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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Ataque aos cofres públicos: Após denúncias, prefeitura de SP vai auditar contrato com OS que gerencia saúde

Quarta, 3 de maio de 2017

Do Ataque aos Cofres Públicos, com informações do G1 e SPTV

IABAS administra 69 unidades na capital paulista, entre elas AMAs, UBSs e o pronto-socorro de Santana. Faltam médicos e medicamentos e sobram problemas, baratas e até ratos.

Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo determinou, na semana passada, a abertura de um grupo de trabalho para auditar quanto das metas do contrato entre a prefeitura de São Paulo e a organização social (OS) IABAS (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde) está sendo cumprido. O IABAS  administra 69 entidades de AMAs (Assistência Médica Ambulatorial) e UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de São Paulo e foi alvo de uma extensa reportagem do jornalístico televisivo SPTV por conta das péssimas condições estruturais e de atendimento nos equipamentos terceirizados para a OS.
O grupo de trabalho tem 30 dias para analisar a situação, especialmente o pronto-socorro de Santana, onde há falta de médicos, medicamentos e utensílios. Os profissionais fizeram até um boletim de ocorrência denunciando a situação de calamidade na unidade, que sofria até mesmo com a infestação de ratos e baratas.
O Ministério Público também abriu uma investigação para apurar a situação das unidades de saúde que são administradas pela terceirizada IABAS.
Na UBS e na AMA da Sé, no Centro de São Paulo, as unidades estavam com banheiros sujos, sem papel higiênico, sabonete e até sem lâmpadas. Nos locais também não havia pediatra.
Ao site G1, a vendedora Keyla da Silva, mãe do Gabriel, de 9 meses, perdeu a viagem. “Como não tem médica, então ele vai ficar sem passar esse mês. Então, só mês que vem que vai passar com uma enfermeira, Então, eu tenho que pagar um pediatra pra ver se ele está crescendo direito, porque médico não tem”, disse ela.
O IABAS administra unidades de saúde da prefeitura no Centro e na Zona Norte, além do pronto-socorro Santana. A OS recebe R$ 21 milhões por mês para os atendimentos e manutenção dos prédios.
O contrato da prefeitura com o IABAS começou há um ano e, na ocasião, só no pronto-socorro de Santana 97 funcionários foram demitidos. Desde que a terceirizada assumiu, os pacientes relatam que sofrem com a falta de médicos e demora no atendimento.
A dona de casa Nayara Gonçalves foi ao pronto-socorro nesta manhã com a filha com dor de dente. “Perguntei se vai demorar, o cara falou que vai demorar, que não sabem que horas eles vão vir. Então tem que esperar. E a criança morrendo de dor de dente”, disse ela.
Também para o G1, a  coordenadora administrativa do IABAS, Ana Lúcia Barbos, disse que para melhorar a infraestrutura das unidades, precisa de aprovação e mais verba da secretaria da saúde.
Por sua vez, a  secretaria municipal da Saúde disse que já tem um projeto executivo de reforma para o pronto-socorro Santana que tem solicitado ao IABAS a reposição de profissionais. E ainda alega que a questão das portas com problemas, falta de sabão, reparos de rotina e outras ações são obrigação da organização social.
OSs não são filantrópicas. São empresas como quaisquer outras. Operam em busca de lucro. Com alguns agravantes: são mais caras e menos eficientes. Além disso, seus diretores enriquecem obtendo ganho econômico com dinheiro dos contribuintes.
Veja aqui a matéria que o Ataque já publicou sobre precariedade nas unidades terceirizadas do IABAS e o link para a reportagem em vídeo, produzida pelo SPTV.