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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Debates do PDOT defendem manutenção das áreas rurais

Quinta, 5 de abril de 2012
Da CLDF
Foto: Rinaldo Morelli/CLDF

Debates do PDOT defendem manutenção das áreas rurais
Na quarta e última audiência pública de atualização do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT), ficou evidente a defesa acirrada de comunidades de Sobradinho I e II, Planaltina, Paranoá, São Sebastião, Jardim Botânico e Itapoã, em favor da manutenção da condição rural de núcleos como Euler Paranhos, Aguilhada e Manga Larga, entre outros.

Na abertura dos trabalhos, o deputado Rôney Nemer (PMDB), que presidiu a audiência, esclareceu que a revisão do PDOT é pontual, circunscrevendo-se aos 52 dispositivos declarados inconstitucionais pela Justiça, não existindo a possibilidade de introdução de matéria nova [grifo do Gama Livre]. Mas afirmou que a Casa continua a receber as sugestões de mudanças propostas pela comunidade. 

O deputado Cláudio Abrantes (PPS), presidente da Comissão de Assuntos Fundiários, reforçou esse aspecto [grifo do Gama Livre], esclarecendo, ainda, que as audiências foram realizadas a fim de democratizar os debates, ouvindo as comunidades. Avisou, também, que mesmo sem a tramitação  em regime de urgência, os deputados estão trabalhando para que isso aconteça, de forma mais rápida possível.

Para a deputada Arlete Sampaio (PT), o PDOT atual foi concebido sob a ótica da especulação e que muitos dos problemas existentes não poderão ser equacionados,  vez que cabe à Casa, nesse momento, apenas "preencher os vazios" dos dispositivos declarados inconstitucionais. Como solução para os impasses, Arlete propôs a realização de um pacto com o governo para deter a especulação imobiliária das áreas rurais até a próxima revisão do PDOT, em 2014 [grifo do Gama Livre].

Pressões e diálogo - Mesmo reconhecendo os limites impostos  nesta proposta de atualização do PDOT, o deputado Wasny de Roure (PT) lembrou que a votação da última versão do plano foi motivo de constrangimento para a Casa, mas que as pressões e os problemas continuam desafiando soluções rápidas e consistentes com a realidade. Frisou, também, que o diálogo com a população é fundamental para "compatibilizar os interesses com as possibilidades".

Também o deputado Dr. Michel (PSL) defendeu que é preciso se mudar o discurso atual, pois todos prometem as esperadas regularizações, que nunca acontecem.  Disse que está pronto a contribuir para concretizar as "justas aspirações daqueles que não querem nada mais do que ver seus direitos reconhecidos e respeitados".

O compromisso de ouvir e ajudar a encaminhar soluções para os problemas foi feito pelo deputado Aylton Gomes (PR), lembrando sua experiência como administrador regional de Planaltina, quando muitas vezes se sentiu engessado pela lei, mesmo reconhecendo as justas necessidades e reivindicações das comunidades.     

Por Donalva Caixeta Marinho - Coordenadoria de Comunicação Social da CLDF

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