Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 31 de março de 2011

Delação Premiada e proteção policial, por que querem tirá-las de Durval?

Quinta, 31 de março de 2011
De uma hora para a outra tem gente achando que Durval Barbosa deve ficar na linha de tiro daqueles que foram por ele acusados, perder a proteção policial que hoje recebe por ser delator —e parte— de um dos esquemas mais imundos da política de Brasília, o Mensalão do Arruda.

Bastou que vazassem algumas denúncias contra pessoas que não estavam anteriormente —pelo menos no noticiário —no centro da Operação Caixa de Pandora e começaram a surgir insistentes comentários de que Durval deveria ser excluído da delação premiada. Algumas das denúncias já haviam ocorrido em termos de declarações de Durval a jornais, em especial à Folha de São Paulo. Figuras de proa da política nacional, pertencentes a partidos da base parlamentar do governo federal —e não só da base— foram acusadas. Mas nada se sabia de depoimentos oficiais acusando esses figurões. Uma declaração à imprensa tem um peso. Um depoimento ao Ministério Público ou à Justiça, outro. E um peso muito mais significativo.

Não sei, mas temos que levantar a hipótese, plausível sim, da existência de uma estratégia de alguns daqueles que sabemos que já foram denunciados e também de outros tantos que estão apavorados quando pensam que podem ter sido dedurados por Durval, uma vez que muitos depoimentos do ex-secretário de Arruda ainda não são do conhecimento da mídia.

Integrantes desses dois grupos (os já publicamente acusados e os ainda sem a certeza da deduragem) defendem que Durval precisa perder o direito a delação premiada. Sem premiação, sem a redução das penas que devem vir e das que já vieram, Durval poderia se calar. Ou até mesmo negar o que já declarou, essa seria a esperança de muitos.

Além do mais, sem a proteção policial poderia ocorrer o pior. O assassinato de Durval Barbosa. Coisa que, segundo se fala por aí, chegou a ser tramada para acontecer numa fazenda. E aqui não estou falando apenas em coisa pior para o indivíduo Durval, mas principalmente para a elucidação dos crimes e a condenação daqueles que integraram essa teia de corrupção que foi tecida e sevada no Distrito Federal.