Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Sensacional, emocionante, mas e agora José?

Segunda, 22 de agosto de 2016
Da Tribuna da Imprensa Sindical
ILUSKA LOPES -


E agora José? Fim dos Jogos. Recentemente o editor Daniel Mazola escreveu: “(...) mesmo anestesiado pela beleza das Olimpíadas e bestializado pela mídia hegemônica o povão ainda vai cair na real”. Tá chegando a hora!

"Não há nada de novo sob o sol", disse Eclesiastes há milhares de anos, não foi diferente na Rio 2016. O que mais se viu foi o velho ufanismo inflado pelas grandes empresas de comunicação, interesses mil... mesmo com muita paciência foi duro ter que aturar o som alto das televisões da vizinhança durante a reprodução sintética do Hino Nacional do Brasil seguida das vinhetas ufanistas "Bra-sil-sil-sil" de Édimo Zariffe por ocasião da entrega das medalhas do voleibol e do futebol masculino. Exaltação promovida na maioria por gente alienada ou indiferente aos ataques ao patrimônio do povo brasileiro. "Nacionalismo" de superfície a gente vê por aqui.


Foram 19 pódios para o Brasil, mas o número de medalhas não foi nem de perto o necessário para bater a meta do governo federal e do Comitê Olímpico do Brasil, de ficar entre os 10 primeiros países no ranking de total de medalhas.

Terminamos os Jogos do Rio em 13º no ranking com sete ouros, é verdade que o país bateu o recorde de Atenas 2004, quando foram conquistadas cinco medalhas, mesmo assim continuamos muito longe do prometido e do nosso verdadeiro potencial. Ainda é um fiasco em matéria de pódios.

Para não acharem que sou pessimista vale ressaltar o que realmente foi memorável. No encerramento dos Jogos - na arena Maracanã - exaltaram o que temos de mais bonito culturalmente, nossa música e as escolas de samba, as maiores forças culturais e vitais do Rio de Janeiro desde a década de 1930. Sensacional, emocionante, mas e agora José?