Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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sexta-feira, 9 de março de 2018

Para a esquerda, só há solução na democracia

Sexta, 9 de março de 2018
Por

A história recente do Brasil mostra que, por aqui, a arma da direita sempre foi o golpe de Estado

Ato por eleições diretas em setembro de 2016, pouco depois do impeachment. A esquerda deve lutar para aprofundar a democracia

Uma das características mais distintivas da história brasileira é seu caráter recorrente, uma sequência de farsas e tragédias, um perverso processo circular que retarda o desenvolvimento em seus diversos patamares, seja econômico, seja político, seja social.

Não foi por acaso, e sem consequências para nosso futuro presente, que tenhamos conquistado a Independência sem a luta pela independência, negociando-a junto aos bancos ingleses e aos embaixadores do império britânico, do qual Portugal era um protetorado pouco levado a sério.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Ecos da ditadura no século 21

Terça 14 de junho de 2016
"Imersos na confusão estabelecida pela pintura aparente de vermelho orientada à reprodução obscura do capital, a história do PT no poder projeta o exílio forçado para a esquerda que recebe como pena a desarticulação da classe, ainda quando esta tente explicitar, por diversos meios, a centralidade do PT para a ordem do capital."

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Do Correio da Cidadania
www.correiocidadania.com.br
Por Roberta Traspadini*

Vivemos um momento complexo na América Latina. Os não tão antigos anos da ditadura militar vividos em grande parte de nosso continente entre os 1960-1980 se mostram presentes, como resultado de velhas práticas que se renovam com o fim de manutenção da ordem do capital.

No teor de educar oprimindo, os mentores ideológicos do capital tendem a tingir de vermelho tudo o que conspira contra a ordem, se autodenominam defensores da paz, ainda que em meio às mais obscuras violências cotidianas.

A ditadura fez escola e forjou a reprodução da opressão no interior da classe trabalhadora. Como resultado da ideia de modernidade, muitos foram os partidos políticos ditos de esquerda que se vincularam às teses do desenvolvimento. Confusão que, no passado e no presente, explicita diferenças de processos, objetiva divergências e expõe discrepâncias de princípios.

No tom das diferentes nuances da consciência de classe, assume-se como vermelho uma ampla gama de sujeitos políticos que passa pelos que contestam a ordem e chega aos que lutam pela superação da lógica do capital. Desta confusão entre o sentido de esquerda, fluem complexas situações que fazem o todo pagar por uma parte realmente distante de suas crenças e proposições. A narrativa de esquerda disseminada pelo PT e por seus rivais projetou para a esquerda anos difíceis na recomposição do projeto popular para o país.

As cores da ditadura

No período de ditadura marcado por mordaças e matanças dos sujeitos que contestavam a ordem, qualquer pergunta ou franzir das testas culminava na consolidação do estereótipo de perigoso. O comportamento habitual do progresso era a lei do silêncio. Através dela se moviam os mundos dos mandatários do capital com incidência sobre o mundo do trabalho.

A ideia do branco da paz do capital instituiu, na ditadura, a cremação cinza sobre os contestadores pintados pelos ditadores como possíveis conspiradores vermelhos. O capital dá o tom da tortura ainda quando induz uma ideia equivocada de paz e ordem para o progresso. De suas ações jorram sangues e consolidam-se concretos muros cinzas de preconceitos.

O importante era forjar no imaginário coletivo tanto a ideia de progresso do capital como a leitura do inimigo, de cor vermelha, a ser combatido. O combate aos sujeitos da cor vermelha expressava a razão ditadora da defesa do progresso, situação que instituía as opressões capazes de conter os estereótipos da desordem. Pretos/pretas, homossexuais, camponeses/camponesas, trabalhadores das periferias, mulheres mães solteiras, artistas de rua, intelectuais, religiosos e sujeitos políticos de partidos entravam nesta caracterização.

Ainda que os sujeitos não fossem comunistas, eram tratados como criminosos do mesmo tom. Situação sobre a qual tanto os mandatários do capital como a sociedade deviam perseguir, combater, extirpar. Nessa estratégia de limpeza comunista o opressor foi transformando o oprimido em um corpo nada dócil, capaz de torturar os seus, caso não se adequassem à ordem a ser realizada.

O opressor travestido de oprimido

A opressão no século 21, ao tirar de foco a história violenta do capital, coloca em evidência temas sem explicitar os sujeitos políticos da ação devastadora e os verdadeiros tons correspondentes à sua ação. O que ocultam é que por trás da ideia de paz apresentavam-se diversas balas em tons de cinza frutos de atos sombrios do capital.

O problema é que nas crises o número de vermelhos tende a aumentar. Se vermelhos são entendidos como os que gritam e se perguntam porque vivem na miséria que vivem. A ruptura com o silêncio é suficiente para ampliar o campo dos desordeiros, segundo a ótica do capital.

Imersos na confusão estabelecida pela pintura aparente de vermelho orientada à reprodução obscura do capital, a história do PT no poder projeta o exílio forçado para a esquerda que recebe como pena a desarticulação da classe, ainda quando esta tente explicitar, por diversos meios, a centralidade do PT para a ordem do capital.

A força ideológica da projeção de um sonho a ser sonhado por todos e realizado por poucos é o que permite ao opressor seguir forte. O opressor conserva as amarras que prendem o oprimido a sua condição realizadora de sonho. O opressor conduz o tempo de trabalho como matriz de seus ganhos.

O oprimido, quanto mais se submete a um tempo acelerado de ganhos menores, menos tempo tem para entender o que realmente ocorre. E mais sonhos projeta, com a ajuda da mídia, de pertencer à orgia consumista de um mundo mágico feito para poucos, mas com capilaridade absurda sobre os desejos de muitos.

Através das ilusões opressoras, parte expressiva da suposta esquerda que chegou ao poder no Brasil não sonhava algo diferente da realização do capital. Essa esquerda fetichizada, originada dos ideários do progresso capitalista, foi apresentada e se autopromoveu como pertencente ao vermelho, quando em realidade reproduzia a lógica cinza do progresso.

Para o PT e seus defensores, a reforma substituía a revolução e a modernidade suprimia a proposta de superação da ordem do capital. O combate à pobreza dava, assim, a tônica da manutenção da desigualdade estrutural.

A opressão ganhava novos mandatários para velhas técnicas de realização do poder sobre os oprimidos. Parte dos protagonistas políticos atuais é fruto daquelas gerações que nos anos 1960-1980 viviam cenários duros sobre a realização do progresso. Filhos dos operários ou intelectuais do progresso, se contentam em ser meros reprodutores da ordem imperante e mandam para o exílio os representantes dos tons de vermelho mais duros.

O passado das ditaduras, ao se fazer presente, demonstra que parte da geração vermelha foi forjada em tons obscuros de cinza. Violentos tons que produzem múltiplas desigualdades ao retirarem do horizonte o sentido de revolução manifesto nas ideias e ações comunistas. Os trabalhadores tragam a sujeira emanada dos carburadores, comem alimentos com agrotóxicos e adoecem como resultado de uma sociedade que não tem outro sentido senão o da doença.

O preço a ser pago pelos que defendemos um projeto popular é muito alto, como resultado da propaganda discursiva que atrela o PT à esquerda. As propagandas midiáticas do PT demonstram a retirada do vermelho e a defesa da ideia pacifista do branco. Aproximação real ao ilusório discurso de paz do capital. Infelizmente, anos de educação opressora provocam distorções sobre a vida concreta. Isto, aliado à intencional projeção do capital, torna as coisas ainda mais difíceis para os defensores do projeto popular.

O período petista provocou um recuo tático de décadas na recomposição popular com perspectiva de classe, em meio a muito sangue e suor da classe trabalhadora brasileira. As conservadoras vozes da ditadura insistem em reafirmar-se entre nós.

Os ecos da opressão querem seguir com torturas, criminalizações e exílios com relação às lutas e aos lutadores populares. Os gritos dos que se contrapõem se fazem fortes e presentes. Basta uma recomposição que os faça ecoar em um único tom na sinfonia da luta organizada pela classe trabalhadora. Tratar temas doloridos como este não significa defender a direita, nem tampouco reforçar o golpe e, sim, explicitar que o problema é muito mais denso do que temos ousado discutir.

*Roberta Traspadini é professora da Universidade Federal da Integração Latino-americana.

A publicação deste texto é livre, desde que citada a fonte e o endereço eletrônico da página do Correio da Cidadania

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Paradoxo : A Esquerda chora por um governo que não foi de esquerda

Quarta, 27 de abril de 2016
Do Blogue Náufrago da Utopia

LÁGRIMAS DA ESQUERDA
O que me surpreende nessa novela do impeachment é que a esquerda ainda defenda a desastrada gestão de Dilma Rousseff.

O governo do PT meteu-se com esquemas pesados de corrupção e mostrou-se administrativamente incompetente. Alega-se que Dilma, como pessoa física, é honesta –com certeza mais honesta do que muitos dos que agora a condenam. Não duvido. Mas isso é muito pouco para transformá-la num modelo de virtude cívica. 

quarta-feira, 13 de abril de 2016

"Grande parte da esquerda comete o erro de concentrar forças em defender a permanência de um governo corrupto, lacaio de empreiteiras e banqueiros"

Quarta, 13 de abril de 2016
Babá, ex-deputado federal pelo PT —expulso do partido quando votou contra a reforma neoliberal da previdência do governo Lula. Atual vereador pelo Psol do Rio de Janeiro:
 
Era esse o papel que a esquerda brasileira de conjunto deveria estar cumprindo. Enquanto na França milhões estão nas ruas em defesa de direitos, no Brasil grande parte da esquerda comete o erro de concentrar forças em defender a permanência de um governo corrupto, lacaio de empreiteiras e banqueiros. E a troco de nada. Enquanto a esquerda está distraída lutando por uma "democracia" de fachada, o governo aplica golpe todo dia, sem resistência dos movimentos sociais.

Já teve golpe. Todos eles defendem e aplicam, em âmbito nacional, nos estados e municípios:
- Ajuste Fiscal

- Cortes de bilhões da saúde e educação

- Corrupção

- Ataques aos servidores públicos

- Entrega do pré-sal

- Lei Antiterror

- Criminalização dos movimentos sociais

- Isenções fiscais para grandes empresários

- Tarifaço das passagens, luz, água e serviços

- Retirada de direitos trabalhistas

- Privatizações

- Desmonte da gestão pública dos hospitais

- Bolsa-empresário

- Bolsa-banqueiro

- Veto à auditoria da dívida pública

A briga deles é pela chave do cofre para seguir massacrando e roubando o povo. Na prática são todos iguais. Fora Todos.


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De Ângelo Balbino, dirigente do Psol DF:

O Governo do PT, a Dilma e o próprio PT são INDEFENSÁVEIS, o próprio PT sabe disso e sabendo disso viram que se chamassem "em defesa do governo, do PT e da Dilma" ninguém iria, por isso o PT inventou a fábula do "golpe" e a fábula do  "em defesa da democracia" para que seja defendido na prática o governo, o PT e a Dilma.  E com isso alguns setores do PSOL caíram nessa fábula inventada  e estão defendendo de forma  inconsciente  o governo, o PT e a Dilma, achando que estão defendendo a democracia,  puro engano,  esses setores me preocupam, mas preocupam mais os setores que estão defendendo de forma consciente.

quarta-feira, 23 de março de 2016

O que ganham os trabalhadores e a classe média empobrecida assumindo um lado da falsa polarização PT x PSDB?

Quarta, 23 de março de 2016
O cenário político nacional é sem dúvida, preocupante. O PT instiga seus militantes e usa toda sua habilidade para convencer e pressionar organizações de esquerda e movimentos sociais a engrossar suas fileiras, supostamente dos democráticos, da esquerda socialista e dos comunistas para enfrentar a “onda conservadora”, pois o país estaria vivendo uma situação pré-golpe como foi em 1964. Por isso defender o PT, a continuidade do governo burguês e corrupto de Dilma Rousseff, seria sinônimo da defesa da democracia. Os que não o fazem são os “coxinhas” partidários da direita reacionária, conservadora, fascista!

Uma jogada de mestre, à altura do habilidoso político neoliberal Lula. “O cara” do Obama que em tempos idos alçou vôo pelos braços da classe operária, a qual seu partido, há décadas, despreza e tornou-se inimigo. O PT e Lula atravessaram a fronteira de classe e emergiram do outro lado como o new PT, mais um a integrar o clube dos partidos da ordem capitalista e a se lambuzar nas mamatas, no fisiologismo, na corrupção inerente ao sistema capitalista. Uma das maiores traições políticas da história da classe trabalhadora no Brasil. O Lula-lá ou o PT no governo, não significou uma ruptura com o modelo de governar para os ricos, por isso de nada serviu para os de baixo.

Enumerar as ações da política neoliberal do PT no comando do País é dispensável, pois as conhecemos: lei de falências, reforma da previdência, código florestal, privatizações, terceirizações, incentivos às grandes empresas, redução salarial/PPE, subserviência às grandes potências, lei antiterrorismo, veto à auditoria da dívida pública e segredo de estado dos nomes dos beneficiários dessa dívida fraudulenta e um longo etecétera.

O PT chega ao esgotamento por suas próprias ações, “está colhendo o que plantou”, mas resiste a entregar a chave do cofre à burguesia originária, o PSDB e seus partidos satélites. O PT tem uma vinculação estreita com os partidos tradicionais que é a aplicação do ajuste global no âmbito fiscal, jurídico e trabalhista que salvaguardará o lucro de seus representados, os financiadores de suas campanhas eleitorais, os fornecedores das propinas oriundas dos cofres públicos e das riquezas nacionais: os bancos, as empreiteiras, o agronegócio. Os setores patronais que PT e PSDB tão bem representam.

Então de nada adiantará sair às ruas para fazer o jogo do PT ou do PSDB.  Isto sim, é deixar o caminho livre para o golpe da classe dominante, para o autoritarismo. PT/PMDB/PSDB  se empenham para recuperar a taxa de lucro e para isso promovem o saque nas finanças domésticas (endividamento das famílias) e a estagnação da economia com a manutenção dos juros astronômicos. Precisam, definitivamente, mudar o contrato social de trabalho existente e substitui-lo pelo modelo chinês de exploração e para isso usarão todas as instituições do regime burguês, inclusive as forças repressivas (Força de segurança Nacional contra greves e manifestações na Copa do mundo).

O triunvirato da política nacional (PT/PMDB/PSDB) e seus blocos aliados estão imersos na corrupção. Por isso dos 28 partidos com representação na câmara apenas o PSOL não está envolvido nos esquemas de corrupção, os demais patrocinam e retroalimentam a corrupção!

Ao PSOL caberia a tarefa de canalizar o legítimo sentimento das massas trabalhadoras indignadas com o modo petista de governar e saquear as empresas nacionais. Mas vergonhosamente sua direção majoritária e muitas correntes do bloco de esquerda também estão aceitando as chantagens mentirosas de golpe militar, quando é pelas mãos do PT, da presidente Dilma que sancionou a lei antiterrorismo e mais recente baixou novo pacote de medidas contra os servidores públicos similar ao modelo Grego que prevê mais contenção de gastos ao já combalido serviço público e abre caminho para um processo de demissão massiva. O PSOL está dando sobrevida ao PT, chamando sua militância a participar dos atos de apoio a Dilma e Lula.

O PSOL tem que engrossar é o ato do dia 01 de abril, para dar alternativa  a classe trabalhadora que ainda não saiu contudo às ruas, por não sentir-se representada pelo PSDB e nem pelo PT. A esquerda consequente e os verdadeiros comunistas tem que cumprir essa tarefa. Vamos às ruas para denunciar a falsa polarização dos irmãos siameses PT x PSDB, para exigir o FORA TODOS OS PARTIDOS DO AJUSTE E DA CORRUPÇÃO! PRISÃO E CONFISCO DOS BENS DE CORRUPTOS E CORRUPTORES! FIM DA IMUNIDADE PARLAMENTAR E A REVOGABILIDADE DOS MANDATOS!

Nós da LUTA SOCIALISTA/PSOL apresentamos algumas medidas emergenciais para tirar verdadeiramente o país da crise, queremos propor e debater um plano alternativo, na ótica dos que produzem, não dos que exploram e roubam o país: Suspensão do pagamento da Dívida Pública e sua imediata auditoria! Que a corrupção seja crime hediondo! Suspensão de todos os contratos públicos com as empresas envolvidas em corrupção, confisco dos bens e controle operário e popular da produção e do lucro rumo a sua estatização! Aplicação massiva dos recursos provenientes do confisco de bens de corruptos e da Dívida Pública fraudulenta em serviços públicos, infraestrutura, moradia! Plano de obras públicas para absorver os desempregados! Reestatização de todas as empresas privatizadas! Revogação de todas as reformas aprovadas à custa de propina e do mensalão! Estabilidade no emprego para todos os trabalhadores, multa, confisco dos bens e estatização das empresas que demitirem e retirarem direitos trabalhistas! Controle do câmbio, redução dos juros e do lucro dos bancos! Aumento geral de salários!  Redução da jornada de trabalho sem redução salarial!

Faz-se necessário construir um segundo encontro nacional de lutadores e lutadoras contra o plano de ajuste e a corrupção, para preparar um calendário nacional de lutas que unifique as campanhas salariais, construa uma greve geral capaz de derrotar o ajuste fiscal, tirar todos os corruptos da política nacional, mandá-los para a cadeia e devolver aos cofres públicos todo o dinheiro que eles roubaram.
Somente assim, com mobilização e luta, iremos construir de fato um governo dos trabalhadores, sem patrões, sem corruptos e burocratas sindicais.

LUTA SOCIALISTA/PSOL – 22 DE MARÇO DE 2016