Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Água: consumo alto e desigual no DF

Quinta, 27 de abril de 2023

Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna

Planaltina, Itapoã, Riacho Fundo II, Ceilândia, Paranoá, Recanto das Emas, Samambaia e Fercal estão dentre as localidades de consumo mais baixos ao longo dos últimos anos, se contrapondo aos Lagos Sul e Norte, Plano Piloto, Park Way, Jardim Botânico e Vicente Pires. O Lago Sul, sorvendo 400 litros per capita/dia, é o campeão de consumo d’água, superior em, aproximadamente, 160 litros d’água a mais que o Lago Norte, vice-campeão.

Por Chico Sant’Anna

São Pedro foi condescendente nessa temporada de chuvas que vai chegando ao fim. Os reservatórios estão cheios até à boca, mesmo assim, técnicos e autoridades estão preocupados com o consumo d’água no Distrito Federal. Além de um crescimento de 30%, entre 2006 e 2020, segundo a Adasa, o abastecimento não se dá de forma equitativa. Na capital das desigualdades socioeconômicas, também a água potável chega em mais abundâncias aos ricos do que aos pobres. Pelo menos nove regiões administrativas apresentam consumo abaixo do mínimo necessário.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera 110 litros per capita como volume ideal para o consumo mínimo diário necessário para suprir as necessidades básicas do ser humano. Entretanto, em mais da metade das regiões administrativas do DF, seus moradores não alcançam esse padrão. As cidades onde o consumo é perigosamente baixo são exatamente aquelas em que a maioria de seus moradores possui baixa renda e já enfrenta outros problemas sociais, como nutrição e saúde. Já nas RAs mais abastadas, o consumo chega a ser o dobro do valor padrão proposto pela OMS.

Além da diferença do volume de consumo, há uma diferença da estrutura de acesso à água potável. Em muitas casas de baixa renda os pontos de acesso à água são poucos quando não se limitam a uma única torneira. Também muitas dessas casas são desprovidas de caixa d’água. Assim, em dia de problema de abastecimento por parte da Caesb, essas residências ficam a seco. Enquanto que nas localidades de maior renda, há reservatórios capazes de manter o abastecimento sem transtorno por mais de um dia. Isso, sem contar com a existência de piscinas, espelhos d’água, irrigação de jardim, dentre outros equipamentos.

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