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(Millôr Fernandes)
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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Caso Bassuma – uma visão mais ampla

Quarta, 30 de setembro de 2009

Por Ivan de Carvalho
O deputado federal Luiz Bassuma protocolou na segunda-feira, no PT da Bahia, uma carta em que cancela sua filiação no partido em que militou desde 1995. Ontem, na sessão da Câmara dos Deputados, em Brasília, ele comunicou em discurso seu desligamento do PT. As decisões definitivas foram tomadas no último fim de semana.
    Bassuma, todos se recordam, foi recentemente suspenso por um ano de seu ex-partido por não ceder à imposição petista de abandonar a luta contra a descriminalização do aborto, na qual se destacava como presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Vida – Contra o Aborto.
    O PT abraçou a proposta de descriminalização do aborto em um de seus congressos de amplitude nacional, o terceiro, em grande parte por pressão de suas correntes feministas majoritariamente favoráveis à liberação total do aborto no Brasil.
    Antes mesmo de ser suspenso, Bassuma já decidira que não seria candidato à reeleição para a Câmara dos Deputados nem concorreria a qualquer outro mandato eletivo nas eleições de outubro de 2010. Rose Santana, mulher de Bassuma, também deixou o PT e ingressou no Partido Verde, pelo qual será candidata à Câmara federal. O deputado Luiz Bassuma também está ingressando no PV.
    Bassuma admite que sua primeira idéia, após a suspensão, foi permanecer no PT – mesmo com a suspensão privando-o de vários direitos fundamentais de petista e parlamentar – e reagir a isto indo ao Supremo Tribunal Federal, onde argüiria cláusulas pétreas da Carta Magna: que a suspensão que lhe foi imposta desconsidera o artigo 5º da Constituição federal, que define como “inviolável a liberdade de consciência e de crença”, bem como o artigo 15, inciso VIII, segundo o qual “Ninguém será privado de direitos por convicção filosófica, religiosa ou política” (e o caso envolve convicções das três naturezas), havendo ainda o artigo 67 do estatuto petista, que dispensa os filiados do “cumprimento de decisões coletivas de grave objeção de natureza ética, filosófica ou religiosa, ou de foro íntimo”.
    Ora, com esta cobertura constitucional e estatutária, o deputado Bassuma teria praticamente a certeza de ser vencedor no Judiciário, desde que este fosse não somente justo como agisse com presteza – e ele tinha dúvidas, principalmente quanto a este último item.
    Além do mais, Bassuma não faz hoje bom juízo do PT, mas sabe que na base do partido há muita gente solidária com “a luta pela vida, contra o aborto”. Se permanecesse no PT e investisse no STF contra o partido, estaria contestando “a instituição”, o que incluiria aqueles que, na base, têm a mesma opinião dele, estão solidários com ele e com a luta que vem sustentando e da qual não pretende se afastar. Preferiu, assim, sair, o que não lhe causa dano eleitoral, pois já não seria mesmo candidato nas próximas eleições.
    A ida para o PV decorreu evidentemente de mais de uma razão, mas Bassuma cita uma que vale assinalar: dos quatro candidatos a presidente da República que estão em cena, só a senadora Marina Silva, ex-petista e ex-ministra do Meio Ambiente, é contra a liberação do aborto, portanto “a favor da vida”. O deputado diz saber que, pessoalmente, Dilma Roussef, do PT, José Serra, do PSDB e Ciro Gomes, do PSB, são favorável à descriminalização do aborto e, portanto, à situação que tal liberação acarretaria.
    Politicamente, o deputado Luiz Bassuma analisa as decisões do diretório nacional do PT sobre ele. Na votação sobre se deveria ou não ser expulso, eram necessários 38 votos para a expulsão e foram dados 35 – por apenas três votos ele não foi expulso. Então, por proposta do presidente Berzoini, votou-se a suspensão por um ano e o escore foi de 54 a 14 a favor da suspensão. Uma ampla maioria da diretoria assumiu a posição “contra a vida, a favor do aborto”, conclui com estas palavras este repórter e com outras, mas no mesmo sentido, o deputado.
    “Minha opinião é a de que o PT está envelhecendo, está disputando o poder pelo poder. A posição em relação a José Sarney foi emblemática”, diz Bassuma. Espera que “futuramente, o PT se reconstitua”. E assinala que por proposta de Marina Silva o Partido Verde terá em seu estatuto um “artigo de consciência”, assegurando “total liberdade de expressão aos filiados”.

Este artigo foi publicado originariamente na Tribuna da Bahia desta quarta-feira.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Depois de suspenso pelo PT, deputado contra o aborto pede desfiliação

O deputado federal Luiz Bassuma, que no último dia 17 teve seus direitos partidários suspensos por um ano pelo Diretório Nacional do PT por ter opiniões contrárias à liberação do aborto, resolveu sair do partido.  Entregou ontem a sua desfiliação, desistindo de impetrar uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal para anular a suspensão. Ele entende que é uma questão de consciência a defesa da vida, e pretende seguir em frente contra a legalização do aborto.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Roriz diz que houve negociatas no PMDB do DF

Sexta, 18 de setembro de 2009
Roriz saiu do PMDF atirando. Disse sentir alivio porque saiu de um partido que em Brasília “preferiu realizar negociatas”. Criticou também lideranças nacionais que, segundo ele, teriam endossado “uma conduta nociva e perversa dos dirigentes do partido no DF”. E mais, disse que conviver e ficar calado com a situação atual do PMDB de Brasília “seria caminhar de mãos dadas com os mercadores do Templo”.
Ele precisa agora apontar claramente quais negociatas foram essas, qual foi a conduta nociva e quem a teria praticado. E dar nomes aos que ele acusa de mercadores do Templo. Fará isso?

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Ir ou não ir, eis a questão

Depois de azedar de vez as relações entre Roriz e o PMDB, partido hoje sob controle de Arruda, o que motivou a desfiliação ontem do ex-governador, há deputados do partido na maior sinuca de bico. Não sabem o que fazer, se ficam ou se acompanham Roriz. Querem ficar à sombra do atual governador e de seus cargos na estrutura do executivo, mas têm medo de em 2010 serem punidos por seus eleitores. É que alguns deles se fizeram politicamente com o rorizismo e temem serem percebidos pelos eleitores como traidores do antigo chefe. É esperar para ver como reagirão os eleitores.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Arns sai na sexta-feira


Foto Moreira Mariz. Agência Senado

O senador Flávio Arns entregará nesta sexta-feira ao TRE do Paraná, Tribunal Regional Eleitoral, seu pedido de desfiliação do PT. Ele pagou hoje ao partido os R$66 mil que devia a título de contribuições estatutárias. Tem gente curiosa para saber se o senador vai mover ação contra o partido exigindo indenizações por danos morais, já que ele afirmou que se sentia envergonhado de pertencer ao PT. Ele estaria envergonhado com a operação salvamento que o partido fez para livrar a pele de Sarney, antigo inimigo político, e a quem o próprio Lula chegou a acusar como o maior ladrão do país.