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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 15 de março de 2016

Lula não explica doações de empreiteiras e ironiza: 'presidente que se preze não discute dinheiro de campanha'

Terça, 15 de março de 2016
Da Revista Veja

Ex-presidente prestou depoimento aos investigadores em 4 de março, quando foi deflagrada a 24ª fase da Lava Jato

Por: Laryssa Borges, de Brasília

Ao longo de oito anos de governo, o ex-presidente Lula se apegou com unhas e dentes à retórica de que nada sabia sobre as traficâncias em série operadas por petistas graúdos com gabinete no Planalto. A cantilena foi utilizada pelo petista para tentar se descolar do escândalo do mensalão, para não prestar contas sobre o aporte milionário que o primogênito, Fábio Luís Lula da Silva, recebeu da antiga Telemar (hoje Oi), e mais recentemente como discurso para se afastar da roubalheira instalada na Petrobras. Investigado no petrolão, o petista, que se autoproclamou a "alma mais honesta deste país", foi levado coercitivamente a depor no último dia 4 de março e, a exemplo do que fez durante os mandatos que passou à frente do Palácio do Planalto, não "soube explicar" doações de empreiteiras, a rotina de arrecadação de sua campanha à reeleição e nem como o instituto que leva seu nome recebia mais de 20 milhões de reais em doações de construtoras investigadas na Operação Lava Jato.
Lula foi ouvido em depoimento no início do mês, quando ficou por quase quatro horas diante dos investigadores em uma sala reservada no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Sempre que foi questionado sobre o funcionamento do Instituto Lula ou da remuneração da LILS, empresa de palestras dele e beneficiária de quase 10 milhões de reais de empreiteiras ligadas ao petrolão, disse não "gostar de participar das decisões" do instituto. Chegou a alegar que não cuida sequer das finanças de sua casa. O petista disse que as empresas não o procuravam espontaneamente para fazer doações, mas negou que ele próprio tenha intercedido em busca de recursos. "Não faz parte da minha vida política. Desde que estava no sindicato eu tomei uma decisão: eu não posso pedir nada a ninguém porque eu ficaria vulnerável diante das pessoas. Não [pediu dinheiro] e pretendo não pedir nos últimos anos que eu tenho de vida", alegou o ex-presidente. O fluxo financeiro do Instituto Lula, afirmou, "é menos do que eu precisava".

Leia a íntegra em:
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/lula-nao-explica-doacoes-de-empreiteiras-e-ironiza-presidente-que-se-preze-nao-discute-dinheiro-de-campanha