Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 10 de março de 2010

Prisão domiciliar, não

Quarta, 10 de março de 2010
Prisão domiciliar para Roberto Arruda, não. Essa é a opinião do seu xará, Roberto Gurgel, o procurador-geral da República. Ele não se comove, não entra no jogo dessas coisas todas, pé inchado, depressão, exames médicos, falsa trombose no tornozelo, declarações de deputados distritais e federais preocupados com a vida que Arruda está levando na cela da Polícia Federal. O procurador-geral da República reafirmou ontem que é contra a prisão domiciliar.
O que as pessoas devem entender é que Arruda está preso sob a acusação de tentar subornar uma testemunha do caso de corrupção no Distrito Federal. Suborná-la para dar depoimento fraudulento à Justiça, crime que pode provocar até seis anos de prisão para quem presta o falso-testemunho à Justiça. Se verdadeiras as acusações a Arruda, claro fica que ele não deve se relacionar, enquanto preso, com muitas pessoas. Nem mesmo com seus familiares em situação não observada de perto pela polícia.
O poder de um governador, mesmo afastado, mesmo preso, mas se comunicando com pessoas de sua confiança pode colocar em risco a eficácia das investigações policiais e de processo na Justiça.
Lembro-me de um caso de crime julgado por um júri popular em um dos fóruns do Distrito Federal há alguns anos. O réu, que foi condenado a menos de dois anos de prisão, encontrava-se preso. Preso por quase um ano e oito meses. E por que era ele um réu preso? Porque teria procurado uma das testemunhas do caso, e tentado que ela mentisse à Justiça, querendo obstruir, assim, a ação da justiça. Queria que a Justiça fosse levada ao erro.
Ele, o réu do caso acima, levou quase dois anos preso. Então, prisão domiciliar, não.