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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 25 de maio de 2023

Distribuição e revenda abocanham preços dos combustíveis

Quinta, 25 de maio de 2023

Da AEPET, com informações do Monitor Mercantil
Por Marcos de Oliveiradiretor de Redação do Monitor Mercantil

Distribuição e revenda abocanham preços dos combustíveis

Criminosa privatização da BR impede ação mais direta para repassar novos preços aos consumidores

Como previu o economista aposentado da Petrobrás Cláudio da Costa Oliveira (no artigo "Fim do PPI não reduzirá preços nas bombas"), a redução de valores dos combustíveis anunciada pela Petrobras não foi repassada para os consumidores.

"O preço médio da gasolina nas bombas antes da redução (13/5) era de R$ 5,49 por litro. Quatro dias depois (20/5), passou para R$ 5,46, portanto uma redução de 0,5%", calcula Oliveira. "Se olharmos os preços nas refinarias neste mesmo período, vamos verificar que caíram de R$ 2,32 para R$ 2,03, ou seja, uma queda de 12,5 %. Ocorre que na distribuição/revenda no mesmo período houve um aumento de R$ 0,91 para R$ 1,21, ou seja, um salto de 35%."

A parcela das revendas no preço final pulou de 16,6% para 22,2%; a da Petrobrás desabou de 42,3% para 37,2%. "Pode ser que lentamente os preços se equilibrem, mas até lá os distribuidores/revendedores vão lucrar muito nas costas dos consumidores brasileiro", lamenta o economista. Ele lembra que, mesmo com a redução anunciada pela Petrobras, os preços nas refinarias permaneceram mais de 10% acima da morta (?) PPI, como mostra o site Soberano Brasil (soberanobrasil.com.br ).

Oliveira pergunta: cadê o Procon? Nesta quarta-feira, o órgão de defesa do consumidor no Rio foi às ruas constatar a ausência de repasse. E descobriu outra tramoia dos distribuidores/revendedores: elevaram os preços às vésperas do anúncio da Petrobras para em seguida "reduzi-los" de volta aos valores praticados antes da diminuição feita nas refinarias. A promessa é de multa.

A criminosa privatização da BR, distribuidora da Petrobras, impede uma ação mais direta da estatal para repassar os novos preços aos consumidores. Mas é dever da Petrobras acompanhar o mercado e ir pra cima de clientes que estão se apropriando da parcela que caberia aos motoristas.

Marcos de Oliveira é diretor de Redação do Monitor Mercantil

Fonte: Coluna Fatos&Comentário, Monitor Mercantil


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