Terça, 29 de agosto de 2017
Da Agência EFE /Agência Brasil
O Ministério Público (MP) do Peru confirmou, nessa
segunda-feira (28), que uma nota do empresário Marcelo Odebrecht
envolve a candidata derrotada nas últimas eleições presidenciais
peruanas, Keiko Fujimori, no caso das doações supostamente entregues
pela construtora brasileira a candidatos presidenciais. A informação é
da Agência EFE.
O procurador-geral, Pablo Sánchez, assegurou que a
nota, encontrada no telefone celular de Marcelo Odebrecht,
ex-presidente da construtora, já está em posse dos procuradores peruanos
para ser incorporada às investigações sobre o caso.
De acordo
com o portal IDL-Reporteros, em junho, entre as notas da Odebrecht havia
uma anotação que dizia: "Aumentar Keiko para 500 e eu vou fazer uma
visita".
Sánchez explicou que "isso foi comprovado" e anunciou que o MP
seguirá "os canais processuais que foram previstos" para investigar mais
essa informação.
Marcelo Odebrecht pediu ao diretor de sua
empresa no Peru, Jorge Barata, que aumentasse o apoio à candidatura de
Keiko Fujimori durante a campanha presidencial de 2011, segundo as
declarações que deu aos promotores peruanos em maio passado, publicadas
em julho pela revista Caretas.
Keiko Fujimori disse, há 18 dias,
que com a diligência do MP peruano para confirmar a existência dessa
nota seria confirmado que nunca recebeu dinheiro da Odebrecht.
No
Peru, o caso Odebrecht se concentra em traçar o rastro dos US$ 29
milhões que a empresa brasileira admitiu, na Justiça dos Estados Unidos,
ter pago em propinas a funcionários peruanos, em troca da concessão de
obras milionárias entre os anos de 2005 e 2014.
Esse período
inclui os governos de Alejandro Toledo, que tem mandado de prisão por
ter recebido suposta propina de US$ 20 milhões; Alan García, incluído em
investigações por doações para o Metrô de Lima; e Ollanta Humala, preso
por suposto financiamento irregular de seu partido.
Barata disse
aos promotores peruanos ter feito doações para as campanhas eleitorais
de vários candidatos à Presidência do Peru, como é o caso de Humala, com
US$ 3 milhões em 2011, valor que o ex-presidente e sua esposa, Nadine
Heredia, negam ter recebido.