Sábado, 20 de maio de 2017
Movimentos direitistas e reacionários
como o Movimento Brasil Livre recuam no pedido de renúncia de Temer. Sua
oposição facilmente esbarra no apoio às reformas contra os jovens e os
trabalhadores.
Após o escândalo da delação da JBS envolvendo o presidente golpista
Michel Temer, organizações reacionárias de direita como o Movimento
Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua demonstraram seu total oportunismo e
falta de coerência e começaram a pedir pela renúncia de Temer, aquele
que antes haviam apoiado em suas reformas e planos de privatização e
concessões.
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Entretanto, nesta sexta-feira, o MBL decidiu recuar na posição de
pedido da renúncia de Temer, alegando, através do coordenador Kim
Kataguiri, que a investigação necessita de mais informações para que
eles firmem uma posição frente ao que está acontecendo. O movimento Vem
Pra Rua, que havia chamado manifestações em diversas cidades do país
para este domingo, suspendeu a convocação, como parte desse recuo.
Dessa forma, percebemos como esses movimentos direitistas não se
propõem de fato a ser uma oposição, já que, apesar de alegarem ser
contra todos os políticos corruptos, defendendo a justiça burguesa,
apoiam todas as medidas reacionárias que o governo quer implementar,
justificando, inclusive, a suspensão ao chamado de renúncia de Temer.
Em meio a essa crise do governo, quais são então as saídas que o MBL
enxerga? Estiveram sempre apoiando as reformas de Temer, servindo de
garotos propaganda do governo; desde quarta-feira, com a delação da JBS,
saltaram do barco e passaram a levantar cartazes pedindo a renúncia do
presidente. Agora anunciaram esse recuo, comprando o lado de alguns
setores da mídia e do governo de que os áudios que fazem parte da
investigação contra Temer são, por hora, inconclusivos.
Em meio a posições oscilantes (com a seta apontando para onde está a
implementação das reformas), fica clara a política que esses movimentos
reacionários, o MBL em específico, possuem e praticam. Por trás do
discurso anti-corrupção, o MBL, financiado por empresas multinacionais
bilionárias, tem como objetivo alinhar o país com os setores mais
reacionários do imperialismo, para que se aplique cada vez ajustes mais
duros nas costas da população, defendendo a implementação das reformas
que atacam os direitos dos trabalhadores, como a reforma da previdência e
a trabalhista.
Nesse contexto político turbulento e decisivo, é importante ter em
vista as saídas que se apresentam. As eleições diretas ou indiretas não
são uma resposta para e dos trabalhadores, pois ao eleger novos
políticos, permanece o mesmo jogo de cartas marcadas. Agora é hora de
tomarmos toda essa força de mobilização e o futuro em nossas mãos, em
comitês organizados em cada local de trabalho e estudo, para irmos às
ruas, à marcha em Brasília no dia 24 de maio e lutarmos por uma greve
geral urgente pela derrubada de Temer e das reformas impondo uma
Assembleia Constituinte Livre e Soberana, em que mudaremos, não as
cartas, mas as regras de privilégios dos políticos e juízes, fazendo-os
receberem o mesmo salário de uma professora, e que sejam revogáveis a
qualquer momento.
Fonte: Esquerda Diário