Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
Mostrando postagens com marcador veja. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador veja. Mostrar todas as postagens

domingo, 19 de junho de 2016

Ex-presidente do PP confirma envolvimento de Dilma no esquema de corrupção

Domingo, 19 de junho de 2016
Da Tribuna da Internet
Robson Bonin
Veja

Afastada do cargo desde que o Senado determinou a abertura do processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff é uma das grandes estrelas da delação premiada do ex-deputado Pedro Corrêa. Ex-presidente do Partido Progressista, Corrêa narra uma profusão de episódios de corrupção envolvendo a petista que, analisados em conjunto e se confirmadas, implodem de vez a imagem da presidente imaculada e incorruptível.
As narrativas de Corrêa que envolvem Dilma Rousseff nas falcatruas dos caciques do PP começam no anexo 9 da delação.
JANTANDO COM O PP – A presidente é personagem de um jantar que marca a origem das articulações do PP para entrar no petrolão. Segundo Corrêa, em 2003, os caciques progressistas, liderados pelo ex-deputado José Janene, já morto, organizaram o evento numa mansão que o ex-tesoureiro do PP João Claudio Genu, atualmente preso pela Lava-Jato em Curitiba, mantinha em um bairro nobre de Brasília. A convidada especial da noite era ninguém menos que a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff. O governo Lula, então nos seus primeiros meses, já discutia uma ampla reforma no setor elétrico.

quinta-feira, 31 de março de 2016

VEJA revela: Gerente da Petrobras conta que mandou avisar Dilma da compra superfaturada de Pasadena

Quinta, 31 de março de 2016
Da Revista Veja /// Blog do Sombra

"Projeto secreto"

Por Hugo Marques
De 2003 a 2005, Otávio Pessoa Cintra ocupou o cargo de gerente da Petrobras América, no Texas, EUA. Ali, ele teve contato com o escândalo que está na origem de tudo e garante que avisou seus superiores na ocasião. "Tomei conhecimento em 2014 que Dilma sabia de tudo". ...
 
Sua identidade nunca foi revelada, mas ele está no melhor lado da Lava Jato. Como informante, ajudou a Polícia Federal a dar os primeiros passos para desvendar o esquema de corrupção na Petrobras. Seu nome é Otávio Pessoa Cintra. Ele é engenheiro, tem 55 anos e é funcionário da estatal há 30 anos. De 2003 a 2005, Cintra ocupou o cargo de gerente da Petrobras América, braço da estatal no exterior, com sede em Houston, no Texas, Estados Unidos. Ali, ele teve contato com o escândalo que está na origem de tudo: a compra, altamente superfaturada, da refinaria de Pasadena, também em Houston. Em entrevista a VEJA, Cintra garante: "Pasadena era um projeto secreto". A história de Cintra mostra como um funcionário da estatal teve acesso a informações comprometedoras e tentou, sem sucesso, alertar seus superiores para o que estava acontecendo. Ele conta que mandou recado para a então ministra Dilma Rousseff na época. E soube, há dois anos, que seu recado chegou à destinatária. "Tomei conhecimento em 2014 que Dilma sabia de tudo."

terça-feira, 15 de março de 2016

Lula não explica doações de empreiteiras e ironiza: 'presidente que se preze não discute dinheiro de campanha'

Terça, 15 de março de 2016
Da Revista Veja

Ex-presidente prestou depoimento aos investigadores em 4 de março, quando foi deflagrada a 24ª fase da Lava Jato

Por: Laryssa Borges, de Brasília

Ao longo de oito anos de governo, o ex-presidente Lula se apegou com unhas e dentes à retórica de que nada sabia sobre as traficâncias em série operadas por petistas graúdos com gabinete no Planalto. A cantilena foi utilizada pelo petista para tentar se descolar do escândalo do mensalão, para não prestar contas sobre o aporte milionário que o primogênito, Fábio Luís Lula da Silva, recebeu da antiga Telemar (hoje Oi), e mais recentemente como discurso para se afastar da roubalheira instalada na Petrobras. Investigado no petrolão, o petista, que se autoproclamou a "alma mais honesta deste país", foi levado coercitivamente a depor no último dia 4 de março e, a exemplo do que fez durante os mandatos que passou à frente do Palácio do Planalto, não "soube explicar" doações de empreiteiras, a rotina de arrecadação de sua campanha à reeleição e nem como o instituto que leva seu nome recebia mais de 20 milhões de reais em doações de construtoras investigadas na Operação Lava Jato.
Lula foi ouvido em depoimento no início do mês, quando ficou por quase quatro horas diante dos investigadores em uma sala reservada no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Sempre que foi questionado sobre o funcionamento do Instituto Lula ou da remuneração da LILS, empresa de palestras dele e beneficiária de quase 10 milhões de reais de empreiteiras ligadas ao petrolão, disse não "gostar de participar das decisões" do instituto. Chegou a alegar que não cuida sequer das finanças de sua casa. O petista disse que as empresas não o procuravam espontaneamente para fazer doações, mas negou que ele próprio tenha intercedido em busca de recursos. "Não faz parte da minha vida política. Desde que estava no sindicato eu tomei uma decisão: eu não posso pedir nada a ninguém porque eu ficaria vulnerável diante das pessoas. Não [pediu dinheiro] e pretendo não pedir nos últimos anos que eu tenho de vida", alegou o ex-presidente. O fluxo financeiro do Instituto Lula, afirmou, "é menos do que eu precisava".

Leia a íntegra em:
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/lula-nao-explica-doacoes-de-empreiteiras-e-ironiza-presidente-que-se-preze-nao-discute-dinheiro-de-campanha

sábado, 20 de fevereiro de 2016

O chefe e a madame: Mensagens provam que OAS bancou reformas para Lula

Sábado, 20 de fevereiro de 2016

Lava Jato localiza diálogos de empreiteiro com seus funcionários sobre as exigências de Lula, o “chefe”, e Marisa, a “madame”, nas reformas do sítio em Atibaia e do tríplex no Guarujá

Por Rodrigo Rangel, Revista Veja / Blog do Sombra

 Por que Lula e Marisa deram as diretrizes para as reformas no tríplex do Guarujá e no sítio de Atibaia se não são seus donos? Por que a OAS, que tem seu presidente e outros executivos condenados por crimes na Operação Lava-Jato, gastou milhões com Lula? ...

Leia a íntegra

sábado, 7 de novembro de 2015

Empreiteiras do petrolão doaram R$ 17 mi a instituto e empresa de Lula

Sábado, 7 de novembro de 2015

Dinheiro repassado pelas empresas cujas cúpulas foram presas na Operação Lava Jato caiu nas contas do instituto do petista. Odebrecht doou R$ 975 mil para instituto de FHC

Da Revista Veja
Por: Laryssa Borges, de Brasília

Uma bomba de fabricação caseira foi lançada na sede do Instituto Lula, no Ipiranga, Zona Sul de São Paulo, na madrugada desta sexta-feira (31)
Sede do Instituto Lula, no Ipiranga, Zona Sul de São Paulo (Marcos Bezerra/Estadão Conteúdo)
O grupo das maiores empreiteiras do Brasil repassou 17.233.278,62 milhões de reais para a empresa LILS Palestras e ao instituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontam documentos apreendidos pelos investigadores da Operação Lava Jato da Polícia Federal. Oficialmente, os recursos foram entregues para o pagamento de palestras do petista entre os anos de 2011 a 2014.

Entre os repasses às empresas ligadas a Lula, o maior é o da construtora Camargo Corrêa - 4.527.999,30 milhões de reais - seguido pela gigante Odebrecht, com transferências de 3.973.237,90 milhões de reais entre 2013 e 2014. No caso da Odebrecht, as parcelas variam de 359 000 reais até 1 milhão de reais e não estão computados nesses cálculos companhias ligadas ao grupo Odebrecht, como a Braskem.

Além das duas, a OAS repassou 3.572.178,52 milhões de reais, a Andrade Gutierrez outros 3.607.347,00 milhões de reais, a UTC, 357.621,12 reais e a Queiroz Galvão mais 1.194.894,78 de reais.
O trabalho da Operação Lava Jato indica que o Grupo Odebrecht monopolizou 16,6% dos contratos investigados no petrolão - ou 35,59 bilhões de reais - seguido, em volume de contratos, pelo Grupo Techint (10,2%), pela Queiroz Galvão (9,6%) e pelo Grupo Camargo Correa (9,2%).

O Instituto Lula disse, em nota, que a entidade e a LILS condenam o vazamento das informações e que "jamais receberam contribuições ou pagamentos ilícitos de quem quer que seja".

FHC - A Polícia Federal também mapeou na contabilidade da construtora Norberto Odebrecht registros de pagamentos Instituto Fernando Henrique Cardoso. Foram pagos 975.000 reais entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012, em parcelas que variam de 75.000 reais a 150.000 reais.

Em outubro de 2014, um e-mail retrata as negociações entre o instituto e a Braskem sobre as maneiras de fazer a doação: "A elaboração de um contrato, porém não podemos citar que a prestação de serviço será uma palestra do presidente" ou por meio de "uma doação direta".

A entidade informou que os repasses foram doados para um fundo de manutenção do instituto e estão registrados nos livros contábeis. O iFHC tem as contas supervisionadas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.

sábado, 3 de outubro de 2015

Triplex de Lula teve reforma bancada pela OAS, diz revista

Sábado, 3 de outubro de 2015
Segundo reportagem da revista Veja, o imóvel foi um dos únicos a serem entregues depois que cooperativa habitacional controlada pelo PT faliu no ano passado. Empreiteira é investigada na Lava Jato

Do Congresso em foco

Petista nega ser proprietário do imóvel, mas admite que a esposa Marisa é dona de apartamento no mesmo edifício

A reforma de um apartamento triplex no Guarujá, litoral de São Paulo, que pertence ao ex-presidente Lula, foi inteiramente paga pela construtora OAS, uma das investigadas por corrupção na Petrobras. É o que diz reportagem publicada neste fim de semana pela revista Veja. A publicação afirma que esta seria uma forma de a empreiteira “demonstrar afeição” ao petista.

O imóvel de três andares, avaliado em R$ 1,5 milhão, possui 297 metros quadrados. São três quartos, suíte, cinco banheiros, dependência de empregada, sala de estar, sala de TV, área de festas com sauna e piscina na cobertura. De acordo com a revista, a reforma refez o porcelanato e os acabamentos de gesso e modificou a planta interna para abrigar um escritório e um elevador privativo, interligando os ambientes do primeiro andar com a ala dos quartos no segundo nível e a área de festas na cobertura.

Segundo a revista, as obras ocorreram sob medidas de segurança suspeitas. Iniciada no dia 1º de julho de 2014, a reforma fez com que as fechaduras da porta de acesso fossem trocadas todas as semanas. A movimentação chamou a atenção dos moradores do prédio. “Nos dias em que eles marcavam para visitar a obra, a gente tinha que parar o trabalho e ir embora. Ninguém era autorizado a ficar no apartamento. Só ficamos sabendo quem era o dono muito tempo depois”, disse um dos profissionais que trabalharam na reforma.

Segundo Veja, o ex-presidente Lula esteve no local algumas vezes, mas o segredo durou até dezembro do ano passado, quando o jornal O Globo publicou detalhes de uma investigação sobre a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), controlada pelo PT. A entidade faliu, deixando três mil famílias sem receber seus imóveis. O triplex de Lula foi um dos poucos a serem entregues.

A reportagem afirma que o ex-presidente nega ser o proprietário do triplex, embora confirme que sua esposa seja dona de um apartamento no mesmo edifício. No papel, o triplex ainda está em nome da OAS. Segundo a revista, funcionários da empreiteira foram procurados e confirmaram que o apartamento pertence a Lula. O imóvel está completamente decorado e permanece fechado desde que o caso foi tornado público. “Para entrar aí, só com autorização da cúpula da construtora. Só eles e o Lula têm a chave”, disse um funcionário da própria OAS à revista.

Leia a reportagem de Veja
=========
Comentário do Gama Livre: Que diferença entre Lula, o ex-operário, e Mujica, o ex-presidente do Uruguai.

sábado, 19 de setembro de 2015

Fernando Baiano: Palocci pediu dinheiro do petrolão para a campanha de Dilma – e o dinheiro foi entregue

Sábado, 19 de setembro de 2015

Em sua delação premiada, o lobista conta que acerto de 2 milhões de reais foi feito em 2010, dentro do comitê eleitoral da petista em Brasília, e que a logística da entrega ficou a cargo do ‘Dr. Charles’, braço direito do ex-ministro

Por: Robson Bonin — Revista Veja

O lobista Fernando Baiano: Antônio Palocci, coordenador da campanha de Dilma, lhe teria pedido 2 milhões de reais; antes de a reunião terminar, recomendou que acertassem o repasse do dinheiro com seu assessor “Dr. Charles”
O lobista Fernando Baiano: Antônio Palocci, coordenador da campanha de Dilma, lhe teria pedido 2 milhões de reais; antes de a reunião terminar, recomendou que acertassem o repasse do dinheiro com seu assessor “Dr. Charles”(Vagner Rosario/VEJA)
No segundo semestre de 2010, a inflação estava controlada, o Brasil crescia em ritmo chinês e as taxas de desemprego eram consideradas desprezíveis. A sensação de bem-estar, a propaganda oficial maciça e a popularidade do então presidente Lula criavam as condições ideais para que Dilma Rousseff passasse de mera desconhecida a favorita para vencer as eleições. Paralelamente, um grupo pequeno de políticos e servidores corruptos da Petrobras acompanhava com compreensível interesse os desdobramentos do processo eleitoral. Foi nesse cenário que a campanha de Dilma e o maior esquema de corrupção da história do país selaram um acordo que, se confirmado, pode se transformar na primeira grande evidência de que o petrolão ajudou a financiar a campanha de Dilma Rousseff. Mais que isso. Se confirmado, estará provado que os coordenadores da campanha sabiam da existência do aparelho clandestino de desvio de dinheiro da Petrobras, se beneficiaram dele, conheciam seus protagonistas e, no poder, deixaram que tudo continuasse funcionando tranquilamente até o ano passado, quando a Polícia Federal e a Procuradoria da República no Paraná desencadearam a Operação Lava-Jato.

Leia a íntegra em:
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/fernando-baiano-palocci-pediu-dinheiro-do-petrolao-para-a-campanha-de-dilma-e-o-dinheiro-foi-entregue 

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Ação do MPF contra Editora Abril por danos morais coletivos é retomada; reportagem é considerada discriminatória contra minorias étnicas

Segunda, 10 de agosto de 2015
Do MPF
Decisão do TRF-3 derrubou sentença que extinguia processo; Procuradoria pede indenização de R$ 1 milhão por reportagem discriminatória contra minorias étnicas

A 26ª Vara Cível Federal, na capital paulista, terá que dar prosseguimento à ação civil pública que o Ministério Público Federal ajuizou contra a Editora Abril por danos morais coletivos. O processo se deve a uma reportagem discriminatória contra minorias étnicas publicada em maio de 2010 na revista Veja. A decisão é do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que acolheu um recurso do MPF e reverteu a sentença de primeira instância que declarava prescrita a ação.

O MPF propôs a ação em agosto de 2014, quatro anos após a publicação da reportagem “A farra da antropologia oportunista”. O texto da revista Veja baseou-se em informações distorcidas e expressões injuriosas para criticar o processo de demarcação de reservas destinadas a grupos indígenas e quilombolas. A Procuradoria pede que a Abril, responsável pelo semanário, seja condenada ao pagamento de indenização mínima de R$ 1 milhão por danos morais, valor que deve ser destinado aos povos tradicionais do Estado de São Paulo.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

O operado está assustado — Léo Pinheiro: Executivo da OAS se oferece para contar à Lava Jato segredos devastadores sobre Lula

Sexta, 24 de julho de 2015 
A vez dele
Léo e Lula são bons amigos. Mais do que por amizade, eles se uniram por interesses comuns. Léo era operador da empreiteira OAS em Brasília. Lula era presidente do Brasil e operado pela OAS. ... Na linguagem dos arranjos de poder baseados na troca de favores, operar significa, em bom português, comprar. Agora operador e operado enfrentam circunstâncias amargas. O operador esteve há até pouco tempo preso em uma penitenciária em Curitiba. Em prisão domiciliar, continua enterrado até o pescoço em suspeitas de crimes que podem levá-lo a cumprir pena de dezenas de anos de reclusão. O operado está assustado, mas em liberdade. Em breve, Léo, o operador, vai relatar ao Ministério Público Federal os detalhes de sua simbiótica convivência com Lula, o operado. Agora o ganho de um significará a ruína do outro. Léo quer se valer da lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff, a delação premiada, para reduzir drasticamente sua pena em troca de informações sobre a participação de Lula no petrolão, o gigantesco esquema de corrupção armado na Petrobras para financiar o PT e outros partidos da base aliada do governo.
 
Por meio do mecanismo das delações premiadas de donos e altos executivos de empreiteiras, os procuradores já obtiveram indícios que podem levar à condenação de dois ex-ministros da era lulista, Antonio Palocci e José Dirceu. Delatores premiados relataram operações que põem em dúvida até mesmo a santidade dos recursos doados às campanhas presidenciais de Dilma Rousseff em 2010 e 2014 e à de Lula em 2006. As informações prestadas permitiram a procuradores e delegados desenhar com precisão inédita na história judicial brasileira o funcionamento do esquema de sangria de dinheiro da Petrobras com o objetivo de financiar a manutenção do grupo político petista no poder.
 
É nessa teia finamente tecida pelos procuradores da Operação Lava-Jato que Léo e Lula se encontram. Amigo e confidente de Lula, o ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro autorizou seus advogados a negociar com o Ministério Público Federal um acordo de colaboração. As conversas estão em curso e o cardápio sobre a mesa. Com medo de voltar à cadeia, depois de passar seis meses preso em Curitiba, Pinheiro prometeu fornecer provas de que Lula patrocinou o esquema de corrupção na Petrobras, exatamente como afirmara o doleiro Alberto Youssef em depoimento no ano passado. O executivo da OAS se dispôs a explicar como o ex-presidente se beneficiou fartamente da farra do dinheiro público roubado da Petrobras.

Fontes: Por Robson Bonin, com reportagem de Adriano Ceolin, VEJA.com/VEJA
Blog do Sombra

sábado, 14 de março de 2015

Lula foi Lula ao falar à PF e disse não saber de nada em caso de dinheiro clandestino

Sábado, 14 de março de 2015 
VEJA obteve a íntegra do depoimento prestado pelo ex-presidente em 9 de dezembro de 2014. Inquirido sobre “empréstimo” de 7 milhões de dólares ao PT, ele transferiu a responsabilidade por eventuais irregularidades a Delúbio Soares e João Vaccari

Por: Rodrigo Rangel — Revista Veja
DEDO EM RISTE - Na Polícia Federal, Lula desempenhou o papel em que é craque: pôs as eventuais culpas nos companheiros Delúbio e Vaccari
DEDO EM RISTE - Na Polícia Federal, Lula desempenhou o papel em que é craque: pôs as eventuais culpas nos companheiros Delúbio e Vaccari (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/VEJA)
Na sede da Polícia Federal, em Brasília, tudo foi planejado para oferecer ao visitante o conforto a que ele tem direito como ex-presidente da República e, principalmente, a mais absoluta discrição. Lula pediu, e foi atendido, para depor em um local reservado. Os policiais escolheram uma sala contígua ao gabinete do diretor-geral. Foi assim que, na terça-feira 9 de dezembro de 2014, Lula prestou seu depoimento. O ex-presidente, acompanhado de três advogados, entrou pela garagem do prédio e usou o elevador privativo do diretor para levá-lo ao 9º andar. Com a solenidade, o respeito e a deferência que merece um ex-mandatário da República, depois de várias tentativas em vão, a polícia finalmente conseguiu interrogar Lula sobre uma passagem ainda obscura do mais rumoroso caso de corrupção a estourar durante o seu governo, o mensalão.

Desde que deixou o governo, em 2010, pouca coisa se ouviu do ex-presidente sobre o escândalo. Seu principal ministro, seus amigos mais próximos, a cúpula de seu partido e muitos dos parlamentares que apoiavam seu governo foram condenados à prisão. Embora, em última instância, fosse o principal beneficiado pela compra de apoio parlamentar, o ex-presidente nunca foi acusado de nada. Em 2005, Lula se disse traído quando se revelou que o tesoureiro e amigo Delúbio Soares e José Dirceu, seu braço-direito, haviam montado uma rede clandestina de captação de dinheiro para subornar parlamentares e sustentar as campanhas políticas do PT. Preservado por todos os que sabiam de seu envolvimento direto no mensalão, Lula escapou do processo judicial. Ele passou todo o seu governo negando a existência do esquema. Quando desceu a rampa do Palácio do Planalto, porém, prometeu que contaria "a verdadeira história do mensalão". Diante dos policiais federais em Brasília, Lula voltou à versão que, oficialmente, sustentou.

VEJA teve acesso à integra do depoimento, um documento de valor histórico inestimável em que Lula, pela primeira vez, formaliza o que tem de importante a dizer sobre o caso: absolutamente nada. São quatro valiosas páginas que sintetizam a natureza do ex-presidente diante de uma situação embaraçosa - ele, como sempre, jura que não sabia de nada, que nunca se envolveu com os malfeitos de seu governo e, quando confrontado com os fatos, aponta o dedo para terceiros para salvar a própria pele. Durante pouco mais de uma hora, Lula driblou as 28 perguntas elaboradas previamente e lidas por um delegado convocado especialmente para a ocasião.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Lava Jato: Propina em domicílio

Sábado, 13 de dezembro de 2014

As revelações do homem que entregava dinheiro desviado da Petrobras na casa de deputados, senadores, governadores, ministros e até na sede nacional do PT

Depois de tantas revelações sobre engenharias corruptas complexas de sobrepreços, aditivos, aceleração de obras e manobras cambiais engenhosas, a Operação Lava-Jato produziu agora uma história simples e de fácil entendimento. Ela se refere ao que ocorre na etapa final do esquema de corrupção, quando dinheiro vivo é entregue em domicílio aos participantes. Durante quase uma década, Rafael Ângulo Lopez, esse senhor de cabelos grisalhos e aparência frágil da fotografia acima, executou esse trabalho. Ele era o distribuidor da propina que a quadrilha desviou dos cofres da Petrobras. Era o responsável pelo atendimento das demandas financeiras de clientes especiais, como deputados, senadores, governadores e ministros. Braço-direito do doleiro Alberto Youssef, o caixa da organização, Rafael era “o homem das boas notícias”. Ele passou os últimos anos cruzando o país de Norte a Sul em vôos comerciais com fortunas em cédulas amarradas ao próprio corpo sem nunca ter sido apanhado. Em cada cidade, um ou mais destinatários desse Papai Noel da corrupção o aguardavam ansiosamente.

Os vôos da alegria sempre começavam em São Paulo, onde funcionava o escritório central do grupo. As entregas de dinheiro em domicílio eram feitas em endereços elegantes de figurões de Brasília, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Maceió, São Luís. Eventualmente ele levava remessas para destinatários no Peru, na Bolívia e no Panamá. Discreto, falando só o estritamente necessário ao telefone, não deixou pistas de suas atividades em mensagens ou diálogos eletrônicos. Isso o manteve distante dos olhos e ouvidos da Polícia Federal nas primeiras etapas da operação Lava-Jato. Graças à dupla cidadania — espanhola e brasileira —, Rafael usava o passaporte europeu e ar naturalmente formal para transitar pelos aeroportos sem despertar suspeitas. Ele cumpria suas missões mais delicadas com praticamente todo o corpo coberto por camadas de notas fixadas com fita adesiva e filme plástico, daqueles usados para embalar alimentos. A muamba, segundo ele disse à polícia, era mais fácil e confortável de ser acomodada nas pernas. Quando os volumes era muito altos, Rafael contava com a ajuda de dois ou três comparsas.

A rotina do trabalho permitiu que o entregador soubesse mais do que o recomendável sobre a vida paralela e criminosa de seus clientes famosos, o que pode ser prenúncio de um grande pesadelo. É que Rafael tinha uma outra característica que poucos sabiam: a organização. Ele anotava e guardava comprovantes de todas as suas operações clandestinas. É considerado, por isso, uma testemunha capaz de ajudar a fisgar em definitivo alguns figurões envolvidos no escândalo da Petrobras. VEJA apurou que o entregador já se ofereceu para fazer um acordo de delação premiada, a exemplo do seu ex-patrão.

Leia a íntegra na revista veja ou no Blog do Sombra.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

TSE nega pedido de Dilma para censurar VEJA

Sábado, 24 de outubro de 2014 
Tentativa de retirar reportagem sobre o depoimento de Alberto Youssef à PF de VEJA.com e do perfil da revista no Facebook foi rechaçada pela Justiça
Gabriel Castro, de Veja Brasília
Capa de VEJA 2397
Capa de VEJA desta semana: Dilma e Lula sabiam de tudo, diz Alberto Youssef à PF (VEJA)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou nesta sexta-feira um pedido da campanha da presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) para censurar a reportagem de VEJA desta semana na qual o doleiro Alberto Youssef, pivô do megaesquema de lavagem de dinheiro desmontado pela Polícia Federal, afirma que Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabiam dos desvios na Petrobras.

O pedido da coligação de Dilma para retirar a publicação do site de VEJA do ar e do perfil da revista no Facebook foi protocolado pelo PT nesta sexta-feira, sob o argumento de que a publicação desrespeita a legislação eleitoral. Mas o ministro Admar Gonzaga negou o pedido.

A lei citada pelo PT para tentar censurar VEJA é fruto da minirreforma eleitoral, mas não tem efeito sobre as eleições de 2014 porque entrou em vigor menos de um ano antes do pleito. "O dispositivo invocado para a suspensão da veiculação (§ 3º do art. 57-D da Lei nº 9.504/1997), consoante entendimento deste Tribunal Superior (Consulta nº 1000-75), não tem eficácia para o pleito de 2014", afirmou o ministro. 


sábado, 6 de setembro de 2014

Paulo Roberto Costa começa a revelar nomes dos beneficiários do esquema de corrupção da Petrobras

Sábado, 6 de setembro de 2014

Em VEJA desta semana

Rodrigo Rangel
Preso em março pela Polícia Federal, sob a acusação de participar de um mega esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa aceitou recentemente os termos de um acordo de delação premiada – e começou a falar.

No prédio da PF em Curitiba, ele vem sendo interrogado por delegados e procuradores. Os depoimentos são registrados em vídeo — na metade da semana passada, já havia pelo menos 42 horas de gravação. Paulo Roberto acusa uma verdadeira constelação de participar do esquema de corrupção. Aos investigadores, ele disse que três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais embolsaram ou tiraram proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da estatal.

Ele esmiúça, além disso, a lógica que predominava na assinatura dos contratos bilionários da Petrobras – admitindo, pela primeira vez, que as empreiteiras contratadas pela companhia tinham, obrigatoriamente, que contribuir para um caixa paralelo cujo destino final eram partidos e políticos de diferentes partidos da base aliada do governo. Conheça, nesta edição de VEJA,  detalhes dos depoimentos que podem jogar o governo no centro de um escândalo de corrupção de proporções semelhantes às do mensalão.

Conheça nesta edição de VEJA os nomes dos políticos mencionados por Paulo Roberto Costa e outros detalhes do depoimento.

sábado, 24 de maio de 2014

Operação Lava-Jato: os nobres clientes do doleiro

Sábado, 24 de maio de 2014 
Documentos apreendidos pela Polícia Federal e imagens captadas por câmeras de segurança mostram quem são os parlamentares que mantinham relações diretas com Alberto Youssef
Rodrigo Rangel
Revista Veja
Collor: a PF encontrou no escritório do doleiro Alberto Youssef, em São Paulo, comprovantes de depósitos bancários feitos na conta do senador
Collor: a PF encontrou no escritório do doleiro Alberto Youssef, em São Paulo, comprovantes de depósitos bancários feitos na conta do senador (Ed Ferreira/Estadão Conteúdo)

Preso há dois meses, o doleiro Alberto Youssef ainda não pronunciou uma única palavra sobre seus negócios escusos, muito menos sobre os parceiros influentes que o ajudaram a montar o império que movimentou bilhões de dólares no Brasil e no exterior. Na hora em que ele resolver falar — se é que isso um dia vai acontecer —, um pedaço do Congresso Nacional certamente vai ruir. No mensalão, o esquema de corrupção montado pelo governo petista para comprar apoio político, parlamentares e assessores formavam fila no caixa de uma discreta agência do Banco Rural situada em um shopping de Brasília. O suborno era pago ali, sem muita cerimônia. Os políticos ou seus assessores chegavam, identificavam-se, recebiam o dinheiro e saíam tranquilamente. Foram descobertos porque deixaram suas assinaturas em recibos e pelos registros do sistema de segurança do prédio. O escândalo, como se sabe, levou os principais personagens à prisão — mas a experiência não impediu mais uma surpreendente parceria, inclusive financeira, entre um criminoso conhecido e respeitáveis congressistas.     

O escritório de Alberto Youssef, que funcionava numa área nobre na Zona Oeste de São Paulo, era, digamos assim, uma espécie de versão recente da então discreta agência brasiliense do Banco Rural. A base de operação do doleiro era também ponto de peregrinação de políticos de partidos sabidamente envolvidos em tramoias financeiras. As investigações já revelaram que empresas-fantasma controladas por Youssef recebiam em suas contas inexplicáveis depósitos milionários de algumas das mais importantes empreiteiras do país. O dinheiro que entrava de um lado, por meio de contratos simulados de consultoria, saía por outro na forma de repasses a políticos e partidos. Os mesmos políticos e partidos que indicavam os apadrinhados que contratavam as empreiteiras pagadoras. É desse triângulo equilátero da corrupção que emergem os clientes mais vistosos do doleiro. VEJA obteve os registros do prédio que durante anos abrigou o escritório de Youssef. A lista tem mensaleiro preso, assessor de ministro e deputados — vários deputados.

sábado, 17 de maio de 2014

Rosemary Noronha fez chantagem contra o governo Dilma

Sábado, 17 de maio de 2014
Dizendo-se abandonada, a ex-chefe do escritório da Presidência da República queria ajuda — e conseguiu
Robson Bonin — Da Revista Veja
Rosemary Noronha
Rosemary Noronha
A discrição nunca foi uma característica da personalidade da ex­-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha. Quando servia ao ex-presidente Lula em Brasília, ela era temida. Em nome da intimidade com o “chefe”, como às vezes também se referia a ele, Rose fazia valer suas vontades mesmo que isso significasse afrontar superiores ou humilhar subordinados. Nos eventos palacianos, a assessora dos cabelos vermelhos e dos vestidos e óculos sempre exuberantes colecionou tantos inimigos — a primeira-da­ma não a suportava — que acabou sendo transferida para São Paulo. Mas caiu para cima. Encarregada de comandar o gabinete de Lula de 2009 a 2012, Rose viveu dias de soberana e reinou até ser apanhada pela Polícia Federal ajudando uma quadrilha que vendia facilidades no governo. Ela usava a intimidade que tinha com Lula para abrir as portas de gabinetes restritos na Esplanada. Em troca, recebia pequenos agrados, inclusive em dinheiro. Foi demitida, banida do serviço público e indiciada por crimes de formação de quadrilha e corrupção. Um ano e meio após esse turbilhão de desgraças, no entanto, a fase ruim parece ter ficado no passado. Para que isso acontecesse, porém, Rosemary chegou ao extremo de ameaçar envolver o governo no escândalo.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Revista Veja: As evidências de fraude no fundo dos Correios ligado ao PMDB

Sexta, 16 de maio de 201 
Como afilhados políticos de Edison Lobão e Renan Calheiros quase levaram o Postalis, fundo de pensão dos Correios, à ruína 

Da Revista Época que circula neste final de semana 
DIEGO ESCOSTEGUY, COM MARCELO ROCHA E LEANDRO LOYOLA
16/05/2014 22h20 - Atualizado em 16/05/2014 23h06
O PADRINHO O ministro Lobão e Predtechensky, o Russo (à esq.). A gestão de Russo, afilhado de Lobão, deixou um rombo milionário no Postalis (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters e Aureliza Corrêa/Esp. CB/D.A Press)
Elo familiar (Foto: reprodução)
No final do governo Lula, um jovem e brilhante operador do mercado financeiro ascendia no rarefeito mundo da elite política de Brasília. Era Fabrizio Neves, dono da Atlântica Asset, empresa que montara fundos no mercado financiados sobretudo pelo Postalis, fundo de pensão dos Correios. O Postalis era comandado por afilhados do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e do senador Renan Calheiros, ambos do PMDB. Fabrizio dava festas e promovia jantares em Brasília e São Paulo. Num deles, contratou o cantor Emílio Santiago e um dos pianistas que tocavam com Roberto Carlos. Colecionador de armas, dono de bom papo, Fabrizio fez amizades com políticos, diretores do Postalis e lobistas – a maioria deles ligada ao PMDB. Segundo seis desses altos quadros do PMDB, Fabrizio participava também das reuniões em que se discutia o financiamento das campanhas em 2010. Com pouco tempo de Brasília, Fabrizio já se tornara um homem poderoso na capital.

Sobre Fabrizio, sabia-se apenas que ele morara em Miami, onde fizera fortuna no mercado financeiro. No Brasil, ele estava em alta; nos Estados Unidos, era caçado por credores e pelos investigadores da Securities and Exchange Comission, a SEC, órgão que regula o mercado financeiro americano. Acusavam-no de ser o arquiteto de uma fraude que envolvia o dinheiro arrecadado no Postalis. A caçada judicial terminou recentemente nos Estados Unidos, e suas consequências ainda não se fizeram sentir no Brasil. A ascensão de Fabrizio por lá se deu com dinheiro daqui – dinheiro dos carteiros e funcionários dos Correios, que financiam suas aposentadorias contribuindo para o Postalis. A queda de Fabrizio terminou por lá. Mas ainda promete começar por aqui. E isso aterroriza o PMDB.

A história de Fabrizio, contada em documentos confidenciais obtidos por ÉPOCA nos Estados Unidos e no Brasil, ilustra à perfeição o efeito devastador da influência da política nos fundos de pensão das estatais. É um problema antigo, que resulta em corrupção e prejuízos aos fundos. Ele atingiu novo patamar no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a ascensão de sindicalistas ligados ao PT à direção de fundos como Previ, do Banco do Brasil, ou Petros, da Petrobras. O caso do Postalis, maior fundo do Brasil em número de participantes (110 mil), é especial. Foi o único fundo de grande porte aparelhado, no governo Lula, pelo PMDB. Por indicação de Lobão, o engenheiro Alexej Predtechensky, conhecido como Russo, assumiu a presidência do Postalis em 2006. Com o apoio de Lobão e Renan, o administrador Adílson Costa assumiu o segundo cargo mais importante do Postalis: a diretoria financeira.

Leia a íntegra em:
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2014/05/b-evidencias-de-fraudeb-no-fundo-dos-correios-ligado-ao-pmdb.html 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Renan Calheiros, presidente do Senado, perde ação de danos morais contra a Editora Abril

Quarta, 15 de maio de 2013
A 2ª Turma Cível do TJDFT manteve, em grau de recurso, sentença da juíza da 8ª Vara Cível de Brasília, que negou pedido de indenização por danos morais formulado pelo Senador José Renan Calheiros contra a Editora Abril. Nas decisões das duas Instâncias, a Justiça local deixou claro que a liberdade de imprensa, bem como o direito à informação e o direito de informar, são imprescindíveis ao Estado Democrático de Direito. 

Na ação, o autor alegou que a Revista Veja, da Editora Abril, promoveu verdadeira campanha difamatória, na qual, ao logo de sete meses, publicou diversas matérias ofensivas e fabricadas com o intuito de provocar a instauração de processos éticos contra ele no Senado, o que de fato ocorreu. Que mesmo após ser absolvido por seus pares, os ataques da revista prosseguiram, sendo que na edição 2030, de 17/10/2007, o semanário o acusa de usar a força do cargo de presidente daquela Casa para "constranger e chantagear", além de mandar instalar câmeras para espionar diversos adversários políticos. 

Como prova das alegações, Renan Calheiros juntou aos autos trechos de várias reportagens veiculadas nas edições 2031, 2032, 2037, 2101, 2104, nas quais em algumas delas figurou como capa. Ao final, pediu a condenação da editora ao pagamento de R$ 100 mil pelo prejuízo moral sofrido. 

Na 1ª Instância, a juíza negou o pedido de indenização e condenou o autor a pagar as custas processuais, bem como os honorários advocatícios, arbitrados em 10% do valor da causa. Na sentença, a magistrada destacou:  “Ao meu sentir, não houve invenção de fatos, nem a reportagem extrapolou o sagrado direito de informar, mesmo porque foi o autor, de fato, investigado em procedimentos administrativos. É certo que a reportagem utilizou de palavras, chamadas e títulos fortes e até jocosos, com intuito de causar impacto no leitor e chamar a sua atenção para a matéria. Entretanto, tal proceder é comum e próprio ao meio jornalístico, não se podendo admiti-lo como ilícito, inclusive porque o conhecimento desses fatos interessavam à sociedade, cumprindo a requerida sua função social”. 

Após recurso do senador, a Turma Cível em julgamento realizado nesta quarta-feira, 15/5, manteve a sentença da juíza. A decisão colegiada foi unânime e não cabe mais recurso no âmbito do TJDFT. 

Processo: 2009011037843-4

domingo, 24 de março de 2013

Veja: Lula fez lobby para ajudar Eike Batista - e quase deu certo

Domingo, 24 de março de 2013 
A presidente Dilma e dois de seus ministros tentaram ajudar o empresário a tirar do Espírito Santo um investimento estrangeiro de 500 milhões de reais e transferi-lo ao Porto do Açu. Só faltou combinar com os capixabas
 
Malu Gaspar e Daniel Pereira
PARECIA PROMISSOR -  Eike, Lula e o lobista Pires Neto deixam o Açu no jato do empresário: ali, eles selaram o plano para tomar das mãos dos capixabas o estaleiro Jurong
PARECIA PROMISSOR -  Eike, Lula e o lobista Pires Neto deixam o Açu no jato do empresário: ali, eles selaram o plano para tomar das mãos dos capixabas o estaleiro Jurong (Carlos Grevi/ Agência Ururau/ Agência O Globo)

A foto acima, tirada em 24 de janeiro, mostra o ex-presidente Lula logo depois de uma visita às obras do Porto de Açu, empreendimento de Eike Batista no litoral norte fluminense. Era o ato final de um encontro de negócios para lá de promissor. Reportagem publicada em VEJA desta semana detalha a operação desencadeada por Lula para ajudar o amigo empresário a desatolar os investimentos no Açu. O ex-presidente se comportou como lobista. Graças a ele, Eike conseguiu audiência com a presidente Dilma Rousseff, que prometeu ajudá-lo a encontrar parceiros para o porto. Ele ainda viu dois ministros se engajarem pessoalmente em sua causa (acionando, inclusive, a estrutura do Itamaraty). Guido Mantega, da Fazenda, e Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, trabalharam para convencer a Jurong Shipyard, uma das grandes companhias de construção naval do mundo, controlada pelo governo de Singapura, a transferir para o Porto do Açu o estaleiro de 500 milhões de reais que está construindo no Espírito Santo. Só faltou combinar com os capixabas, que não gostaram nada da ideia de ficar a ver navios.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Os novos (enrolados) donos do Congresso

Terça, 12 de fevereiro de 2013
Da Veja
A nova cúpula do Legislativo brasileiro terá de se revezar entre as atividades de comando das duas Casas e responder a uma série de processos na Justiça
Laryssa Borges, Marcela Mattos e Gabriel Castro, de Brasília
Nuvens carregadas sobre o prédio do Congresso Nacional, em Brasília
Nuvens carregadas sobre o prédio do Congresso Nacional, em Brasília (Dida Sampaio/Agência Estado)


Eleitos para presidir o Senado e a Câmara mesmo cercados por denúncias, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) dividirão o comando do Legislativo brasileiro com parlamentares que também enfrentam problemas na Justiça. A dupla do PMDB terá a companhia nas Mesas Diretoras de sete congressistas - cinco senadores e dois deputados - que respondem a ações ou inquéritos judiciais. Além disso, as reuniões de líderes dos partidos no Congresso também passarão a ter a presença de uma nova elite, que chega ao poder com vistoso currículo de denúncias.

A lista de acusações contra os novos "donos do Congresso" é ampla: compra de votos, formação de quadrilha, fraude em licitações, corrupção e improbidade administrativa. Nada, entretanto, que impeça os principais partidos políticos do país de escolhê-los para cargos de comando na esfera federal.

No Senado, cinco parlamentares que ocuparão cargos na Mesa Diretor enfrentam processos e investigações na Justiça. A começar pelo primeiro na linha sucessória de Renan Calheiros, o vice-presidente da Casa, Jorge Viana (AC), do PT. Ele é investigado em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por compra de votos, declaração falsa em documento eleitoral e recebimento de doação proibida pela Lei Eleitoral.