Terça, 29 de agosto de 2017
Do site Ataque aos Cofres Públicos
Unidade é gerida pela Organização Social Santa Casa de Misericórdia e oferece estrutura precária aos 14 mil pacientes atendidos todo mês, denuncia reportagem
Deu no Bom dia São Paulo, telejornal da Rede Globo: Funcionários e ex-funcionários denunciam péssimas condições em unidade de saúde de SP
A reportagem aborda o calvário a que pacientes que dependem de atendimento no Pronto-Socorro de Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo, estão submetidos. Segundo a matéria, veiculada nesta terça-feira (29), eles sofrem com a estrutura precária. Fotos tiradas por funcionários mostram pilhas de lixo hospitalar em área comum, chão com manchas de sangue e insetos nas salas de atendimento. Há infiltração nas paredes e até o famoso “gato” na fiação da tomada. (veja o vídeo da reportagem).
O PS é gerido pela organização social Santa Casa de Misericórdia. Em 2016, a Prefeitura pagou para a entidade quase R$ 24 milhões, só pela gestão da unidade, além do valor do aluguel do espaço.
Até novembro de 2013, o PS Santo Amaro funcionava na Avenida Adolfo Pinheiro, mas há quase quatro anos os 14 mil atendimentos feitos todo mês na unidade acontecem em um espaço alugado pela Prefeitura dentro da Santa Casa de Misericórdia. A mudança, que era para ser provisória, ocorreu por conta das obras do metrô na região.
O Serviço de Engenharia em Segurança e Medicina do Trabalho enviou um relatório para a direção do PS apontando as irregularidades encontradas na nova casa. De acordo com o documento, 29% dos problemas estão relacionados à falta de higiene, mas há também deficiências como falta de material e de pessoal.
Funcionários relatam que insetos fazem companhia a eles e a pacientes no PS.
Uma funcionária, que prefere não se identificar, diz que o PS Santo Amaro é referência em psiquiatria, mas não tem nem o equipamento para conter pacientes em casos de surto. “Amarramos com atadura de crepe”, conta ela. Já no banheiro, falta papel. “Já cansei de ficar aqui três, quatro horas e o banheiro sem papel higiênico”, reclama uma paciente.
Esse é o serviço de excelência, mais ágil e mais humanizado que os prefeitos costumam se referir sempre que anunciam a entrada das OSs em programas e unidades? Em Santos o discurso foi esse quando o Governo aprovou a legislação municipal sobre o assunto. Hoje os usuários da UPA gerenciada pela FUABC, onde falta de tudo, sabem que foram iludidos.
Nesta semana, quando mais uma grande cidade se curva à terceirização, o discurso do Rafael Greca (PMN), prefeito de Curitiba, também foi parecido. Lá os vereadores acabam de aprovar a entrada das OSs na saúde e educação, dizendo que o modelo é mais barato e melhor.
Triste que a história se repita em várias cidades, com o mesmo roteiro, mesmo que todos saibam que o final é trágico.