Quarta, 26 de julho de 2023
Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
Nos últimos quatro anos, quatorze antas foram atropeladas nas imediações da Granja do Torto, Reserva Biológica da Contagem e do Parque Nacional. Duas delas eram fêmeas gravidas. No local faltam redutores de velocidade, sinalização de “patadestre”, roçagem das laterais das vias, melhoria na iluminação, e conscientização dos motoristas de que ali é uma região de travessia constante de animais.
Por Chico Sant’Anna
Imaginem um país onde 475 milhões de habitantes morrem todos os anos por atropelamento. Impressionante taxa de 1,3 milhão de mortes por dia. Esse país tem nome: Brasil Animal e essas estatísticas se referem apenas a animais silvestres vertebrados, não computam invertebrados, como abelhas e aranhas. A capital desse país, também não foge à regra. De 2010 a 2015, 5,3 mil animais silvestres foram atropelados em Brasília.
Paradoxalmente, os animais viram vítimas das áreas contíguas às unidades de conservação, onde deveriam se sentir mais seguros. É nas rodovias que circundam essas áreas que acontece a grande quantidade de atropelamentos, aponta Tathiana Bagatini, em sua dissertação de mestrado em Ecologia, na UnB. A pesquisa é de 2006, dezessete anos depois, a realidade não mudou. Prova disso são antas que se beneficiam do corredor ecológico proporcionado pela proximidades entre a Reserva Biológica da Contagem, o Parque Nacional e a Granja do Torto. O risco é a rodovia DF-001, também conhecida como Estrada Parque Contorno.
