Quinta, 25 de agosto de 2011
Da Pública Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Hoje
o Chile vive o segundo dia de protestos nacionais chamados pela Central
Unitária de Trabalhadores em apoio às demandas estudantis. Mais de 400
pessoas foram presas, segundo as autoridades, por saquear lojas e
confrontar a polícia. A Pública traz uma reportagem do parceiro CIPER,
um centro independente de investigação jornalística, que mostra o êxodo
de estudantes chilenos à Argentina para fugir das dívidas educacionais e
usufruir da educação de boa qualidade.
por Rodrigo Baires e Lissette Fossa do Ciper (Centro de Investigacíon Periodística)
Hoje há 207.256 jovens que juntos devem 514 milhões de pesos (aproximadamente 1,7 milhão de reais) ao CAE, criado em 2006, para aplacar a “rebelión de los pinguinos”, que reivindicava melhorias no sistema educacional do país.
No dia 30 de junho deste ano, enquanto cerca de 100 mil pessoas se
manifestavam nas ruas chilenas pedindo educação de qualidade e sem fins
lucrativos, uma centena de jovens fazia o mesmo nas ruas de Buenos Aires
– em uma passeata que foi do Obelisco até o consulado chileno.
A maioria dos manifestantes tinha deixado seus lares no Chile para
viver na Argentina, país onde as universidades são gratuitas. “O exílio
educacional ao qual nos vemos obrigados se deve às condições injustas de
custo, entrada e acesso à educação superior de qualidade no nosso
país”, diz trecho da carta aberta entregue na embaixada.