Quarta, 2 de novembro de 2016
Marcelo Brandão - da Agência Brasil
Preso
na Operação Lava Jato, o ex-deputado federal Eduardo Cunha incluiu em
seu rol de testemunhas de defesa o presidente Michel Temer e o
ex-presidente Lula. A indicação de testemunhas foi feita em um documento
de defesa prévia do ex-parlamentar, que presidiu a Câmara dos
Deputados.
No documento, a defesa pede a absolvição de Cunha e a
rejeição das denúncias contra ele apresentadas. O documento foi
protocolado ontem (1º) à noite na Justiça Federal, no Paraná.
A
assessoria de Temer informou que não comentará o fato. Também foram
arroladas como testemunhas o ex-ministro Henrique Alves, o pecuarista
José Carlos Bumlai, o ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró, e o
ex-senador Delcídio do Amaral, dentre outros nomes.
Foram
incluídas 22 testemunhas no processo. Segundo a defesa argumentou, “o
número de testemunhas se justifica pelo número de fatos imputados ao
defendente”.
Evidências de contas no exterior ainda não identificadas
Cunha
está preso na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde o
dia 19 de outubro. Segundo a força-tarefa do Ministério Público
Federal, "há evidências" de que existem contas pertencentes a Cunha no
exterior que ainda não foram identificadas, fato que, segundo os
procuradores, coloca em risco as investigações. Além disso, os
procuradores ressaltaram que Cunha tem dupla nacionalidade (brasileira e
italiana) e poderia fugir do país.
A prisão foi decretada na
ação penal em que o deputado cassado é acusado de receber R$ 5 milhões,
que foram depositados em contas não declaradas na Suíça.
O valor seria oriundo de vantagens indevidas, obtidas com a compra de um campo de petróleo pela Petrobras em Benin, na África.
O
processo foi aberto pelo Supremo Tribunal Federal, mas, após a cassação
do mandato de Cunha, a ação foi enviada para o juiz Sérgio Moro porque o
ex-parlamentar perdeu o foro privilegiado.