Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

🍞 O que olhar quando comprar pão de forma?

Quarta, 22 de outubro de 2025
Caso não esteja visualizando corretamente esta mensagem, acesse este link
 
 
Cabeçalho | Tá na Mesa - Idec - Sua porção semanal de alimentação saudável e sustentável

Ele entra nas casas brasileiras com o pretexto de ser um aliado da rotina, da alimentação saudável e das refeições intermediárias, como os lanches.

Hoje vamos falar do pão de forma destrinchando as informações contidas nos rótulos para te auxiliar a fazer melhores escolhas. Vem com a gente!

GIF animado - Destaque

O pão de formato retangular, sabor quase neutro e com fatias uniformes é uma invenção atribuída aos estadunidenses da década de 1920.

Por aqui, ele surgiu mais tarde, por volta de 1950 e, desde então, está muito associado a refeições intermediárias, como café da manhã e lanches combinando recheios doces e salgados.

No entanto, apesar da imagem de alimento “caseiro” e “saudável” que muitas marcas tentam transmitir, a maioria dos pães de forma encontrados nas prateleiras dos supermercados, adivinhem só? Pertencem à categoria dos ultraprocessados.

A fórmula, pensada para garantir maciez e durabilidade, se distancia da ideia original de pão, aquele feito apenas com farinha, água, sal e fermento.

Analisamos alguns rótulos, e veja só, tem uma marca, por exemplo, que utiliza elementos que remetem a fofura, saudabilidade na embalagem, mas quando você vai ver a composição, acha esses ingredientes que caracterizam este pão de forma como ultraprocessado:

emulsificantes: mono e diglicerídeos de ácidos graxos, diacetil tartarato de mono e diglicerídeos, estearoil-2-lactil lactato de cálcio e polisorbato 80, conservadores: propionato de cálcio e ácido sórbico, melhoradores de farinha: fosfato monocálcico, cloreto de amônio e ácido ascórbico e acidulante ácido cítrico.

Não tem como considerar isso saudável.

consumo frequente de produtos ultraprocessados está associado a uma série de efeitos negativos para a saúde, como aumento do risco de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como hipertensão e diabetes, entre outras.

Por isso, é importante desenvolver um olhar mais crítico sobre o que colocamos no prato, ou, neste caso, entre as fatias.

Uma dica que sempre orientamos é: olhe a lista de ingredientes. Em geral, quanto menos você reconhecer os ingredientes listados, pior, pois isso pode indicar mais aditivos cosméticos na composição dos produtos, o que significa dizer que são ultraprocessados.

No caso de um pão de forma que anuncia no rótulo que é ‘multigrãos’, ele pode apresentar uma lista longa simplesmente por citar vários tipos de grãos, sementes e fibras.

Não basta apenas olhar se a lista é pequena ou grande. Se a lista for longa, é importante entender o motivo.

É grande por conter vários ingredientes, como grãos e sementes? Ou é grande pela presença de ingredientes não saudáveis, como aditivos alimentares cosméticos?

Logo, sempre que possível, escolha pães com menos aditivos alimentares e mais ingredientes naturais.

Embalagens que alegam a presença de cenoura, iogurte, aveia, chia…

Outra estratégia de marketing comum é destacar na embalagem ingredientes como aveia, chia, linhaça, cenoura ou outros cereais e hortaliças.

Mas será que eles estão realmente presentes em quantidades relevantes?

Pela legislação brasileira, os ingredientes da lista devem aparecer em ordem decrescente de quantidade.

Isso significa que o primeiro ingrediente listado é o que está em maior proporção no produto.

Assim, se a farinha de trigo branca aparece primeiro e “chia” ou “cenoura” só surgem no fim da lista, isso indica que esses alimentos estão presentes em quantidades mínimas, muitas vezes apenas para dar aparência mais saudável ao pão.

Não existe uma norma específica que obrigue um percentual mínimo para que o pão use esses ingredientes no nome. Ou seja, um pão “com chia e aveia” pode ter pouca quantidade desses alimentos e ainda assim ser comercializado com esse apelo.

A única norma que temos até o momento é a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº712/2022, que está em vigor desde abril de 2023 e indica que os produtos só poderão ser classificados como integrais quando contiverem, no mínimo, 30% de ingredientes integrais na composição como um todo.

Portanto, na prática, se você quer garantir que o pão tenha realmente esses ingredientes em boa quantidade, verifique a lista.

Quanto antes “aveia”, “chia”, “linhaça” ou “cenoura” aparecerem, maior será a presença deles no produto.

Fique de olho também nas alegações de “saudável”, "saúde", “nutritivo” ou “leve” que as marcas destacam nas embalagens.

É um marketing pensado para passar a ideia de que o produto é mais saudável.

No entanto, quando observa-se o rótulo, as alegações nutricionais não garantem isso e servem principalmente para ligar a luz de alerta para mais um ultraprocessado.

Essa é mais uma categoria de produtos alimentícios que fizemos a análise no raio-x dos rótulos. Navegue pelo conteúdo e veja as avaliações dos produtos, isso vai te auxiliar a fazer melhores escolhas.

Imagem Guia Alimentar para a População Brasileira
Baixe agora o Guia Alimentar
Leia mais