Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Servidores públicos vão à luta na Câmara

Quinta, 15 de setembro de 2011
Da "Auditoria Cidadã da Dívida"
O Portal G1 mostra a insatisfação de várias categorias de servidores públicos com a recusa do governo em conceder reajustes salariais. Sindicalistas protestaram na sessão onde a Ministra do Planejamento, Miriam Belchior, apresentava a proposta orçamentária para 2012, que prevê grande contenção de gastos com servidores. A eterna justificativa para este arrocho é a preservação do denominado “equilíbrio fiscal”, o que em bom português significa a priorização dos pagamentos da dívida pública.

Servidores das universidades públicas e do judiciário também marcaram presença em outras duas comissões da Câmara, conforme mostra a Agência Câmara. Enquanto os primeiros estiveram  na Comissão Especial do Projeto de Lei 1749/2011, protestando contra a privatização dos hospitais universitários, os servidores do Judiciário compareceram em peso na Comissão de Finanças e Tributação (CFT), onde há mais de um ano se encontra parado o Projeto de Lei (PL) 6613/2009, que reajusta os salários da categoria. Apesar do governo dizer que este projeto prevê um aumento de 56%, na realidade o PL reajusta em apenas 29,77% o valor total gasto com a categoria, percentual este menor que as perdas inflacionárias desde 2006, quando ocorreu o último reajuste.

Diante da grande mobilização dos servidores, parlamentares da base do governo se valeram de manobras regimentais para escapar da pressão. Na CFT, os deputados do PT entraram em obstrução, ou seja, se retiraram da sessão para fazer cair o quórum e encerrar a reunião, enquanto na Comissão do PL 1749 a base do governo encaminhou o projeto diretamente para a votação no Plenário da Câmara.

Os jornais de hoje também noticiam a queda do Ministro do Turismo, deputado Pedro Novais (PMDB/MA), devido à sucessão de escândalos. Cabe comentar que Novais foi o relator da recente CPI da Dívida Pública, cujo relatório não aponta ilegalidades no endividamento, nem recomenda auditoria da dívida, e nem recomenda o encaminhamento das conclusões da CPI para o Ministério Público Federal (MPF).

Porém, este esforço de Novais em ocultar graves indícios de ilegalidades no endividamento não adiantou: tais indícios foram encaminhados ao MPF, que está aprofundando as investigações.
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