Domingo, 30 de abril de 2023
Rodrigo Soloaga foi destituído do cargo de presidente da Comissão de Cavalaria Reformada após saudar ditadura argentina - Reprodução/ Página12
Ministério da Defesa afirmou que ‘não serão toleradas manifestações que tentem justificar crimes contra a humanidade’
Brasil de Fato com
Redação Ópera Mundi
30 de Abril de 2023
O ministro da Defesa da Argentina, Jorge Taiana, anunciou no último sábado (29/04) a destituição do general Rodrigo Soloaga do cargo de presidente da Comissão de Cavalaria Reformada.
A decisão foi tomada após declarações de Soloaga em apoio aos militares presos por crimes contra a humanidade como tortura, sequestro, assassinato e desaparecimento de pessoas, perpetrados durante a última ditadura civil-militar do país, entre 1976 e 1983.
Segundo Taiana, “estamos completando 40 anos de democracia este ano e não vamos mais tolerar esse tipo de manifestação”.
Não é a primeira vez que Soloaga assume publicamente sua postura a favor de militares violadores de direitos humanos. Em 2004, ele era o Chefe do Estado-Maior do Exército e pediu aposentadoria ao saber que o então presidente Néstor Kirchner (2003-2007), retiraria os quadros dos golpistas Jorge Rafael Videla e Reynaldo Benito Bignone do Colégio Militar da Nação.
Decisão de destituir general Soloaga foi tomada após declarações de Soloaga em apoio aos militares presos por crimes contra a humanidade
Na ocasião, ele expressou que o gesto de Kirchner contrariava “princípios e convicções que não estou disposto a negociar, muito menos com o mesquinho objetivo de endossar comportamentos que tendem a desvalorizar a instituição e, de alguma forma, obrigá-la a abandonar uma história cheia de grandeza, honra e dignidade”.
Apesar da sua aposentadoria naquele ano, Soloaga retornou às Forças Armadas por decisão do governo de direita de Mauricio Macri (2015-2019). Porém, a decisão do ministro prevê a aplicação de sanção disciplinar correspondente a quem realiza manifestações que violem as políticas da Memória, Verdade e Justiça. Portanto, é possível que ele seja, novamente, obrigado a ir para a reserva.
Além do Ministério da Defesa, houve reação da Secretaria Direitos Humanos da Argentina sobre o caso. O secretário Horacio Pietragalla Corti fez um apelo à imprensa para “evitar a propagação de discursos negacionistas”.
Entre as organizações de direitos humanos, entidades como as Mães e Avós da Praça de Maio publicaram um comunicado manifestando sua preocupação com declarações desse tipo.
(*) Com informações de TeleSur