Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A duração da crise mundial numa visão realista

Quarta, 8 de setembro de 2011
Publicado em "Rumos do Brasil"
Por J. Carlos de Assis
Em 2009, escrevi o artigo abaixo a propósito da duração da crise financeira nos países desenvolvidos avançados. Revendo esse artigo, tenho pouco a acrescentar, exceto uma ênfase no imperativo da cooperação  e convergência de políticas econômicas desenvolvimentistas entre os países como única alternativa para a superação da crise:

Quando escrevi, em outubro do ano passado, “A Crise da Globalização”, já estava convencido de que a atual crise seria maior em profundidade e extensão geográfica que a Grande Depressão dos anos 30. Hoje, poucos duvidam disso. Mas havia a dúvida, que eu compartilhava com outros economistas, sobre sua extensão no tempo. A dos anos 30 durou cerca de dez anos. A japonesa, nos anos 90, durou mais de quinze, até confundir-se com a atual. Será que estamos condenados a essa demora?

A resposta a essa questão não está na economia, mas na política. A duração da crise depende de ações concretas dos governos e de sua coordenação. Por isso é que é tão difícil prever seu desfecho. Governos são comandados por conchavos políticos, por pressões de grupos e da sociedade como um todo, e, numa extensão nada desprezível, por ideologias. E é sobretudo a ideologia, que em geral recobre interesses de grupos, que pode tornar esta crise de duração indefinida.