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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 28 de março de 2016

Barroso diz a deputados que STF acatará decisão do Congresso sobre impeachment

Segunda, 28 de março de 2016
André Richter – Repórter da Agência Brasil
Brasília - O relator Jovair Arantes, o presidente da Comissão Especial do Impeachment, Rogério Rosso, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, durante encontro (Valter Campanato/Agência
Os deputados Jovair Arantes e Rogério Rosso, relator e presidente da Comissão Especial do Impeachment, em  reunião  com  o  ministro  do  Supremo  Luís Roberto Barroso Valter Campanato/Agência  Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso disse hoje (28) a deputados da Comissão Especial do Impeachment que a Corte não vai mudar a decisão que for tomada pelo plenário da Câmara dos Deputados sobre a admissão do processo de impedimento da presidenta Dilma Rousseff. Barroso recebeu, no início da noite, integrantes da comissão em seu gabinete.
Durante a audiência, Barroso explicou aos parlamentares que o Supremo não tem lado na discussão sobre o impeachment e que a decisão que for tomada pelo Congresso não será mudada pelo STF. O ministro foi relator da ação protocolada pelo PCdoB na qual as regras do rito do procedimento de impeachment foram definidas.
"Impeachment não é golpe, é um mecanismo previsto na Constituição para afastamento do presidente. Evidentemente, impõe-se o respeito à Constituição e às normas. Nesse Fla-Flu, o Supremo não tem lado. O Supremo é um árbitro. O que caracteriza a democracia é o respeito às regras do jogo, quando se ganha e quando se perde. Portanto, eu acho que o que senhores decidirem na Câmara, e, depois, o que o Senado decidir, vai prevalecer. O Supremo não tem nenhuma pretensão de juízos de mérito nessa matéria", afirmou Barroso.
Participaram da reunião o presidente da Comissão Especial do Impeachment, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), o relator, Jovair Arantes (PTB-GO), e o vice-líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP).
Lewandowski
Os parlamentares também tiveram audiência com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski. Ao ministro, os deputados afirmaram que vão cumprir a Constituição e as regras do rito que foram definidas pelo Supremo.
 
Brasília - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e o presidente da Comissão Especial do Impeachment, Rogério Rosso, durante encontro (Valter Campanato/Agência Brasil)
STF estará vigilante com observância das regras no processo do impeachment,  diz  Lewandowski a Rogério Rosso —Valter Campanato/Agência Brasil
Lewandowski afirmou que a Corte estará vigilante com a observância das regras e se apressará para esclarecer eventuais dúvidas durante o processo.

"O Supremo Tribunal Federal, neste caso presente, limitou-se a reafirmar as regras do impeachment do presidente Collor, reafirmou sua jurisprudência e deixou claro quais os dispositivos da Constituição, os que são aplicáveis e como deve ser interpretados. Este foi nosso papel", destacou o ministro.

Questionado se o processo de impeachment pode ser entendido como golpe de Estado contra a Presidência da República, o ministro respondeu: "golpe é uma expressão que pertence ao mundo da politica. Nós aqui usamos apenas expressões do mundo jurídico."