Sábado, 3 de março de 2018
Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
Na maior parte dos casos, o destino é o artesanato. Seja para embalar novos conteúdos, doces, compotas, pastas…, seja para a criação de peças decorativas. Os grupos utilizam redes sociais, onde são mostradas embalagens de vidros disponíveis ou desejadas. Só combinar a retirada. Tudo de graça. Pode ser garrafa, vidro de perfume, de medicamentos, potes, só não pode vidros quebrados e planos.
Por Chico SantAnna
Indignados com a falta de destino sustentável para os resíduos em vidros descartados, brasilienses se organizam para dar novos usos às embalagens. Brasília produz diariamente 150 toneladas diárias de lixo em vidros. Embora a lei nº 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, defina que o vidro deve estar dentro do princípio da logística reversa – quem vende produtos embalados com vidro se responsabiliza em recolher e dar destino adequado ao material – na Capital Federal inexiste estrutura que dê vazão a tanto lixo vítreo. A quase totalidade vai parar nos aterros sanitários, inclusive no recém-inaugurado de Samambaia. Sai bem mais barato enterrar, cerca de R$ 63,00 a tonelada, do que reciclar, R$ 140,00 a 160,00, a tonelada.
Os grupos utilizam redes sociais, onde são mostradas embalagens de vidros disponíveis ou desejadas. Só combinar a retirada. Tudo de graça. Pode ser garrafa, vidro de perfume, de medicamentos, potes, só não pode vidros quebrados e planos. Algumas pessoas disponibilizam seus endereços para servir como entreposto.
Na maior parte dos casos, o destino é o artesanato. Seja para embalar novos conteúdos, doces, compotas, pastas…, seja para a criação de peças decorativas. Com criatividade, um pote de maionese ou de geleia se transforma em candelabro. Como diz Célia Akiko, residente no Park Way, “tudo é muito fácil de fazer: você pega uma taça que quebrou e cola um pingente, um enfeite, uma pedra, um pedaço de madeira… e tudo se recria, se transforma.”