Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 11 de abril de 2023

Paz nas escolas: solução vai além do policiamento

Terça, 11 de abril de 2023

Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna

Educadores de diferentes matizes pensam semelhante. Defendem uma ação que vá além da questão do policiamento. Que haja uma ponte da área de Educação com a de Saúde e a da Cultura que institua o exercício permanente da cultura de paz e da não violência.

Por Chico Sant’Anna
O alerta já foi dado e reiterado. O governo de Ibaneis Rocha (MDB) não pode fazer ouvido de mouco. Depois da carnificina na escola infantil de Blumenau, do alarme falso de massacre no Centro de Ensino Fundamental do Paranoá e doutro no Centro de Ensino Médio nº 1 do Gama, são necessárias medidas urgentes e eficientes. O desafio é grande, apenas a rede pública possui 455 mil alunos, distribuídos em 683 escolas. Outros 170 mil estudantes estão em 570 escolas privadas; 143 mil universitários nas faculdades privadas, muitos à noite; e a UnB abriga 48 mil universitários. Ou seja, o DF possui uma população de 816 mil estudantes a ser protegida. Segundo especialistas, a segurança e tranquilidade nas escolas vai além da questão policial.

Desfalcado

O Batalhão Escolar, que já foi motivo de orgulho do Brasiliense, está com seu efetivo bem abaixo das necessidades. Quando criado em 1989, eram 914 policiais para 529 colégios. Em 2018, já havia sido reduzido para 304 policiais responsáveis por 1.250 escolas. O BE responde pela segurança de todas as escolas e faculdades públicas e particulares do DF, exceto o Campus Darcy Ribeiro, da UnB. A PM não informa o quantitativo atual de homens e mulheres que o integram mas, considerando a evolução das baixas desde a sua criação e as reformas da previdência ocorridas nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, avalia-se que muita gente optou em ir pra reserva mais cedo para não se pego pelas mudanças nas regras da aposentadoria. E essas vagas estão longe de terem sido preenchidas.

Mas não basta colocar um policial na porta de cada escola. É preciso evoluir tecnologicamente. A maioria das escolas possui sistema de vigilância por câmeras, mas essas imagens não chegam em tempo real à PMDF. Não há um monitoramento permanente. Somente após um chamado, um pedido de socorro, é que os policiais se deslocam. Essa modalidade de policiamento tem demonstrado ineficiência, pois quando as viaturas chegam às escolas, o dano já aconteceu.