inaugura o processo de 
privatização nos HUs, é a possibilidade de contratação de pessoal 
celetista, portanto fora do regime jurídico único dos servidores 
públicos, fato que a FASUBRA vem combatendo por defender concurso 
público nos moldes do regime jurídico.
Segundo o PL, os atuais 53 mil trabalhadores técnico-administrativos 
que atuam nos hospitais universitários deverão ser cedidos à EBSERH, 
preservando, em princípio os direitos e vantagens que ora possuem. Já o 
pessoal contratado irregularmente poderá ser recontratado pela EBSERH 
temporariamente e por um prazo máximo de 5 anos, período em que deverão 
ser realizados concursos públicos de provas e títulos para contratação 
de novos empregados públicos, em regime celetista.
A sociedade brasileira perdeu duramente a primeira 
batalha, mas no que depender da FASUBRA Sindical e de todos os 
sindicatos filiados, continuaremos lutando na perspectiva de 
conseguirmos salvar os HUs das garras da privatização.
 
 
 
