Camila Maciel
– Repórter da Agência Brasil
Os candidatos à Presidência da República Zé Maria (PSTU) e
Mauro Iasi (PCB) e o candidato a vice pelo PSOL, Jorge Paz, participaram hoje
(30) de debate organizado pela Central Sindical Popular (CSP), na capital
paulista.
Entre as questões apresentadas pelos participantes,
estiveram as soluções para a mobilidade urbana, as políticas de educação e de
segurança pública, a valorização dos trabalhadores, assim como as diferenças
entre os partidos de esquerda que impossibilitaram uma frente nacional nestas
eleições.
Sobre as políticas de transporte, Zé Maria defendeu
investimento de pelo menos 2% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de
todas as riquezas do país, na malha metroferroviária, além da estatização de
todo o sistema.
“Não há solução sem investimento muito maior do que há hoje.
Hoje, há o subsídio para o carro, que entope [as ruas] e não resolve o problema
da mobilidade urbana”, disse. O candidato lembrou que, durante as manifestações
do ano passado, o partido apresentou à prefeitura proposta de suspensão do
pagamento da dívida pública e o repasse de dinheiro a entidade filantrópica para
financiar o transporte público. “Com isso, seria possível a tarifa zero em São
Paulo”, defendeu.
O candidato a vice-presidente pelo PSOL, Jorge Paz, falou
sobre a proposta do partido para a economia. “Queremos a auditoria da dívida
pública, a partir da qual haverá a suspensão da maior parte do que é creditado
como dívida. Propomos ainda a taxação das grandes fortunas. Essa não é uma
crise dos brasileiros e nem dos trabalhadores”, declarou.
Ele defendeu a melhoria dos serviços públicos e mais
investimentos na agricultura familiar, em detrimento do agronegócio. Jorge Paz
foi cobrado sobre o apoio declarado de um político do PSDB à candidatura de
Heloísa Helena (PSOL) ao Senado. “Não há coligação em Alagoas”, enfatizou.
Mauro Iasi destacou que o PCB é contrário ao Plano Nacional
de Educação. “Nós estamos defendendo as posições que saíram do Encontro
Nacional de Educação”, explicou. Ele avalia que é fundamental rejeitar o plano
e propor uma alternativa de acordo com novos princípios. “E acreditamos que
isso se constrói em um espaço como o encontro nacional”, propôs.
Sobre a política de segurança pública, Iasi disse que
defende o fim da Polícia Militar, com a unificação das polícias. “E uma
profunda reestruturação de um Plano Nacional de Segurança, que articule dimensões
de saneamento, de reforma urbana. É como vamos atacar os problemas de fundo”,
apontou.