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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 22 de maio de 2017

A justificativa de Aécio para pedir dinheiro foi usada como desculpa pelo primo caso fosse pego pela polícia

Segunda, 22 de maio de 2017
Em conversa gravada, seu primo, ao receber o dinheiro, disse que diria que se fosse pego pela polícia iria usar como desculpa justamente a venda de um imóvel.
 
Por Filipe Coutinho-BuzzFeed New/Foto Lula Marques/AGPT
Blog do Sombra
 
Aécio disse que queria vender um apartamento a Joesley. Em conversa gravada, seu primo, ao receber o dinheiro, disse que diria que se fosse pego pela polícia iria usar como desculpa justamente a venda de um imóvel.

Ao ser flagrado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS, o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) disse que tentou vender um apartamento ao delator, como forma de levantar recursos para pagar sua defesa.

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Segundo o senador, ele foi vítima de uma armação. Assim falou a defesa de Aécio:
 
"Foi proposta, em primeiro lugar, a venda ao executivo de um apartamento de propriedade da família. O delator propôs, entretanto, já atendendo aos interesses de sua delação, emprestar recursos lícitos provenientes de sua empresa, o que ocorreu sem qualquer contrapartida, sem qualquer ato que mesmo remotamente possa ser considerado ilegal ou mesmo que tenha qualquer relação com o setor público".

Depois dessa conversa, o tucano mandou seu primo Frederico Medeiros pegar o dinheiro _ ele acabou preso, sem prazo para sair.
 
Fred, como é chamado, foi gravado por Ricardo Saud, responsável por entregar o dinheiro a mando de Joesley.
 
O primo de Aécio também cita a venda de um imóvel ao delator. Mas não era uma negociação. Era a maneira de enganar a polícia, caso fossem pegos.
 
Primeiro, Fred pensa na hipótese de ser pego em flagrante. Num blitz, por exemplo.

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Reprodução
 
Depois, ele começa a bolar um plano para casso pego. A ideia era justamente dizer que era a negociação de um imóvel.

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Sempre nervoso, o diálogo logo se encerra, com um apelo à proteção de Deus.

Fred estava sendo gravado. Agora, está preso.