Quinta, 1 de setembro de 2011
Da Agência Pulsar
Para o juiz de Direito Márlon Reis a
absolvição de Jaqueline Roriz (PMN) se deve à “absoluta falta de
compromisso dos parlamentares”. Ele acredita que o voto secreto também
tenha facilitado a não cassação da deputada distrital.
Jaqueline Roriz foi
absolvida da cassação na noite de terça-feira (30). Um vídeo de 2006
mostra a parlamentar recebendo dinheiro de Durval Barbosa, ex-secretário
de Relações Institucionais do Distrito Federal e delator do mensalão do
DEM. Pouco depois, ela admitiu que a quantia seria usada no caixa dois
de campanha.
O juiz Márlon Reis, que é membro do
Comitê Nacional do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE),
acredita que se o voto não fosse secreto, talvez a deputada fosse
cassada.
Contudo, Reis não vê essa possibilidade
como garantida. Ele diz que “a probabilidade da cassação seria maior,
pois os políticos seriam com mais facilidade cobrados no futuro”. Mas,
ainda assim, afirma que “há um elevado nível de descompromisso hoje”
entre os parlamentares.
O voto secreto foi
instituído para dar mais independência para os parlamentares votarem de
acordo com a sua consciência e para evitar perseguições de natureza
política. No entanto, na opinião de Márlon, esse propósito foi
desvirtuado para ser usado como privilégio.
Uma
emenda constitucional que extingue o voto secreto está engavetada na
Câmara do Deputados desde 2006 .Diante do cenário de corrupção, Márlon
defende que não basta ficar indignado. O juiz afirma que é preciso
transformar a indignação em ações concretas.
Por
isso, ele convoca a população a se unir em um grande movimento de
unidade puxado pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). O
objetivo é pressionar pelas mudanças dessas instituições. (pulsar)