Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 17 de setembro de 2011

Mais uma vez, governos salvam bancos privados

Sábado, 17 de setembro de 2011
Da "Auditoria Cidadã da Dívida"
 Os jornais de hoje [16/9] mostram a operação coordenada de 5 bancos centrais para salvar bancos privados europeus, com empréstimos sem limite algum, a taxas de juros que não foram divulgadas, mas que devem ser próximas a 1,5% ao ano, a taxa cobrada pelo Banco Central Europeu (BCE).

Enquanto isso, os países europeus que se encontram sobre-endividados – exatamente por terem salvo os bancos privados a partir de 2008 – são obrigados pelo mesmo BCE (e pelo FMI) a realizarem reformas neoliberais, que retiram direitos duramente conquistados pelos trabalhadores e promovem profundos cortes orçamentários.

Aqui no Brasil, apesar do governo negar qualquer crise da dívida, os cortes também são feitos “no osso”, conforme mostra notícia do Jornal Estado de São Paulo. Os cortes de R$ 50 bilhões atingiram até mesmo a Receita Federal (especificamente os julgamentos sobre a cobrança de tributos), prejudicando a própria arrecadação tributária, o que é contraproducente.

Enquanto nega recursos às áreas sociais, o governo brasileiro quer ajudar os países da União Européia a pagarem uma dívida ilegítima, em grande medida feita para salvar bancos privados. O Portal G1 mostra que o Instituto para as Finanças Internacionais (IIF, que representa o interesse dos banqueiros detentores da dívida grega) pediu ao FMI e aos países “emergentes” (onde se inclui o Brasil) que emprestem US$ 27,6 bilhões para a Grécia pagar sua dívida. Caso tal operação vingue, os banqueiros não mais precisarão se preocupar em cobrar a dívida da Grécia, papel este que passaria a ser feito pelo Brasil. Desta forma os banqueiros se livrariam de um mico, que será comprado pelo Brasil às custas de mais dívida pública interna e, claro, mais cortes de gastos sociais.

Por outro lado, a sociedade brasileira se articula fortemente pela auditoria da dívida, conforme mostra artigo de Frei Betto no Jornal Correio Braziliense. O artigo mostra as mobilizações do 7 de setembro, quando “as ruas foram ocupadas por mobilizações populares convocadas por meio da internet. As pessoas saíram em passeatas para protestar contra a corrupção, o sucateamento da educação, e por reforma agrária e auditoria da dívida pública...” 


Acesse o site da "Auditoria Cidadã da Dívida"