Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Intervenção

Quinta, 20 de maio de 2010
Brasília não aguenta mais de tanta iniquidade.  Servidoras comissionadas que recebiam salários do povo, nomeadas para trabalharem numa Administração Regional, não trabalhavam. Melhor, prestavam serviços nas organizações privadas de um deputado distrital da base do governador-tampão do DF.
Quando a imprensa, o Correio Braziliense, deu o flagrante das irregularidades, o governo-tampão exonerou as servidoras. Ótimo, havia voltado, aparentemente, a decência no serviço público.
Numa regra geral hoje no DF, simula-se a seriedade e a eficiência. Das sete pessoas que serviam aos interesses individuais do parlamentar, cinco já foram readmitidas no serviço público, como pode ser constatado em reportagem de hoje (20/5) também do Correio, que exibe inclusive os atos de nomeação.
Três foram contratadas para a Secretaria de Habitação do Distrito Federal. Ontem, fantasmas na Administração Regional de Águas Claras. Hoje, nomeadas para uma secretaria fantasma, a de Habitação. A indicação foi do mesmo distrital que havia, ilegalmente, se beneficiado daquela mão-de-obra paga pelos cofres do Estado.
Desde ontem que, por decisão do governador-tampão, a secretaria da Habitação deixou de existir. Agora, novo périplo para encontrar cargos para nomear as ex-servidoras. Mas é só esperar. Logo, logo, veremos isso no Diário Oficial do DF. Ou no DCL (Diário da Câmara Legislativa do DF).
Duas outras servidoras fantasmas do governo do DF, também exoneradas quando veio a público o caso da Administração de Águas Claras, foram agraciadas com cargos em comissão, mas  na Administração Regional de Samambaia. As nomeações aconteceram no último dia 13.
Enquanto isso, a CLDF não dá um pio para apurar a quebra de decoro parlamentar que, certamente, ocorreu no uso irregular, ilegal, indecente, que é o uso de mão-de-obra paga pelos cofres públicos, em atividades particulares de deputados.
A essas coisas, e muitas outras mais, é que se tenta dizer que é normalidade no Executivo e Legislativo do Distrito Federal. Só se for a normalidade do compadrio, da submissão de parlamentares pela força da caneta em nomeações.
Intervenção já!