Quarta, 30 de março de 2016
Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil
Profissionais da educação do Rio de Janeiro, em greve desde o dia
2, fazem hoje (30) uma vigília em frente à Assembleia Legislativa do
Rio de Janeiro (Alerj), onde o governador em exercício, Francisco
Dornelles, se reúne com deputados para discutir um pacote de medidas
fiscais.
As portas da Alerj foram fechadas e os seguranças jogaram spray de pimenta nos professores e estudantes que acompanham o protesto.
Segundo
a diretora do Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe) Florinda
Lombardi, a categoria é contra o aumento da contribuição previdenciária
prevista no projeto do governo, entre outros pontos.
“Os projetos
mexem com a nossa vida profissional, contribuição previdenciária, tempo
de serviço, uma série de coisas que sequer discutimos ou vimos esse
projeto de lei. Somos contra porque já pagamos um dos mais altos
descontos previdenciários, são 11%, e o governo quer passar isso para
12%, 13%, 14% progressivamente”, explicou.
Segundo a líder
sindical, os professores decidiram pela greve depois que o governo
parcelou o salário de dezembro, o décimo terceiro e não deu aumento em
2015 nem 2016. “É uma provocação, são perdas de direito. Hoje temos uma
defasagem salarial de 30%, não é nem esse o eixo da greve. Para coroar
isso tudo, são precárias as condições de ensino e aprendizagem. Não só
nas escolas têm esses problemas, mas nos hospitais e outros setores do
serviço público.”
Ocupação
Entre os
estudantes que participam da vigília, está Caroline de Sousa Simões da
Silva, 17 anos, aluna do segundo ano da escola Gomes Freire de Andrade,
na Penha, ocupada desde segunda-feira (28) pelos alunos. Ela diz que a
ocupação é ordeira e pede melhoria no ensino.
"Nós
estamos limpando, consertando as coisas, botando em dia as coisas,
pegamos o material que eles não tinham entregado e estamos colocando em
ordem. O material da escola estava jogado, a gente arrumou, as carteiras
quebradas a gente consertou, o ventilador, o ar-condicionado, tudo a
gente está fazendo sozinho”, contou a estudante.
A ocupação tem o
apoio dos profissionais de educação, segundo a diretora do sindicato.
“Estamos apoiando os estudantes, porque de alguma forma foi uma reação
dos alunos em defesa da greve, exigindo que o governo negocie. A pauta
de reivindicações dos alunos têm muito a ver com a nossa, eles pedem
eleição pra direção, nós também; eles pedem maior carga horária de
sociologia e filosofia, eles pedem professores e funcionários.”
A vigília ocorre na escadaria da Alerj e na praça em frente ao prédio.