Quarta, 31 de agosto de 2011
Da Agência Brasil
Renata Giraldi - Repórter
A Suprema Corte de Justiça da Bolívia condenou ontem (30)
cinco ex-altos oficiais das Forças Armadas por ligação com a morte de
quase 60 pessoas durante protestos em 2003. Os réus receberam sentenças
que variam de dez a 15 anos de prisão. Dois ex-ministros foram
sentenciados a três anos de prisão cada um.
De acordo com analistas, é o primeiro julgamento civil de
autoridades militares acusadas de violação dos direitos humanos a ser
concluído no país. O julgamento ocorreu na cidade de Sucre, que é a
capital administrativa da Bolívia.
O crime ocorreu na cidade de El Alto, em 22 de outubro de 2003,
quando 60 manifestantes foram mortos e 500 ficaram feridos durante
protestos contra a exportação de gás natural para os Estados Unidos. Os
ex-oficiais condenados pertenciam ao Alto Comando Militar que servia ao
então presidente Gonzalo Sánchez de Lozada (1993-1997 e 2002-2003).
A Bolívia tenta obter a extradição de antigas autoridades que
deixaram o país, incluindo o então presidente, Sánchez de Lozada. O
ex-presidente e 320 pessoas ligadas a ele são acusadas de crimes de
violação de direitos humanos, censura à imprensa, descumprimento à
Constituição e a outras leis bolivianas.
Lozada fugiu para os Estados Unidos desde que eclodiram
manifestações populares em reação à sua política econômica e energética,
em 2003.