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(Millôr Fernandes)

domingo, 21 de maio de 2017

Liberação de contas inativas do FGTS não aquece a economia

Domingo, 21 de maio de 2017
Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
A liberação das contas inativas do FGTS não trará o impacto esperado de impulsionar a economia nacional ou do DF. Mesmo assim, o presidente Temer tenta conquista simpatia da opinião pública com a medida.

No período em que deveria ser vivenciado um melhor desempenho econômico, houve queda nas vendas e alta do desemprego.

Por Chico Sant’Anna
A Caixa Econômica Federal liberou até o dia 10 de maio R$ 16,855 bilhões em saldos das contas inativas do FGTS. Até agosto, o montante global deve chegar a 43 bilhões. Esses recursos, segundo o governo Temer, deveriam propiciar um crescimento extra na economia brasileira de 0,3 ponto percentual. Parece pouco, mas sem o FGTS, os economistas estimavam uma alta do PIB um terço menor, de apenas 0,6%. Mas a medida, considerada como demagógica por alguns, está longe de fazer a economia crescer o esperado. Quem mais se beneficia são, como sempre, os bancos e financeiras.

Essa mesma realidade se aplica em Brasília. Aqui, cerca de 191 mil trabalhadores já sacaram R$ 322 milhões, aproximadamente. Cada um levou pra casa cerca de R$ 1.686,00. O comércio tinha grandes expectativas em relação a esse dinheiro e esperava alavancar o setor. Mas nem com a ajuda do coelhinho da Páscoa, a liberação do FGTS melhorou o cenário. Pelo contrário, a crise ainda está feia. Levantamento da Fecomércio aponta que em março as vendas do comércio brasiliense registraram queda de 2,83%, na comparação com fevereiro. Até o comércio de bebidas sentiu a ressaca (-5,17%). Se a situação candanga for comparada a março de 2016, o declínio sobe para 5,30%.

“A movimentação da Páscoa e da liberação do saque das contas inativas do FGTS não foram suficientes para sustentar as vendas de março, mesmo com estratégias focadas em ofertas e produtos mais fracionados e mais baratos”, ressalta Adelmir.