Francisco Eduardo Almada Prado
“ Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."
(Millôr Fernandes)
quarta-feira, 17 de setembro de 2025
O preço da Omissão
Francisco Eduardo Almada Prado
Absurdo —Deputado do PL diz que alunos da UnB estão sendo moldados para ‘matar quem pensa diferente’; Reitoria e DCE repudiam
Declaração foi feita em referência à morte do jovem Charlie Kirk nos EUA
Durante a sessão ordinária desta terça-feira (16) na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), o deputado distrital Thiago Manzoni (PL-DF) disse que alunos da Universidade de Brasília (UnB) estão sendo moldados no ambiente acadêmico para “matar quem pensa diferente”. O parlamentar fez referência à morte do influenciador de extrema direita Charlie Kirk, executado na última quarta-feira (10) em um evento universitário nos Estados Unidos (EUA).
O distrital afirmou que teria sido agredido verbalmente por estudantes quando fez uma visita ao Campus da UnB no semestre passado e encontrou uma imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro morto de cabeça para baixo. Ao filmar a cena, ele alega ter recebido ameaças.
terça-feira, 16 de setembro de 2025
TJDFT mantém condenação de paciente por perseguição contra enfermeira
Terça, 16 de setembro de 2025
A 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) manteve condenação de homem por perseguir enfermeira do Hospital Regional de Taguatinga (HRT). O colegiado confirmou pena de nove meses de reclusão, em regime aberto, por crime de perseguição.
O condenado era paciente de hemodiálise no HRT e passou a frequentar o hospital repetidamente mesmo sem sessão marcada para o tratamento. Entre julho e agosto de 2023, ele procurava constantemente pela enfermeira em seu local de trabalho, inclusive nos dias de folga. A profissional relatou que o homem declarou interesse amoroso, mas ela esclareceu ser casada e não ter interesse pessoal.
Mesmo com a recusa, o paciente intensificou as tentativas de aproximação. Levava presentes que não eram aceitos, enviava mensagens insistentes pelo WhatsApp e questionava outros funcionários sobre os horários da enfermeira.
segunda-feira, 15 de setembro de 2025
Moraes pede explicações sobre escolta que levou Bolsonaro ao hospital
No domingo, ex-presidente deixou prisão domiciliar para procedimento

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (15) que a Polícia Penal do Distrito Federal envie explicações sobre o motivo de não ter sido realizado o "transporte imediato" do ex-presidente Jair Bolsonaro para casa, onde ele cumpre prisão domiciliar, logo após realização de procedimento médico e exames em um hospital de Brasília.
De acordo com a decisão, a Polícia Penal terá prazo de 24 horas para dar explicações.
“Oficie-se à Polícia Penal do Distrito Federal para que, no prazo de 24 horas, envie aos autos relatório circunstanciado sobre a escolta realizada, com informações do carro que transportou o custodiado, agentes que o acompanharam no quarto e o motivo de não ter sido realizado o transporte imediato logo após a liberação médica”, decidiu.
Frei Tito foi voz, martírio e memória contra a tortura
Justiça ou instrução salvam o Brasil da permanente colonização
Segunda, 15 de setenbri de 2025
Foto: Gustavo Moreno/STF/Foto sala de aula, reprodução
Pedro Augusto Pinho*
Postado originalmente no Pátria Latina
“Como de hábito na Terra de Santa Cruz, a conspirata golpista envolveu os “homens de bem”, tal como os parlamentares do Centrão. Esses senhores, eleitos pelos ressentidos, patrocinam o Projeto Lei da Anistia. Assim como em 1964, a galera golpista deita falação sobre democracia” e “Bolsonaro não tem empatia, sua personalidade de homem humilhado e fracassado exige confronto permanente com tudo e com todos. Com a cabeça no travesseiro ele sofre as dores do sentimento de inferioridade cevado nos baixios de sua ignorância” (Luiz Gonzaga Belluzo, “O STF e a defesa da democracia”, Carta Capital, Edição Especial, Ano XXXI nº 1379, 17 de setembro de 2015).
“UM DIVISOR DE ÁGUAS NA HISTÓRIA DO BRASIL”, LUÍS ROBERTO BARROSO
O professor da Universidade de Yale, Roberto Sabatino Lopez, em sua “Naissance de l’Europe” (1962), escreve no Prefácio: “O termo “Idade Média” deve ser o mais desastrado de todos esses inúmeros rótulos que nós, historiadores, continuamos por hábito a opor a cortes arbitrários do passado. Porque toda época é, se quisermos, uma “idade média”, uma transição entre passado e futuro. Aquela a que chamamos medieval – o milênio entre o IV e o XIV séculos – só foi transição verdadeira entre a agonia da civilização mediterrânea clássica e a gestão da civilização europeia moderna”.
domingo, 14 de setembro de 2025
Morre o “bruxo” da música brasileira: artistas e famosos homenageiam Hermeto Pascoal
Em defesa do golpe —Audiência Pública na Câmara do DF relativiza crimes do 8 de janeiro e ataca STF em nome da ‘fé e família’
sábado, 13 de setembro de 2025
Devastação —Dossiê denuncia ecogenocídio no Cerrado com conivência do Estado e avanço do agronegócio; bioma já perdeu mais de 100 milhões de hectares
Truculência —Professora é presa após gravar abordagem policial em colégio no DF
sexta-feira, 12 de setembro de 2025
Voto de Fux foi ‘premeditado e incendiário’, diz procurador; líder do MST vê anistia ‘inviável’
Os três grandes motores da insegurança alimentar
Por Ricardo Abramovay Publicado 11/09/2025
A COP30 é uma excelente oportunidade para que se redefina a segurança alimentar, até aqui sistematicamente associada a produzir cada vez mais. No entanto, as conquistas científicas e os dispositivos tecnológicos, que foram fundamentais para o aumento das safras e a drástica redução da fome na segunda metade do século XX, se converteram hoje na mais importante ameaça à segurança alimentar global. O que nos ameaça não é mais a escassez. É o excesso.
O sistema agroalimentar global é marcado por uma tríplice separação: a agricultura separou-se da biodiversidade; as factory farmings separaram os animais de criação das fontes de sua alimentação e a alimentação se separou da saúde. Esta tríplice separação se exprime, por sua vez, numa tríplice monotonia.
A primeira monotonia é a da agricultura. A humanidade conhece mais de sete mil produtos comestíveis, dos quais quatrocentos são cultiváveis. No entanto, 75% de nossa alimentação vem de apenas seis produtos: soja, milho, trigo, cana-de-açúcar, arroz e batata. E estes produtos são obtidos com base em técnicas que transformaram microorganismos, insetos, fungos e, de forma geral, a biodiversidade em inimigos a serem eliminados por meio de técnicas que fazem do combate à vida a base do aumento da produtividade. Esta é a dupla face da monotonia agrícola e do excesso que a caracteriza: ela se revela nos produtos e nas técnicas para obtê-los.
Um julgamento histórico e o labirinto das circunstâncias
Roberto Amaral *
Mas isto ainda não é tudo. O julgamento é também relevante pelo que encerra como defesa do sistema democrático-representativo, reacendendo brios esquecidos. Pode mesmo indicar o ponto de partida da recuperação do poder civil, tão aviltado pela preeminência da vontade da caserna, expressa nos tantos putsches, golpes de Estado e ditaduras que promoveu.
Trata-se, pois, de julgamento merecedor do adjetivo de histórico e, fora de dúvida, já pode ser considerado como o mais significativo da vida republicana do STF. É, portanto, um fato novo, tanto quanto alvissareiro, pelo que promete. Mas não se completa em si mesmo, e este é o desafio que desponta, porque não é pequeno nem ameno o caminho a percorrer.
quinta-feira, 11 de setembro de 2025
Culpado por golpe —Com voto de Zanin, Bolsonaro é condenado por 4 x 1
'Bolsonaro foi o principal articulador e maior beneficiário dos atos executórios', declarou o ministro
Ministro Cristiano Zanin foi o última a votar e forma maioria para condenação de Bolsonaro e outros sete réus - Gustavo Moreno/SCO/STF11.set.2025 às 18h29
Brasília (DF)
Luiza Melo
Após o voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e demais réus na tentativa de golpe de Estado, fixou no placar quatro votos favoráveis e um contrário. O magistrado foi o quinto e último da Primeira Turma a votar nesta quinta-feira (11).
“Os acusados objetivavam romper com o Estado democrático de direito, valendo-se deliberadamente e da concertação expressa a um desejado uso das Forças Armadas”, afirmou.
Seguindo os seus pares, assim como Moraes e Cármen Lúcia, o magistrado avaliou que Bolsonaro era o líder da organização criminosa: “Foi ele [Bolsonaro] o principal articulador e maior beneficiário dos atos executórios voltados à tentativa de ruptura do Estado democrático de direito, tendo atuado para instrumentalizar a presidência da República, a fim de seminar narrativas falsas sobre o sistema eleitoral num primeiro momento e depois para optar o apoio das Forças Armadas a fim de promover um golpe de estado.”
Segundo Zanin, o ex-presidente incitou publicamente a população a agir contra as instituições constituídas da República.
Após a conclusão dos votos, os ministros irão fixar a dosimetria da pena na sexta-feira (12). O tempo de pena será analisado de forma individualizada, aplicando agravante de acordo com o nível de participação de cada indivíduo nas ações criminosas.
O julgamento é inédito na história do Brasil. É a primeira vez que um ex-chefe do Executivo e militares de alta patente sentaram nos bancos dos réus por tentativa de golpe de Estado.
Maioria formada
A maioria pela condenação foi formada com o voto da ministra Cármen Lúcia, no início da tarde desta quinta-feira. Em seu voto, a magistrada afirmou que “Jair Messias Bolsonaro praticou os crimes que são imputados a ele na condição de líder da organização criminosa. Ele não foi tragado para o cenário das insurgências. Ele é o causador, ele é o líder de uma organização que promovia todas as formas de articulação alinhada para que se chegasse ao objetivo da manutenção ou tomada do poder”.
Foram condenados os réus: Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; o ex-presidente Jair Bolsonaro; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; Walter Braga Netto, ex-chefe da Casa Civil; e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Voto divergente
Apesar de a maioria do colegiado ter votado a favor da condenação dos réus, houve divergência no entendimento do ministro Luiz Fux. Para ele, a Suprema Corte era incompetente para julgar o caso, tese também sustentada pelas defesas dos acusados.
Em um voto que durou 14 horas, o magistrado defendeu a tramitação do processo na primeira instância, já que os réus perderam os seus cargos e, por isso, não poderiam ser julgados como se tivessem foro privilegiado.
“Concluo, assim, pela incompetência absoluta do Supremo Tribunal Federal para o julgamento deste processo, na medida em que os denunciados já haviam perdido os seus cargos. E, como é sabido, em virtude da incompetência absoluta para o julgamento, impõe-se a declaração de nulidade de todos os atos decisórios praticados. De sorte, senhor presidente, que a minha primeira preliminar anula o processo por incompetência absoluta”, disse.
O voto gerou reações diversas, inclusive para o plenário. Por um lado, Fux votou a favor da condenação do delator Mauro Cid e do ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto e julgou inocente o ex-presidente Jair Bolsonaro.
CULPADO —Voto de Cármen Lúcia decreta condenação de Jair Bolsonaro por liderar trama golpista
Pela 1ª vez na história do Brasil, militares de alta patente são responsabilizados por atentarem contra a democracia
11.set.2025 às 16h01
Pouco depois das 15h desta quinta-feira (11), o voto da ministra Cármen Lúcia formou maioria para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados réus pela trama golpista. Em seu voto, a ministra afirmou que “Jair Messias Bolsonaro praticou os crimes que são imputados a ele na condição de líder da organização criminosa. Ele não foi tragado para o cenário das insurgências. Ele é o causador, ele é o líder de uma organização que promovia todas as formas de articulação alinhada para que se chegasse ao objetivo da manutenção ou tomada do poder”.
E continuou: “há prova cabal que o grupo liderado por Jair Messias Bolsonaro e composto por figuras-chave do governo desenvolveu e implementou plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas com a finalidade de prejudicar a alternância legítima de poder nas eleições de 2022, minar o livre exercício dos demais Poderes constitucionais, especialmente do Poder Judiciário.”