Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Se beber, não dirija. Peça ajuda ao coronel e entregue o volante ao PM

Segunda, 26 de setembro de 2011
Tem coisas que nos levam a comparar Brasília ao mais distante grotão do país.

Possuímos agora uma lei sancionada pelo governador Agnelo Queiroz, a de número 4.633, publicada no Diário Oficial do DF de 26 de agosto passado. Ela obriga os bares, restaurantes, boates, lanchonetes e similares (bordéis também?) do Distrito Federal a fazer constar em cardápios e panfletos de propaganda “em local visível e com destaque” a frase de advertência “SE BEBER, NÃO DIRIJA”. E o texto em caixa alta.

Pela letra fria da lei, até mesmo vendedor de churrasquinho agora vai ter que colocar na sua propaganda, no seu cardápio, a frase copiada por um deputado distrital. A lei foi de iniciativa do deputado Cristiano Araújo (PTB).

Mas o que mais iguala Brasília a um grotão deste imenso país não é exatamente a falta de criatividade do deputado. É que nos grotões vereadores propõem uma determinada conduta, mas não a observam. Aqui isso acontece com deputado distrital.

O deputado Cristiano Araújo esteve envolvido num problema de trânsito que aconteceu em Brasília na madrugada de 22 de novembro de 2007. Teria ele, segundo os registros policiais, dirigido na contramão e aparentava estar embriagado. O deputado confessou que tinha jantado com amigos e que havia “bebido um pouco”. Mas logo ele, como pôde depois de beber dirigir?

Caso fosse um cidadão comum teria sido preso, levado à delegacia, autuado e respondido a processo. Mas ele não é qualquer um, é “sua excelência”. Foi salvo com o apelo que fez ao coronel Edson, da PM, chefe da Casa militar do governo Arruda (cruz credo!). Além de escapar da prisão, arranjou um motorista. Um PM, a quem o coronel orientou para ajudá-lo. O caso aconteceu nas proximidades do Conjunto Nacional Brasília, no centro do Plano Piloto. O deputado foi levado até a sua casa no Lago Sul.

É isso aí, faça o que eu mando, não o que eu faço.

Se quiser ver os registros da ocorrência, clique aqui.

Veja aqui uma absurdda proposta de lei do deputado. Ideia autoritária e antidemocrática.