Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Saiba como é a casa de Moro no Paranoá

Segunda, 14 de agosto de 2017
Moro chegou, sentiu-se em casa e não quis mais sair. Aliás, esse é o sentimento geral de quem chega ali – quer criar raízes. Estamos falando do Fórum do Paranoá, no Distrito Federal, e do já conhecido cachorro vira-lata que só atende quando é chamado pelo nome de Moro, alcunha que recebeu em homenagem ao juiz paranaense. Ele chegou ao Fórum em setembro do ano passado, encantou-se com a receptividade e encantou a todos. Sentiu-se no dever de retribuir e assumiu o papel de vigia do Fórum durante a noite, tarefa que já ajudou a levar à prisão um elemento que rondava por ali em um carro roubado.

Moro chegou com fome e precisou de cuidados veterinários. Foi notado primeiramente pelo pessoal da segurança e adotado pela servidora Ana Valéria Matias que providenciou o acolhimento do animal. Ao perceber o apego de Moro pelo Fórum e pelos servidores, o jeito foi pedir sua permanência. A resposta veio afirmativa, por parte do juiz diretor do Fórum, Julio Cesar Lerias Ribeiro. Ao ser consultado, o magistrado lembrou-se de um julgado em que as duas partes pleiteavam a posse de um cavalo. Na impossibilidade de identificar o dono, o juiz decidiu que o animal ficaria no local que ele próprio escolhesse. Resolveu usar a mesma solução: Moro ficará onde ele mesmo decidiu viver, ou seja, no Fórum Desembargador Mauro Renan Bittencourt, na Região Administrativa do Paranoá. A chegada de Moro levou à criação de um grupo de What’s App reunindo 19 servidores que rateiam despesas e cuidados com o animal, que não custa um centavo sequer ao Tribunal.
Mas não é apenas Moro que foi chegando e decidiu ficar. Os magistrados e servidores ali lotados, parece que também se sentem em casa. Com esforços voluntários, criatividade e boa vontade, vão construindo dia a dia um ambiente cada vez mais acolhedor. O jardim em frente à entrada principal foi adornado com mais de 100 mudas cedidas por uma servidora do Tribunal; uma sala para receber crianças com brinquedos, TV e até um cantinho para tirar uma soneca foi reformada e equipada com doações. Conforme o juiz Júlio, “hoje está em moda a palavra ‘afetividade’. Esse é meu estilo de trabalhar e também o estilo dos servidores do Fórum. A ideia aqui é ser inclusivo; o Fórum do Paranoá tem uma energia acolhedora para o usuário da Justiça. Nós estamos aqui para atender o pessoal do Paranoá e do Itapoã, que é uma região imensa. Quando as pessoas chegam, deparam-se com seres humanos, muito mais do que com servidores, no sentido formal da palavra. O Judiciário é, antes de mais nada, um prestador de serviço e deve estar atento às necessidades do usuário e suas dificuldades. Aqui, somos servidores facilitadores”.
Moro e Ana Valéria

Essa busca por um atendimento de qualidade resultou na ampliação do espaço físico destinado ao Núcleo de Assistência Jurídica do Uniceub, que passou a atender causas destinadas aos Juizados Cível, Criminal e de Violência Doméstica, além das Varas de Família, Cível, Criminal e do Tribunal do Júri que já atendia anteriormente. Foi montada uma sala para sanar dúvidas de partes a advogados nas questões relativas ao Processo Judicial eletrônico (PJe), que em breve chegará ao Fórum. Foram feitas também realocações de espaços que permitiram a implantação do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania - CEJUSC/PAR, de seccional da OAB/DF e de um espaço de convivência para os servidores. Uma parceria bem-sucedida com a OAB permitiu a instalação de uma cancela na entrada do Fórum. O Tribunal, por sua vez, construiu uma guarita, aumentando a segurança do local. Para o futuro, o magistrado realiza tratativas no sentido de aumentar o espaço do Fórum por meio de encampação de uma área contígua, atualmente ocupada por um CRAS, projeto que está em análise tanto no TJDFT quanto no GDF.

Fonte: TJDF