Domingo, 4 de setembro de 2011
Do Correio Braziliense
Leilane Menzes
Há
sempre alguém a se despedir da vida nos corredores do Hospital de
Apoio. As paredes brancas e frias não são suficientes para abafar o
choro, contido ou desesperado, vindo dos leitos. Nem tudo, porém, é
tristeza. A fé também vive ali. As orações vencem o pranto e ecoam pelo
ar. As preces vêm da capela ecumênica, cheia de flores. Aos pés de uma
imagem de Nossa Senhora Aparecida, fotos de quem necessita de
intercessão. Apesar do símbolo católico, há espaço para todas as
crenças.
Enquanto isso, algumas pessoas seguem esperançosas na
luta pela vida. O Hospital de Apoio não é um centro de atendimento
comum. Ali não existe pronto-socorro. Quem chega a esse local deseja
prolongar seus dias de vida com conforto e tranquilidade. Esses
pacientes já receberam todos os tratamentos viáveis em outros hospitais.
Não encontraram a cura. Quando se internam nesse ambiente, buscam
cuidados paliativos. A maioria vive em regiões carentes ou veio de
outras cidades e estados.
